30.12.05

Dois Mil e Seis, Schmois Mil e Seis!

Por estes dias é costume fazer-se uma retrospecção do ano que passou.
Geralmente sinto-me sempre insatisfeito pelos planos que deixei por concretizar e muitas vezes de consciência pesada por ter arranjado todas as desculpas possíveis para não os concretizar.
A conclusão a que chego é que funciono essencialmente por reacção, o que é o cúmulo da passividade, sobretudo quando julgo que muito do que faço, faço-o por gosto.

Tenho duas facetas dentro de mim, uma mais lúcida mas incapaz de agir; e outra menos lúcida mas também incapaz de agir.
O grandioso esquema que aplico a mim próprio para me mover é, usando a sageza do Tiago mais lúcido (T+L), preparar armadilhas ao Tiago menos lúcido (T-L).

Para acordar de manhã, o T+L da noite anterior põe o alarme do telemóvel para uma hora madrugadora e esconde-o num recanto do quarto, para que, na manhã seguinte o T-L se veja obrigado a levantar e a procurá-lo.

Para fazer a cama de lavado (quando dormir nos mesmos lençóis se torna insustentável), o T+L tira-os de manhã da cama, para que à noite, o T-L estafado de um dia de trabalho, seja obrigado a pôr lençóis novos se quer ir dormir (obviamente que dormir sem lençóis é uma hipótese, mas gosto de acreditar que fui evoluindo ao longo dos anos).

Para ler os livros que se vão acumulando na prateleira, o T+L já não pega no jornal “Metro” antes de ir trabalhar. Assim, quando o T-L está aborrecido dentro do metro, não tem outro remédio se não ler o livro surgido misteriosamente no bolso do seu casaco (posto lá adivinhem por quem).

Para começar a trabalhar logo de manhã, O T+L deixa a porta do gabinete aberta. O T-L sente-se assim menos confortável, pressionado pelas pessoas que passam no corredor, e dedica-se ao trabalho.
É claro que quando os dois Tiagos estão próximos, as armadilhas nem sempre funcionam. Algumas vezes, o T-L levanta-se para fechar a porta. A Internet consegue assim mais um visitante e o T+L uma pequena derrota.

Com muita tristeza minha, continuar a enumerar o resto do meu dia só iria fundamentar ainda mais a minha teoria. (Quem é que me pôs uma sandes de queijo no outro bolso do casaco? Eu tinha pensado num bolo com creme para esta tarde...)
Por mais deficiente que este método-da-reacção seja, tem conseguido guiar-me a vida toda. Há, inclusivamente, pessoas que me levam a sério.
No entanto, em alguns momentos hum... mais lúcidos, sinto que fico aquém do que gostaria, e o ano que passou não foi excepção.

Provavelmente, em relação aos planos deixados por concretizar, o ano de 2006 continuará igual se não tomar uma de duas atitudes:
a) Ou realmente ganho força de vontade de, mesmo com poucas horas livres por dia, trabalhar para mim e evoluir naquilo que gosto;
b) Ou então só me resta esperar que o Tiago mais lúcido se lembre finalmente de uma armadilha irrepreensivelmente genial para me obrigar a trabalhar.

Espero aliás que ele esteja a pensar nisso enquanto eu dou a última vista de olhos às contratações no Record Online.

Example

29.12.05

As Coisas Piores Deste Ano!

Àlbum - empate técnico entre todos os discos da editora som livre (não quero ser processado).

Livro - empate técnico entre qualquer livro de anedotas.

Filme - empate técnico entre qualquer filme pornográfico.

Programa de TV- empate técnico entre qualquer programa do canal Vivir.

Personalidade- "Lello Minsk", que teima em achar que se dará bem no trono presidencial, ele até pode ser eleito, é elegível, mas a gente gosta mais dele naquelas canções. Pena não teres editado nenhum disco este ano pá.

Evento - Manifestações em França ex aqueo com o arrastão em Carcavelos.

Blog - qualquer um que tenha anedotas.

28.12.05

O Nojoso de 2005


Álbum: Qualquer um que inclua a pior canção desde “She’s in Fashion” dos Suede: "You’re Beautiful" do James Blunt. A letra é péssima, com versos ao nível da magnitude que atingiram os míticos “Don't be fooled by the rocks that i got/ I’m still/I’m still/ Jenny from the block/ used to have little now i have a lot/ no matter where I go I know where I came from (from the Bronx)” de J. Lo. A parte do “it’s true” é das coisas mais revoltantes que já ouvi.

Livro: "Como tornar-se num jogador decisivo" de (que ridículo…) Simão Sabrosa. Tive indeciso entre este e um outro em que o asqueroso jogador ensinava as pessoas a marcar livres directos. Pode não parecer, à partida, mas dá um jeito do caraças para conseguir aquele aumento lá no serviço. Bem, acabei por escolher o “Como tornar-se um jogador decisivo” porque, na apresentação do mesmo, Simão envergava um smoking de ganga.

Filme: Os traillers do "Adriana" e do "Um Tiro no Escuro". O primeiro porque tinha o pior actor de todos os tempos que, embora dizendo apenas “Adriana, não sei o que anda aqui a fazer, mas um homem não é de ferro”, chegava para provar como algumas pessoas deviam ter nascido vegetais. O segundo porque tinha o Joaquim d’Almeida a dizer “Shhh… faz ó ó” para um pobre bebé.

Programa de TV: Não é bem um programa, mas um subprograma: "Crónica Policial" do SIC dez horas. Demora meia dúzia de minutos e, basicamente, é a Fátima Lopes a ouvir a opinião de dois especialistas em assuntos da polícia e casos, que levam uma macheia de papéis que nunca têm tempo de ler ou sequer consultar. Uma espécie de jornal “O Crime” em versão televisiva e “a despachar porque vai começar o jornal da uma não tarda nada”. Tem um genérico minúsculo com sirenes.

Personalidade: O "namorado, agora marido, do Elton John". Porque, palavra de honra, alguma vez a frase “Sou casado com o Elton John” será levada a sério? Eu não quero viver nesse mundo. E também não quero saber qual deles é o “Rocket Man” e a “Nikita”.

Evento: As "cheias em Nova Orleães". Fez-me lembrar o Waterworld, o filme que acabou com o sofrimento que era a carreira do Kevin Costner. O mais triste é saber que o faltou ao Kevin foi sobretudo timing. Sejamos francos: alguém tinha ido ver o Schindler’s List em 1910? Ora bem…

Blog: "Retrato Global". Essencialmente, porque é de um gajo que trata as pessoas por você e não concorda com algumas das escolhas aqui da malta para piores do ano. Acho isto inconcebível. Chegue-se à frente, caro colega. Conte lá à gente que pontos do post anterior o revoltaram.

27.12.05

O Worst de Dois Mil e Five.



Álbum:
DZRT ao vivo no Coliseu. É mesmo muito mau! Fica assim provado que estes fantásticos músicos só funcionam bem em estúdio, tal como os Beatles.

Livro: o último do Dan Brown, seja ele qual for...

Filme: O Crime do Padre Amaro. Porque tem algumas partes onde a Soraia Chaves está vestida.

Programa de TV: Aquele o TVI, que dá no canal 4. A única coisa boa é que tem o volume alto, o que é ideal para fingir que estamos em casa na passagem de ano, para não sermos assaltados.

Personalidade: O Mário Soares, porque está gagá e vai fazer com que o Cavaco ganhe as presidenciais.

Evento: Prémios MTV em Lisboa. Porque “é como se faz lá fora”.

Blog: Trocadilhos do Quotidiano. Onde é que raio está a piada? A sério! Digam-me...

20.12.05

Os Melhores Albuns de 2005

Não posso dizer que sou um fanático de música popular. Nos últimos tempos, tem me dado muito mais prazer escutar a “Missa Solemnis” de Beethoven ou o “Blue Train” de John Coltrane, do que por exemplo o ultimo dos Gorillaz. Este ano, foi para mim sobretudo o ano, em que descobri o genial “The Köln Concert” do Keith Jarret. No entanto consigo sempre arranjar um espaçozinho para musiquinhas mais popularuchas. Aqui vai, como foi pedido por alguns estimados leitores, a minha lista dos melhores albuns de música dita pop/rock de 2005:

Antony & the Johnsons: I Am a Bird Now
LCD Soundsystem: LCD Soundsystem
Isolée: We Are Monster
Dominik Eulberg: Kreucht & Fleucht
Spinvis: Dagen van Gras, Dagen van Stro
Boards of Canada: The Campfire Headphase
The Fall: Fall Heads Roll
Jackson & His Computer Band: Smash
Tiefschwarz: Eat Books
Bob Dylan: No Direction Home (The Soundtrack)

19.12.05

Separados à Nascença











Calmeque: general dos Olmeque e personagem da popular série de televisão "Cité d’or"
Pierluigi Collina: arbitro italiano e figura VIP

16.12.05

Pequenos Prazeres

Cof! Cof! Como gosto de tossir baixinho quando passo por alguém que esteja a fumar. Fumei 10 anos e sei que é muito irritante. Podem chamar-me hipócrita, mas não vejo as coisas dessa forma. Gosto apenas de ser irritante uma vez por dia.



14.12.05

"Sou Eu!"



Há muito tempo que me intrigam as coisas que as pessoas dizem quando tocam à campaínha e alguém pergunta: "Quem é?".
Os carteiros respondem sempre "É o correio!", quando deveriam dizer que é o carteiro, visto que as cartas não falam. Os miúdos da publicidade usam a mesma lógica, porque se dissessem que eram "o Ruben do 10ºF que distribui publicidade para ver se consegue comprar uma scooter", duvido que alguém lhes abrisse a porta. O homem do gás diz que "é o homem do gás", o que chega perfeitamente, pois ninguém quer saber o nome dum homem que anda no negócio de levar bilhas. As testemunhas de Jeová não dizem nada e apenas esperam que Deus lhes conceda uma oportunidade de espalhar a Sua palavra. Já os ladrões e os agarrados não podem dizer "É um ladrão e/ou agarrado", logo dizem que são uma das pessoas que referi anteriormente.
Mas a resposta mais genial de todas é o clássico "Sou eu!". Toda a gente já a usou, e é uma resposta que prima não só pela sua sinceridade, mas também pela sua eficácia quanto à questão de abrir portas. As hipóteses que existem para além desta, não são nada de jeito. Há o dizer o nome na terceira pessoa "É o Não-sei-quantos", que nos faz soar a um egocêntrico que fala de si como uma entidade superior. Também há a versão da auto-afirmação, em que se diz "Sou o Não-sei-quantos", e que faz lembrar os maluquinhos deprimidos que sairam há pouco do hospício e que ouvem cassetes de auto-ajuda enquanto vão a caminho do consultório do seu terapeuta.
Dentro do "sou eu" existem duas principais variantes: o "Sou eu, abre a porta!" e o "Sou eu, o Não-sei-quantos!". A primeira tem de ser dita no tom autoritário e/ou agressivo, e intensifica a eficácia da abertura da porta. A segunda é bem mais sincera, e tem como objectivo refrescar memórias, enfatizar afectos, ou até mesmo abrir a porta.
É claro que os intercomunicadores com vídeo andam a lixar esta inofensiva prática. Já nem o "Pão por Deus" no dia de Todos-os-Santos com o seu "Ò tia dá bolinho, ou leva no focinho..." (o treat or trick lusitano) é a mesma coisa com essas modernices. Só nos resta mesmo tocar nas campaínhas e fugir. Nenhuma tecnologia nos irá destruir essa bela tradição de entertenimento infanto-juvenil. Valha-nos isso! Valha-nos isso!

6.12.05

Os Piores Àlbuns de 2005

How to dismantle an atomic bomb – U2
Andam a copiar as próprias musicas.
X&Y - Coldplay
Já não há pachorra para ouvir estes chorões.
Back to bedlam - James Blunt
Para falar em chorões...cá está outro. Nunca oiço rádio e mesmo assim sei que alguém é beautiful... aarrghhh!
Don't Believe The Truth - Oasis
Começou tudo tão bem com Definitely Maybe , desde então foi sempre a descer.
A Bigger Bang - The Rolling Stones
Estes gajos não deviam já estar num lar de terceira idade?
Hotel - Moby
O Moby encontrou a formula de sucesso, toca a repetir até exaustão.
The Understanding - Roÿksopp
Estes Noruegueses fazem um disco genial e depois fazem isto? Como conseguiram?
Confessions on a Dance Floor - Madonna
O proximo êxito de Madonna vai ter como base um sample dos Bee Gees.
The Future Embrace - Billy Corgan
E não é que este album é mesmo um embaraço?
Bleed Like Me - Garbage
Desde vez conseguiram fazer mesmo jus ao seu nome.
Supernature - Goldfrapp
É triste dizer, mas de facto os Goldfrapp só tiveram capacidades para fazer um album de jeito: Felt Mountain.
Jamiroquai - Dynamite
Been there done that!
Jagged Little Pill Acoustic - Alanis Morissette
A moça da boca gigante está longe dos tempos das vendas astronómicas, por isso lembrou-se de fazer um unplugged do disco que vendeu mais. Este ano também fez uma versão de uma música de Seal. Ela tem ideias criativas, mais não para a sua música.
New Order - Waiting for the Sirens' Call
Não havia necessidade…depois do esplendido “Get Ready!” era melhor ficar calado em vez de fazer isso.
Nine Inch Nails - With Teeth
Tal como os New Order, o mesmo para ti, Trent!

Música portuguesa não oiço, a não ser de vez em quando Carlos Paredes, Mão Morta, António Variações e o Zeca. Sei que os Xutos não lançaram disco....ainda bem.


















Há 2 anos atrás, houve muita gente que pensava , que o concerto em Coimbra seria a última oportunidade para poder ver os Stones. Enganaram-se, porque em 2006, cá estarão eles de volta para dar um concerto no Estadio do Dragão. Ainda não é desta que vou, mas, qui sait, talvez um dia acompanhado pelos meus netos...

4.12.05

A Mais Dura IV



LINDA HAMILTON

Linda Carrol Hamilton nasceu no dia 26 de Setembro de 1956, na cidade Salisbury (onde se localizam os montes onde o músico Pedro Gabriel vai buscar montes de inspiração), nos Estados Unidos da América. Seis minutos depois de vir ao mundo, veio uma outra criança idêntica a ela, a quem chamaram Leslie.
O pai, que era um general não-sei-quê, morreu num acidente de viação quando elas tinham 5 anos. A mãe, essa meretriz voltou-se a casar, desta com o xerife lá do burgo.
Aos 16 anos, Linda rapou o cabelo (onde é que já ouvi isto?) , cortou as pestanas e engordou, só para se diferenciar da irmã, que era uma chefe de claque do liceu.
Apesar de ter começado a sua carreira de actriz muito cedo, Linda nunca a encarou como profissão com futuro, e em vez disso aspirava (não literalmente) tornar-se arqueóloga ou bombeira. Chegou até a trabalhar como guarda do jardim zoológico, numas férias de Verão.
Na universidade, o professor de teatro disse-lhe que nunca ganharia a vida como actriz, mas depois de se mudar para Nova Iorque e ter estudado no Instituto Lee Strasberg, começou a vingar no mundo do showbizz. Logo, seu manager sacou-lhe a massa, o cacau e o guito e ela viu-se à nora para pagar a prestação da casa de Malibu. Ela não teve com meias medidas e meteu-se na droga, que como toda a gente sabe, é a solução para todos os problemas imobiliários e do reumático.
Depois de ter aparecido na ópera de sabão "Search for Tomorrow", consegui um papel (de dura) num filme de James Cameron intitulado "Terminator", ao lado do duro Arnie. Chegou mesmo a torcer um tornozelo de tanto correr nesse filme.
Seguiram-se uns filmes todos thriller horror sci-fi e coiso, tais como o remake de "Children of the Corn" (1984), "Black Moon Rising" e "King Kong Lives" (ambos de 1986), e ainda a popular série de TV "Beauty and the Beast" (de 1987 a 1990). Em 1991, participou na melhor sequela de sempre, "Terminator 2 - Judgment Day", filme onde prova constatemente que merece esta nomeação de dura. A sua irmã - que por essa altura era enfermeira de profissão- também participou neste filme, onde fez de reflexo da "Sarah Connor" e até mesmo de "Sarah Connor ao longe". Em 1995, Linda fez uma audição para o papel de Capt. Kathryn Janeway no filme "Star Trek: Voyager", mas não o conseguiu.
Linda casou-se várias vezes, a última das quais com o supracitado James Cameron, mas o seu casamente afundou-se quando descobriu que ele mantinha um caso com uma actriz de "Titanic". Talvez por isso tenho recusado o papel em "Terminator 3: The rise of the Machines", onde o seu ex-marido era produtor e ia mandar nela, o que não era grande ideia depois de ela ter-lhe sacado 50 milhões do bom e do belo com o divórcio.
Mas afinal o que faz Linda Hamilton uma verdadeira dura? Isto é, para além do caparro, das armas e da porrada, hã? Pois bem, uma dura tem que ter o seu quê de loucura e Linda nesse aspecto ganha muitos pontos, pois sofre de desordem bipolar há mais de vinte anos. Diz que agora anda a tratar-se, não sei...

Separados à Nascença











Ben Affleck - Actor, ainda não ganhou nenhum oscar, mas apalpou o rabo da J.Lo.
Robert Smith (The Cure) - Músico, podia ir para uma reforma antecipada, mas não quer.

29.11.05

O pequeno submarino morreu

Eu e um companheiro da estrada de longa data, participamos no concurso do Oceanário. O prémio que se podia ganhar eram 5.000 euros.
Há 2 anos atrás houve uma iniciativa parecida pelo Sporting Clube de Portugal. Queriam uma mascote, baseada no leão obviamente, para o merchandising dos putos.
Não sou Sportinguista, não, mas para ganhar umas boas coroas, sou capaz de vender a alma ao diabo. Fiz alguns esboços, mas sentia que seria um esforço inútil. Ao fim ao cabo o Sporting é um clube com algum prestígio e com alguns bons milhares adeptos. Logo, nunca na vida teria hipóteses, pensava eu, de ganhar aquilo. Qual não foi o meu espanto, quando vi a mascote que tinha ganho. A malta da Alvalade tem um gosto duvidoso (Alvalade XXI), mas tão mau não podia ser. Falta de concorrentes parecia me a explicação mais lógica.
Quando soube que ia haver um concurso pelo Oceanário, senti que era uma oportunidade a não perder. Nada podia falhar desta vez e ofereci sociedade ao Govic, um designer que trata o grafismo por tu. Tínhamos pouco tempo, apenas um mês e tivemos alguns contratempos.
Houve 138 propostas. Portugal é além do país dos descobrimentos, do Vinho de Porto, do fado, das sardinhas e dos elefantes brancos; a pátria dos criadores de mascotes. É bom saber que, quando tudo estiver nas mãos dos Espanhóis e em cada esquina houver uma loja Chinesa, sempre vamos poder exportar mascotes para este mundo fora.
Bom, mas voltando ao Subi…o pequeno nem ficou entre os 43 melhores mascotes, logo não estará presente na exibição das melhores propostas. Eu disse ao meu sócio, que não devíamos desistir: o Van Gogh também nunca vendeu uma só pintura na vida e olha agora...
A verdade é que, o Subi nunca será utilizado para nada.
O pequeno submarino morreu na praia.

25.11.05

Have a nice rest, Best

O mítico jogador e bebedor George Best deixou nós hoje.
Jogou com a camisola de Manchester United entre 1963 e 1974, e ganhou com esta equipa a liga inglesa em 65 e em 67 e a Taças dos campeões europeus em 1968. Foi jogador Europeu do ano e Jogador do ano pela Associação de Escritores de Futebol no mesmo ano.
Para os diabos Vermelhos marcou 466 jogos, 178 golos. Números de facto incríveis, sabendo que ele normalmente jogava lateral e não como ponta de lança.
Pena foi que o Best nasceu em Belfast. Como a selecção de Irlanda do Norte sempre foi uma selecção fraquinho, nunca pisou o relvado de um só Mundial.
George Best foi de certa maneira um David Beckham avant la lettre. Com o seu longo cabelo e barba, muitas vezes foi apelido de quinto “Beatle”. De facto viveu como uma estrela de rock. Andava num Jaguar branco, era dono de vários pronto-a-vestir e de um nightclub; e erá idolatrado pelo sexo fraco (no seu auge, recebia 1.000 cartas por semana). Mas também deu cabo da sua própria carreira de futebol, bebeu até morrer, andou imensas vezes em lutas nos bares e com a policia, teve vários acidentes por conduzir embriagado, passou algumas vezes pela cadeia, entrou por 2 vezes em falência, and last but not least, batia nas suas esposas e namoradas. Mesmo depois do transplante de fígado continuou a beber 6 litros de vinho por dia, mesmo depois de os médicos dizer que isso lhe ia ser fatal. "In 1969 I gave up women and alcohol - it was the worst 20 minutes of my life", disse uma vez.
Como único britânico, figura na lista onde também constam outras figuras míticas tais como: Di Stéfano, Pelé, Cruijff, Platini, Eusebio, Puskas, Maradona, Beckenbauer e Eusebio.
George Best jogou muitos jogos mágicos, mas para os conhecedores o seu maior jogo foi contra o Benfica no Estádio da Luz. Nesse dia o Benfica perdeu, mas os 75.000 adeptos tiveram a sorte de poder assistir a maior actuação de sempre de uma lenda de futebol.
Thank you George.

Separados à Nascença



George Best - Futebolista, que nos deixou e foi para o relvado do céu!
Terence Stamp - Actor, que por não saber da sua afinidade com Best, surge diante desta foto, com uma camisa de ganga clarinha.

22.11.05

O Mito do Pai Natal Desvendado II

A televisão Holandesa transmite anualmente com meios impressionantes (até se utiliza helicópteros) a chegada do São Nicolau e os seus ajudantes ao país. Ele vem todos os anos, por esta altura, de Espanha (onde é a sua casa) com o seu barco a vapor e ancora num porto sempre diferente. Vestido com seu fato de bispo a rigor, ele entra na cidade num cavalo branco, acompanhado por polícias motorizados e uma orquestra filarmónica. Nas ruas, onde estão milhares de pessoas à sua espera, ele prossegue até a câmara municipal onde será recebido pelo presidente.
Durante o mês de Novembro por toda a Holanda e na metade de Bélgica onde se fala também Neerlandês, há desfiles do São Nicolau. O Santo Homem e os seus ajudantes, os Zwarte Pieten, (trad. Pedros Pretos) não se cansam e visitam, durante esse período; escolas, hospitais, lojas e mesmo casas. As padarias fazem bolos e pastéis típicos, que as crianças saboreiam juntamente com leite com chocolate quente. Nesta altura, as crianças também põem o sapato ao pé da lareira com a sua lista de pedidos e uma cenoura ou um cubinho de açúcar para o cavalo do Santo. As vezes durante esse período, ai podem encontrar no dia seguinte bolachinhas com açúcar, moedas de chocolate ou mesmo letras de chocolate. Toda a gente anseia por doces e não por carvão ou sal, como também pode acontecer se alguém se portou mal. Há também uma imensidão de cantigas, que são cantadas com muito fervor quando o Santo Nicolau visita um lugar. O seu ajudante traz consigo um grande livro, que o bispo consulta para saber mais sobre cada criança (obviamente os pormenores sobre cada criança forma anteriormente dados pelos pais ou professores).
O grande dia é o 6 de Dezembro, nesse dia as crianças encontram as prendas ao pé da lareira e as escolas organizam uma festa. Há gente que não gosta da figura do Zwarte Piet, porque vêem nisso uma certa forma de escravatura. A lenda não diz bem, se é um homem de origem Africana ou se ficou escuro de descer e subir chaminés. O facto é que são sempre pessoas brancas com a cara pintada de preto que interpretam esta personagem.
Como em qualquer lado neste mundo, a cultura Americana está a tentar vencer a tradicional. Também nos Países Baixos, o Pai Natal começou a fazer a sua ofensiva. Mas tanto na Holanda, como na Bélgica há comités que lutam arduamente contra isso, para tentar salvaguardar o Nicolau. Yankee, go home!


"Zie ginds komt de stoomboot uit Spanje weer aan.
Hij brengt ons Sint Nicolaas; ik zie hem al staan.
Hoe huppelt zijn paardje het dek op en neer,
hoe waaien de wimpels al heen en al weer.
Zijn knecht staat te lachen en roept ons reeds toe.
Wie zoet is, krijgt lekkers, wie stout is, de roe.
O lieve Sint Nicolaas, och kom ook bij mij
en rijd toch niet stilletjes ons huisje voorbij."

18.11.05

A Gloriosa Chaga da T-Shirt GM (Pt.4)

Muitos leitores ter-se-ão questionado porque é que o Tiago nunca mais apareceu para contar o final da saga da T-Shirt GM. A resposta poderá ser encontrada no capítulo final da mesma saga, que passo a narrar a partir deste neste momento.
Estava então Tiago a espiar Manuel Trancoso, na sala de provas, quando tropeçou e tudo à sua volta caíu. Ao ser apanhado por MT, Tiago pergunta-lhe "Não sou suficientemente bom para ti, é?". MT desabotoa a camisa verde alface, despe as calças, tira as botas da tropa cor-de-rosa choque, sem nunca tirar os seus olhos de Tiago que entretanto desmaiara e caíra no chão.
Dezoito horas depois, Tiago foi encontado por dois caçadores, a deambular no meio de um terreno baldio no meio de nenhures, e para o espanto dos mesmos tinha apenas vestida a sua fiel T-Shirt GM e parecia meio apanhado das costas.
E é assim a vida, o Tiago nunca mais falou com ninguém e vive fechado em casa, sonhando com dias melhores.

"Foi este meu bóbi que encontrou o rapazola, com a camiseta abonecada, e é claro que eu e aqui o meu amigo Zé Sarrabulho fomos a ver dele, e 'tratámezeo' logo" . - Declarou Tó Fintas, um dos caçadores que encontrou Tiago.

O Meu Livro

Um dos meus objectivos de vida mais imediato é escrever um livro. Depois, como é da praxe, será ter uma árvore e plantar um filho. E já há muito que decidi a temática do referido livro. Basicamente, será um exaustivo compêndio que abarcará uma parafernália de palavras, expressões (tanto em português, como em estrangeiro), e até alguns numerais, que, quando inseridas no Google, na secção imagens, nos permitem dar de caras com um par de mamas. Independentemente da palavra ou expressão que se encontre neste meu projecto de manual, para o qual tenho vindo exaustivamente a recolher material, é garantido que, na primeira página, encontrarão umas mamas.

Não se assegura que as ditas sejam do agrado de todo e qualquer leitor. Existirão uns exemplares grotescamente fartos e outros absurdamente mirrados. E, embora uma linha orientadora religiosamente predefinida vá tornar o livro sobretudo num harmonioso apanhado de palavras e expressões que permitem a visualização de seios variando do volume médio até ao grotescamente farto, haverá também uma ampla secção que fará as delícias desse estranho ser que é o homem que gosta mais de ameixas que de melões. Como é óbvio, também não se assegura que os ditos exemplares estejam ‘ao léu’, mas posso adiantar que, mesmo neste quadrante, se registarão algumas surpresas.

Acredito, sinceramente, que o sucesso de vendas seja suficiente para, junto de uma qualquer editora, justificar o lançamento de outros dois livros que tenho em agenda: ainda dentro da mesma dinâmica, um dedicado a rabos, e um outro consagrado àquilo que os anglo-saxões conhecem como ‘camel toe’. E, assim espero, esta minha celebração da tríade mágica que alguns identificam como CCM, será uma realidade. Só para aguçar os apetites, e fazendo então a primeira acção de promoção a este meu futuro livro, despeço-me com algumas das muitas palavras/expressões que poderão encontrar no dito manual, e que, então, mais não fazem que expor mamas no Google, secção de imagens:

Chosen One, Doll, Saldos, Cão, Omertá, Soares, 360, Careca, Inferno, Ketchup, Charlie Sheen, Pinheiro, Quem é?, Salazar, Xiça, Cigarro, ‘Vêze-o?’ (Nota do Autor: que é como algumas pessoas dizem ‘vê-lo?’), Xexé, Agora Não Posso, Martelo, Bola ao ar, Coerência.

17.11.05

O Mundo Civilizado

Mandei no outro dia, uma carta de solicitação espontânea por e-mail. Assim, sem mais nem menos, ofereci-me para trabalhar para uma empresa. Tal como milhares de outras pessoas neste país, ando há já algum tempo a procura de um emprego melhor (leia-se mais bem pago.) Já devo ter mandado pelo menos uns 1000 currículos desde que deixei de estudar e posso afirmar que já tenho uma vasta experiência nessa matéria. Como tal, não estava a espera de resposta, porque era para uma empresa de um ramo do qual não tenho conhecimentos nenhuns. Quem é que se dá o trabalho de responder à solicitações espontâneas? Pareçe-me mais fácil neste pais ganhar o euro milhões….
Qual não foi o meu espanto quando no dia a seguir, logo de manhã, já tinha um e-mail na minha caixa de correio electrónico. Obviamente não era para me oferecer trabalho, milagres só em Fátima, mas tinha uma pequena nota de agradecimento e de apoio.
Comoveu-me. Essa enorme multinacional deu-se ao trabalho de me agradecer a mim, um meia-leca qualquer num pequeno país chamado Portugal. Mas porquê?
Porque a dita empresa não era nacional, mas sim estrangeira. Pelos vistos lá fora, as pessoas que se esforçam a procurar trabalho (já gastei uma pequena fortuna em papel, tinta, selos e CD´s) são tratados como seres humanos.
O que é preciso, é uma cruzada de empresas lá do norte contra esses bárbaros infiéis que há por cá. Mostrar-lhes e ensinar-lhes as boas maneiras do mundo civilizado. Como vitalizar a economia Portuguesa, criando novos postos de emprego também seria uma boa lição!

"Vinde nobres estrangeiros! Pela A1 é sempre a descer, não há que enganar!"

11.11.05

Grande Concurso de Natal GM

O espírito natalício contaminou a redacção do GM, e por isso, resolvemos organizar um grande concurso onde se pode ganhar, - nem mais, nem menos- uma fantástica camisete (leia-se t-shirt) GM!
Pensámos que faria sentido, Portugal livrar-se do Pai Natal e optar, orgulhosamente, por uma verdadeira figura Portuguesa.
Para participarem, têm de enviar-nos o nome de uma figura e a lenda que está por trás. Já tivemos algumas ideias aqui na redacção, que vamos dar como exemplo:
- D. Sebastião, o menino-rei que na eterna procura do caminho para o seu país passa pelas casas das pessoas e oferece cabeças de mouros aos meninos que se portaram bem, e nevoeiro ao que se portaram mal. É um messianismo ligado ao espírito do Natal.
- Cavaco: vai até ao congresso da Figueira no seu citro BX, fazer a rodagem e distribui prendas às crianças, compradas com subsídios da C.E.E. É também um messianismo ligado ao espírito do Natal.
- Soares: esbanja o dinheiro do contrabando de pedras valiosas, oferecendo prendas aos meninos que dizem que ele "ainda é fixe". Sabe andar de elefante.
- Salazar: não dá nada, mas leve os meninos maus em passeios a Peniche e ao Ultramar.
- Sá Carneiro: vem de avião trazer prendas aos meninos pobres de Camarate, directamente nas suas chaminés.
P.S.: Podem enviar propostas até o dia 30, que serão depois, votadas aqui no GM, numa eleição online. Bom trabalho!

9.11.05

O Mito do Pai Natal Desvendado I

Se em Portugal e nos Estados Unidos há o Pai Natal, em outros países há outras figuras natalícias. Como por exemplo, na Itália onde temos a tradição de "la Befana". A lenda de “La Befana” conta-nos o seguinte. Os três reis (Belchior, Baltasar e Gaspar) estavam a seguir a estrela que lhes ia indicar a Santa Criança. Cansados bateram à porta de uma pequena cabana, onde uma velhota lhes abriu a porta e lhes deu algo refrescante para beber.
Contaram a velhota sobre a sua missão e perguntaram-lhe se queria vir também. Ela retorquio que estava cansada e que tinha demasiado afazeres. Depois dos três reis terem partido, ela teve uma epifania, ou seja uma visão, do menino Jesus (epifania é outro nome da festa do dia 6 de Janeiro, a dos três reis). Teve remorsos por não ter ido com os reis, juntou umas prendas e resolveu procurar a criança. Até hoje continua a procura e como tal, passa em todas as casa onde há crianças.
O nome dela, “La Befana”, vem da palavra grega epiphaneia (manifestação, revelação) e passado muitos tempo, perdeu-se o “f” e o “i”.
É uma tradição muita antiga e que já existe, pelo menos, desde o século XIII. Na noite do 5 para o 6 de Janeiro, as crianças penduram meias, deixam uma tangerina e um copo de vinho ao pé da lareira para “La Befana”, que voa na sua vassoura. No dia a seguir, a bruxa deixou ao lado do copo vazio, a casca da tangerina. A criançada que se portou bem encontrará na meia, doces, e aqueles que se portaram mal: carvão, alho ou cebola.
Sabe-se também, que "La Befana" quando era nova, era uma tipa bem jeitosa. Ainda nos nossos dias, há homens que dizem: “Comia agora uma bela bifana!”


La Befana vien di notte
con le scarpe tutte rotte
col cappello alla roman
viva viva la Befana!

Só Estou Bem Aonde Não Estou II

CRÓNICAS DE ERASMUS

O dia 20 de Fevereiro de 1993 marca o príncipio do fim... de quê? Da sanidade mental de qualquer pessoa que, como eu, aprecia (e muito) as suas duas a três horas de televisão diária. Nesse negro dia de 1993 nascia a TVI... Já tinhamos a SIC e os primeiros tempos dessa estação não tinham prometido muito (uns concursos manhosos e um ou outro filme). Era natural que a primeira emissão de um canal que se anunciava como predominantemente católico também não nos entusiasmasse muito... e menos entusiasmados ficámos com as primeiras aberrações transmitidas pelo dito canal ( uma tal de Olga era considerada amiga dos portugueses, vá-se lá saber porquê!).

Com o passar dos anos a coisa foi-se compondo... E compôs-se de tal maneira que, a certa altura, pus a hiótese de me reconverter ao catolicismo! Especialmente durante os breves meses em que os filmes da TVI passavam sem intervalo. Era quase maravilhoso (quase porque se um gajo não calculava bem as coisas corria o risco de ter que se levantar a meio do filme para ir buscr outro pacote de amendoins ou para ir à dispensa buscar mais uma garrafa de Coca-Cola)! Aquilo funcionava bem, havia uma harmonia entre os espectadores e os programadores como nunca antes tinha havido (excepto quando a RTP tinha os direitos sobre os europeus e os mundiais de futebol e transmitia todos os jogos – isso é que era empatia!). Mas como tudo o que é bom tem que ser fodido pela televisão (até fizeram uma série de televisão a partir do Tremors), começaram os intervalos. A príncipio, para a malta não desconfiar, era só um intervalo, não muito longo. Depois passou a dois menos longos. A terceira fase consistia em quatro intervalos (como popularizado pela RTP), todos com uma duração muito curta. E foram fazendo os seus reajustes até chegarem aos pornográficos intervalos que todos conhecemos.

Por certo já todos pensámos, pelo menos uma ou duas vezes, sobre o que é possível fazer durante um intervalo da TVI... Eu fartava-me de pensar! Até que um dia me cansei e passei à prática – fiz uma tradução de Horácio (não estou a gozar – aquilo no liceu era muito exigente)... A partir daí foi sempre a somar: composições de inglês, composições de francês, exercícios de informática e até cheguei a estudar para um teste de Expressão Dramática (parece mais sério do que dizer “estudei para teatro”) sobre máscaras (o tédio era total!). As coisas foram-se agravando até chegarem ao cumúlo de se poder fazer um jantar (e jantar) num só intervalo. Conheço pessoas que fizeram (ou estão a fazer) teses durante os intervalos da TVI. A coisa ficou tão séria ao ponto de, muitas vezes, me esquecer de que estou a ver, por exemplo, o Karaté Kid 4 (que toda a gente sabe ser a prequela do Million Dollar Baby). É claro que se pode perguntar: “porque é que o gajo não arranja TVcabo?” Primeiro porque quando estava no liceu não havia TVCabo. E em Lisboa não há Tvcabo na zona em que a minha casa está instalada, evidentemente! E mesmo que houvesse, que canal da cabo passa o Rambo II? Teria sempre que lidar com a TVI e com os seus intervalos. O ideal seria o sistema dos Morangos com Açucar: um relógio em contagem decrescente para o fim do intervalo. Assim, quando começasse um intervalo, o relógio poderia evoluir eloquentemente desde os 45 minutos até à contagem decrescente (entoada por toda a familia) dos últimos segundos... depois poder-se-ia exclamar em uníssono: “Ah! Afinal estávamos a ver o Sozinho em casa 3!” E naturalmente que alguém responderia: “Epá, ia jurar que era o 4!”

Na Irlanda a coisa funciona com intervalos de quinze em quinze minutos, geralmente bastante curtos. Não é o melhor sistema, especialmente para filmes, mas pelo menos sempre me vou lembrando do que estou a ver. O curioso aconteceu quando estava muito entretido a ver o True Lies e a meio do primeiro intervalo começa o telejornal. Não a síntese das notícias, não um compacto, mas o verdadeiro telejornal de três quartos de hora, com direito a resumos do campeonato inglês e tudo (do mal o menos!)... Isto não foi novidade para mim – a TVI já o tinha feito, embora nunca tivessem ido tão longe ao ponto de darem o Jornal da Noite num intervalo. Mas se a moda pega, em breve teremos a Manuela Moura Guedes a falar sob um relógio a fazer a lenta contagem decrescente para a segunda parte dos Morangos com Açucar, a famosa parte onde se podem ver duas cenas nunca vistas...

8.11.05

Pombalhada


Por defeito, gosto de animais. Mas cada vez me é mais difícil incluir os pombos em tão nobre categoria. Parece que agora até são imunes à gripe das aves. Pois, é natural, tendo em conta que são ratos, ainda que alados, parece-me bastante natural que o espirro de uma gaivota ou de uma arara não lhes faça grande mossa. Além disso, é óbvio que os pombos são imunes à gripe das aves. A sífilis também é imune ao escorbuto, por exemplo. É tudo pão do mesmo saco. Nunca vi uma doença infectada com outra doença. Logo, é claro que a gripe das aves passa ao lado dos pombos. Se calhar até se cumprimentam.

Mas fosse só isso que distingue os pombos de outras espécies animais! A sua destreza na arte de voar é de tal ordem que mais parece que as asas só lhe são apresentadas no exacto momento em que levantam voo. Portanto, quem vê um pombo a voar na sua direcção, na única forma que pelos vistos conseguem fazê-lo – destrambelhadamente, claro –, e pensa ‘oh, é óbvio que este pássaro com olhar lunático se vai desviar da minha cabeça’, comete um erro crasso. O efeito desse equívoco: levar com um pássaro nas trombas, e ainda por cima um que parece perder toda a penugem poluída que o reveste sempre que é desviado da sua caótica marcha. Além de ficar com a boca cheia de penas, ainda vai ficar com toda a gente a olhar de lado, porque, afinal de contas, vai parecer que, apesar de apessoado e de transportar uma mala de cabedal com papéis importantes lá dentro, estava a tentar comer um pombo em plena Rua Augusta. Só no tempo dos castelos é que isso de comer pombos vivos era socialmente aceite e até, em certa medida, incentivado. Agora já não. Os pulhas.

Depois, não se pode ir a comer uma merenda ou uma bucha que deixe migalhas. É que os pombos têm um radar qualquer para atacar qualquer resquício alimentar (sobretudo panificado) antes que atinja o chão. Isto pode parecer coisa pouca, mas experimentem ser alguém que viu o ‘Pássaros’ do Hitchcock quando era puto – tendo ficado deveras impressionado com a malvadez de centenas de pequenos bicos organizados –, e depois ver-se rodeado de milhares de pombos só porque deixou cair uma rodela de salpicão da sandes que enfardava. Não é o meu caso, mas tenho um amigo que entra em pânico com isto.

Além de bocados de comida que caiem das mãos ou das bocas de pessoas que merendam em andamento, e, claro, além de comerem aquele pão com três semanas que alguns velhos malucos insistem em oferecer, os pombos comem outras preciosidades. Não são rapazes esquisitos, e até eu, que já vi um porco comer um capacete, fico admirado com a variedade que caracteriza o regime alimentar destes columbídeos. Já vi um a penicar nos restos do Gambrinus – um dos poucos restaurantes em que o preço estipulado para uma malga de sopa chega para pagar 1/3 da minha renda –, para, segundos depois, ir sorver o vomitado de um bêbado que ainda por lá dormia. A refeição terminou com uma espécie de digestivo, bastante popular entre a pombalhada, chamado ‘beata de cigarro’. Aliás, se atentarmos na dieta destes fascinantes seres, a cor e a liquidez dos desperdícios com que, desde os céus, brindam pessoas de fato, estátuas e carros, já não parece tão inexplicável.

Em Lisboa, há mais pombos que pessoas. Poça, se calhar o número de pombos até ultrapassa a média diária de vezes que, no metro, se desvia o olhar da velhota que sofre em pé a implorar em silêncio pelo lugar que ocupamos sem dó nem piedade! Mas o que mais me intriga em relação a estas ratazanas dos céus é que, bem vistas as coisas, os pombos até acabam por ser o equivalente, em pássaro, daqueles gajos labregos das motas que, já com a tropa feita, iam à secundária meter-se com as raparigas giras da nossa escola. Também os pombos, apesar de serem uns maltrapilhos com penas cinzentas e pretas, acabam por sacar as pombas, que são imaculadas, brancas, bonitas e símbolo de uma carrada de coisas bondosas. São as gajas boas da passarada. É assim a vida.

31.10.05

Eu Fumo! Tu Não?!

Olá! Já por aqui se tem falado, escrito, acerca dos problemas que o tabaco acarreta, o GM está atento mas ainda não tem uma posição definida em relação ao tabagismo. O nosso colaborador M. que já fumou, escreveu o seguinte slogan para uma empresa tabaqueira: "Eu odeio-me, e quero morrer". Com este slogan levantou uma questão no cérebro deste vosso fumador activo. Então não é verdade que fumar está na realidade ligado ao progresso, que a humanidade tanto mira? Passo a explicar, cada vez que fumamos um cigarro americano, não estaremos a passar as seguintes mensagens: "Eu fumo, e a cada passa que inalo, estou na realidade a respirar o ar poluído que é apanágio desta sociedade industrializada". E mais: Não estarei a comprar tabaco americano, porque secretamente não estarei a torcer para o bom sucesso da globalização que está em marcha?!".
Eu fumo cigarros para desculpar aos bons U. S. of A. o facto de eles hipócritas nojentos não retficarem o protocolo de Kyoto, e prefiro o tabaco Americano ao negro embargado "livre" cubano, por uma questão de gosto. Mas assim que Cuba se democratizar, serão muitos os americanos a trocarem o seu "virginia" pelo charuto cubano. E assim é a globalização. Enfim isto seria o meu caso,não fosse em breve deixar de fumar os meus cigarros portugueses, no dia em que a fusão a frio for descoberta, e queimar combustiveis fosseis e derivados de plantas deixarem de ser uma realidade.

27.10.05

O Bicho Homem III

Neste espaço a negro com letras a branco, que não é mais que o universo ampliado 100.000 vezes (recente descoberta feita pelo panteão nacional) conto hoje a história do bicho homem III. Este é conto mais afastado do nosso sistema solar, uma história sobre um homem do caraças, com uma cabeça do caraças a viver num universo do caraças.
No verão de 04, trabalhei 'lá na França' fechado numa quinta durante dois meses, a apanhar maçãs. O único contacto com seres humanos acontecia ao fim-de-semana quando ia às compras no LIDL da vila mais próxima. Na quinta havia mais empregados, mas todos eles eram bichos homens com grande potêncial a figurar no estrelato deste blog. Estes bichos homens de nobres costumes e de gostos exóticos tinham um jeito de socializar que nunca percebi bem. Todos os dias havia discussão sobre um assunto qualquer e terminava sempre numa aposta a dinheiro, a quantia era sempre o ordenado de um mês. Como pode ser isso possivel, 30 vezes muito dinheiro dá muito mais dinheiro.
É uma experiência com um deles que vos conto. Raposo é alcunha, é português, vive na Bragança profunda- digo mais alta- e deve ter uns 50 anos. É careca ao meio e tem cabelo comprido dum lado puxado ao máximo para o outro. Veste normalmente uns calções de corrida “UMBRO”, com um pente na baínha, pronto a disparar e calça uns de chinelos de mini-mercado. A sua experiencia de trabalho é internacional, França, Canadá e Bragança. Foi dono de um Porche, falava muito e mal e bebia q.b., a sua paixão é a caça. Tinha as ideias mais estúpidas e incríveis que já ouvi.
Quando lá cheguei, desfiz as malas e fui à cozinha no rés-do chão, e vi pela primeira vez o Raposo. Um aperto de mão e começou a falar para mim. De seguida foi a um canto da cozinha onde havia uma televisão velha que não funcionava, afastou-a da parede, olhou duas vezes lá para trás, meteu lá a mão e apanhou qualquer coisa. Chegou-se ao pé de mim abriu e a na palma da mão estavam dois dentes. E disse-me assim: 'estes dois dentes ficaram-me aqui do ano passado, este ano vou leva-los'. Eu olhava-lhe para a boca e confirmava o facto, faltavam-lhe mesmo dois dentes no lado esquerdo.
Chamavam-lhe Raposo porquê? Porque trabalhava na apanha da maçã 'lá na França' com um marroquino e para o chatear dizia-lhe que comia carne de porco:' je mange cochon!' Um dia sabe-se lá porquê disse-lhe: 'je mange rapose!' Ou seja, eu como raposa.
Grande bicho homem este, sempre a desafiar a lógica universal das palavras e questionar a velha gramática...



As suas teorias mais conhecidas são as seguintes:

- o Canadá é mais perto do céu;
- o vinho aberto desenvapora;
- os cds estragam a vista (segundo a bruxa que foi falar à rádio Toronto);
- o líquido da louça é inflamavél;
- estragou os dentes a lavá-los;
- os cigarros de enrolar têm de enxugar antes de serem fumados;

Análise imagética de imagens analíticas


O cartaz de Carmona consegue ser mais profundo que a imaginação de um pedreiro quando, do alto do andaime ou do taipal da camioneta, vê uma rapariga a comer uma banana. É sabido, até porque há uma canção sobre isso e as canções temáticas são todas verídicas, que Lisboa é ora menina, ora moça. Na altura em que Carlos do Carmo cantava, e alguém lhe dava ouvidos, até era mais menina, porque era assim que terminava o verso, mas agora é de supor que já seja uma moça feita. Carmona sabia disso e resolveu recorrer à sua capacidade metafórica para erigir um cartaz vencedor. Passo a explicar: no cartaz de Carmona, está implícito que todos os presidentes de câmara anteriores são os homens que foram para a cama com Lisboa. Todos abusaram de Lisboa, esburacaram-na, alargaram-na muito para além do que era expectável, pagaram-lhe implantes de silicone quando havia outras prioridades, como comprar um aparelho para os dentes, uma mochila nova ou o passe 30 dias para o metro, enfim, foi chegar, usar, e quem viesse a seguir que limpasse aquilo tudo.

Mas ninguém limpava. Continuavam todos a usar e o espaço foi-se deteriorando a olhos vistos. Eis que chega Carmona com um conceito inovador: não ia para a cama com Lisboa, muito menos abusar dela, ia antes ajudá-la a sentir-se bonita e desejada outra vez. Seguindo esta lógica, torna-se óbvio por que raio arregaça as mangas o candidato, e, afinal, a que é que Lisboa ‘vai com ele’. O ‘isto’, portanto. Ora bem, em que categoria profissional é que um indivíduo recebe uma senhora com um afável sorriso, enquanto arregaça as mangas e, para efeitos de motivação e de modo a afastar algum desconforto que se possa instalar, diz ‘vamos a isto’? É simples, no cartaz de Carmona, ele é então o ginecologista que vai limpar a porcaria que os outros presidentes de câmara deixaram naquilo Lisboa tem de melhor, a sua ‘virtude’.

26.10.05

Inveja!

Pelos vistos, há gente por este mundo, com inveja
do nosso sucesso...



Ficamos a saber que também somos lidos na Escócia e que
alguém por aquelas bandas, tem uma alcunha... CROP!

Só Estou Bem Aonde Não Estou I


Crónicas de Erasmus


Estou a fazer o primeiro semestre do curso de Línguas e Literaturas Modernas na Universidade de Maynooth (para os mais fracos em Geografia, fica 20 km a norte de Dublin – norte é para cima, Dublin na República da Irlanda). As razões desta escolha não interessam – por enquanto... O que interessa nesta primeira crónica é que estou a viver num apartamento, no campus universitário (campus num texto em português não soa tão bem), com mais três pessoas: um romeno, uma francesa e uma alemã. O romeno e a francesa são casados – um com o outro – e a alemã é uma freak em fase de negação... Acaba por não ser tão mau quanto parece – há televisão com doze canais! O que me indigna, para além das comidas alemãs que parecem papa e dos bolos sem açucar da francesa, é o ódio de morte que o romeno tem aos irlandeses. No outro dia, quando cheguei a casa depois de ir a um pub ver o jogo de apuramento para o Mundial de Futebol de 2006 entre a Irlanda e a Suiça, deparo-me com o romeno que me pergunta qual tinha sido o resultado do jogo. Disse-lhe que a Irlanda tinha empatado e que não ia ao Mundial... O gajo fica todo contente e começa a chamar aos irlandeses isto e aquilo, fuck daqui, motherfucker dali, etc, etc. O gajo há quatro anos que vive na Irlanda, ganha uns cobres a cantar num coro de igreja em Dublin, casou com uma francesa que conheceu na Irlanda, arrastou a francesa para viver com ele na Irlanda obrigando-a a arranjar emprego e a deixar a familia: fez tudo isto com um profundo ódio à Irlanda e aos irlandeses... É claro que se podia pensar que, vindo um gajo da Roménia, é mais que natural que prefira ficar num país que detesta a voltar para um dos representantes do terceiro mundo europeu... mas não! Aparentemente, e pelo que ele me conta, tudo na Roménia é melhor! A comida, as bebidas (tanto a água como o vinho), as mulheres, os bares, os transportes públicos, os carros (quando eu me ri ele disse que era o preço que era melhor, não os carros propriamente ditos)... até a carta de condução é melhor (“vê lá”, diz-me ele em inglês quase sem sotaque, “que aqui na Irlanda as cartas de condução são em papel cor de rosa, dobradas em três!” – é claro que fiquei chocado! Nunca pensei que pudesse haver cartas de condução em papel!)... Ora, como queria ser amigo dele (ele também faz uns biscates na recepção do prédio e arranja lâmpadas de borla!), disse-lhe que ele tinha razão – “até no desporto são melhores" (embora a Roménia também não vá ao mundial)... Nesse momento a sua cara perdeu o sorriso, as lágrimas apareceram-lhe no canto dos olhos... Pensei que tinha posto os pés na poça, que não devia falar de futebol numa altura destas, mas ele sai-se com esta: “Pois somos, mas... infelizmente não há dinheiro para pagar à equipa de ginástica para ir ao Jogos Olímpicos...”

Estes Americanos são loucos



Chamar uma loja de calçado desportivo "The Athlete´s Foot" ou seja pé de atleta na língua do Gil Vicente, é de facto obra. É sim...mas nós gostamos, de humor cruel assim e queremos mais lojas assim. Aqui vão algumas sugestões nossas: The Mad Cow (A Vaca Louca) para um talho, Obesity (obesidade) para uma pastelaria, Fuck the ozon (f*** a camada ozono) para uma perfumaria e I hate myself and I want to die (odeio-me e quero morrer) para uma tabacaria.

24.10.05

Anti-Estilo XIV



Também sou daquelas pessoas que apesar de ter televisão por cabo, continua a não ver nada de jeito. Os filmes, as séries, os desenhos animados, e os bons eventos desportivos, simplesmente não passam pelos mais de 30 canais. Verdade seja dita... às vezes tenho direito a um episódio já visto de 'Seinfeld ' e até já me tornei já, um espectador assíduo da oficina das motas.
Um dos canais, nos quais também paro às vezes, depois de longos tempos de zapping, é a RTP Memória. Normalmente para ver um jogo da bola de há 20 anos, mas por vezes para ver também antigos programas de entretimento. Não por serem bons...não senhor, mas sim, por serem tão maus.
E quando vejo um programa do Júlio Isidro, vem-me sempre a mesma pergunta à mente: “Como é que foi possível que este homem se tenha tornado um dos mais famosos apresentadores do país!?”
Obviamente que naquela altura, o povo não tinha as capacidades mentais que tem agora, devido aos muitos anos de ditadura, à falta de escolaridade, à pobreza, aos 2 canais de televisão, que ainda por cima eram a preto e branco. Sim, estes factores poderão ter sido contributos para a carreira televisiva deste homem. Mas na verdade, até não foram, porque depois do 25 de Abril - depois do povo se ver livre do fascismo - o apresentador mais chato do mundo continuou a reinar por mais de 15 anos o meio televisivo.
Sejamos francos... ninguém no seu perfeito juízo, consegue ver de livre vontade o “Clube dos Amigos Disney” ou o "Regresso ao Passado".
E mais, o homem casou há poucos anos atrás, com uma mulher, 27 anos mais nova do que ele.
A minha teoria é que, o Júlio é um hipnotizador e dos bons.

23.10.05

Separados à Nascença



Inicio aqui uma variante desta rubrica, que intitulo de 'Agora que falas nisso, e assim ao longe, até são mais ou menos parecidos, não sei bem... eles já me parecem todos iguais de qualquer maneira'. Este caso que vos trago, não é mais do que um mero exemplo da enunciação do sujeito que protagoniza a História Ocidental (um indivíduo adulto, caucasiano e do sexo masculino) aquando a escrita dessa mesma História. Ou seja, uma visão do mundo assente no imperialismo, no machismo e na xenofobia, onde o facto de indivíduos de raça negra que usam gorros vermelhos, os torna praticamente iguais aos olhos de qualquer indivíduo bem apessoado ou de boas famílias.

Puto que faz de Saci Pererê- Não me dei ao trabalho de descobrir o nome dele, mas deve ser um daqueles miúdos 'pé-de-chinelo' que foi figurante na 'Cidade de Deus' e que um produtor da Rede Globo achou que ele até tinha talento, e que não era só para roubar. Além disso o elenco do "Sítio do Picapau Amarelo" já mudou montes des vezes e já não reconheço ninguém. Sei apenas que o actor que fez de Saci no nosso tempo, não só tem as duas pernas, como também vai agora entrar na série nova onde faz daquele velho do cachimbo. É para que vejam como as coisas são...

Kumba La Lá- É, para além de protagonista daquela música que os escuteiros insistentemente cantam em todo o lado e da qual os Guano Apes fizeram uma versão 'pesada', o auto-proclamado Presidente da República da Guiné-Bissau que há uns tempos atrás tinha sido destituído do seu cargo, devido a um golpe de estado militar. Antes isso que um golpe na cabeça... que por acaso até podia ser ocultado debaixo dum barrete vermelho... Hummm... dá que pensar, não dá?

Seu Jorge - Conhecido também como "Mané Galinha" (Knockout Ned em inglês) ou "Pélé dos Santos" (uma espécie de Jacques Costeau negro), os seus alter-egos cinematográficos, este 'estudioso intuitivo do samba' foi o vocalista dos Farofa Carioca, e estreou-se a solo com o disco "Samba Esporte Fino". Edita agora o seu segundo albúm, mas o que toda a gente gosta mesmo é das covers que ele fez do Bowie, para a 'trilha' sonora do "Life's Aquatics".

19.10.05

OCC

Tenho vergonha em dizer isto, mas tenho que admitir que gosto de ver o "Orange County Choppers", o reality show da oficina das motas. E o que é mais estranho, é que nunca gostei de motas, carros, máquinas e muito menos de oficinas. Já vi também o "Monster Garage" ou "Pimp my Ride", mas não chegam aos calcanhares da "OCC".
Às vezes a minha cara-metade chateia-me a cabeça e diz: 'Porque estamos a ver esta seca outra vez, tu nem gostas de motas...' Mas eu retorquia-lhe logo: 'Olha, vai entrar o sénior... ahahah.. ele está com ar de poucos amigos, o filho vai levar outra vez nas orelhas!'
Digo-lhe também sempre que é um programa de entretimento, mas que se aprende coisas novas também. Já mostraram o processo de cobrir uma mota com cobre e como se corta peças de metal com jacto de àgua.
Paul (senior) é o pai durão com grande bigode. Ele é o chefão e às vezes chateia-se com os seus funcionários (sobretudo com o Paul Jr.) quando há pouco tempo para a entrega ou quando a oficina não está limpa como devia. Paul Jr. é o filho do meio e o mestre-construtor das motas. É o mais talentoso da oficina e tenta muitas vezes coisas novas e originais, e como perde tempo com isso, muitas vezes luta contra o relógio. Mikey, é o filho mais novo, é forte e tem cabelos longos e atende os telefones. É o palhaço da oficina. Vinnie, é o fiel empregado e amigo da malta.
Há motoqueiros que andam a dizer que o programa é uma bela m****, coisa que eu sempre pensei deles. Só atrasados mentais é que se juntam anualmente aos milhares no Algarve para beber cerveja, ver striptease e andar de mota.
Para finalizar deixo aqui este pequeno dialogo entre Senior e Mikey:

Paul Sr: 'Is there anything we need from upstairs?'
Mikey: 'Yeah get me some vice grips, and a taco.'
Paul Sr: 'Don't push it Mikey, you're on thin ice already.'
Mikey: 'How 'bout a burrito? I'm hungry.'


Da direita para esquerda: Paul Sr., Mikey, Paul Jr. e um palhaço qualquer.

18.10.05

Ricardo Queijo



Como nunca falamos de música, pensei que talvez seria 'engraçado' falar-vos de música. Vou falar então de um senhor chamado Richard Cheese.
Richard Cheese e a sua banda, os "Lounge Against the Machine" (da qual fazem parte: Bobby Ricotta, Buddy Gouda, Gordon Brie); são uma banda de covers (versões) de Los Angeles. Nada de especial até aqui, mas o que é realmente estranho é a escolha das bandas das quais fazem versões. Rage Against The Machine, Dead Kennedys, Red Hot Chili Peppers, Beastie Boys, Nine Inch Nails, Nirvana, Van Halen, Britney Spears, Linkin Park, The White Stripes, Snoop Doggy Dogg, Metallica, entre outras, são trituradas pela 'máquina' em versões lounge ou como o Richard diz nas suas próprias palavras 'que receberam um tratamento Vegas'.
O último album dele, “Aperitif for Destruction”, até tem “The Girl Is Mine” do Michael Jackson e Paul McCartney cantado por ele e pelo malogrado cientista Stephen Hawking. Eu estava para meter esta pequena apresentação na rúbrica do Anti-Estilo, mas transformar uma cantiga da Alanis Morissette ou dos Guns ´n Roses em música audível é de facto ... estilo.

17.10.05

A Gloriosa Saga da T-Shirt GM (Pt.3)

Antes de começar, um bem-haja a “outro Telmo”, o porta-voz de tantos insatisfeitos com a inconstância da publicação da Saga. Problemas editoriais e estratégias de marketing adiaram a sua continuação.
Na verdade não, mas não se pode alegar preguiça todos os dias, que as pessoas deixam de acreditar.
Em consideração por toda essa turba enraivecida (“outro Telmo”), não vou pôr em acção o meu plano inicial que consistia em enumerar mais uma data de historietas inconsequentes para, sem que ninguém se viesse a aperceber, poder acabar a 3ª parte da Saga exactamente no mesmo sítio das partes anteriores. Táctica muito usada em certos desenhos animados como: Dragonball e Tsubasa, e que de certeza contribuiu para o enorme êxito destes.
Portanto, todo o paleio que eu tinha preparado sobre a figura nostálgica que foi Paneleiro Pires, o antigo vândalo oficial deste blog, tem de ficar para outra altura...

De volta à acção: Manuel Trancoso vem na minha direcção. Pergunto aos meus colegas o que fazer, mas não ouço resposta. Ao olhar em volta apercebo-me de que se tinham ocupado a enrolar cabos; olhar para o céu à espera de sol; ou a experimentar todos os toques do telemóvel.
Quando penso que não há possibilidade de fuga, MT passa por mim sem me dirigir a palavra. Nem um olhar; um relance; um “olá lindinho”.
Um “estás bom pá” de cortesia também tinha servido.
Se por um lado deveria dar-me por feliz, a verdade é que fiquei perturbado com a situação. O que é que os outros tipos tinham a mais do que eu?
Discretamente, sigo MT o resto do dia. A ida de MT à menina da maquilhagem para mais um retoque enche-me secretamente de esperança de ver surgir um homem novo que se aproveite da situação e que lhe belisque o rabo, ou que lhe massaje as mamas, como qualquer actor faria no seu lugar. Mas nada. Quanto muito lembro-me de ouvir um “Posso experimentar aquele baton?”
E foi precisamente depois de ouvir um “Será que o verde alface da camisa combina com o rosa choque das minhas botas da tropa?” que resolvi desistir desta investigação absurda e sair de mansinho da roulote guarda-roupa.

A partir daqui não consigo descrever exactamente o que se passou, devido à experiência traumática que vivi. Lembro-me de ter tropeçado nuns cabides e de tudo ter caído ao chão... MT, com cara de poucos amigos, a segurar-me pelo colarinho e a pedir-me explicações. Eu a mudar engenhosamente os papeis e a mostrar-me indignado.
Custa-me a crer, mas não é de descartar, que tenha dito qualquer coisa como “Não sou suficientemente bom para ti, é?”
Aqui, MT começa a chorar e, para grande choque meu e de todos os leitores deste blog,...

..a desabotoar a camisa!

Como é que eu consegui sobreviver a este momento sem ter recorrido a terapia, e consigo ainda hoje fazer uma vida saudável, é o que se vai explicar na 4ª e última (?) parte desta magnifica saga!

Fatti Sconosciuti VII















Vou falar-vos de mais um assunto de interesse geral e, ao mesmo tempo, continuar essa minha cruzada pelo bom gosto e bom senso.
Há dois dias atrás estava eu a ver um filme de Jean-Luc Godard, quando deparei com o seguinte problema: Qual a diferença entre o estado satori e o estado nirvana?
Consultei a enciclopédia e procurei na net, mas nada feito, não arranjava um esclarecimento para essa minha dúvida. Resolvi então mandar um mail para um site ligado ao budismo em Portugal. Recebi logo uma resposta no dia a seguir (imaginem só, se todos os funcionários públicos fossem budistas...).

"Olá Matias,
Boa pergunta... Não sei se é lícito comparar estas duas palavras ou conceitos, pois veêm de duas escolas/tradições budistas diferentes, a theravada, ou budismo primitivo, no caso do nirvana, e a zen japonesa, para o satori, com métodos e ênfases diferentes, e por isso não directamente comparáveis entre si.
No nosso caso, do budismo mahayana / vajrayana, referimo-nos a:
- libertação, como estado intermédio, como sendo a libertação do ciclo de existências através do reconhecimento da não existência de algo possamos chamar 'eu', como entidade autónoma e independente, libertando-nos assim de todos os sofrimentos;
- e, depois, ao objectivo final, à iluminação, com a completa realização da verdadeira natureza da mente e dos fenómenos, para benefício de todos os seres, eliminando assim os traços mais subtis de ignorâcia e atingindo a mais alta sabedoria e a omnisciência;
Comparando agora, libertação equivale ao nirvana, ou seja, extinção. Quanto ao termo satori, já o vi ser utilizado nos dois sentidos, como estado intermédio ou transitório, e como estado final, ou iluminação, ou estado de não-dualidade e de inseparabilidade de sujeito, acção e objecto.
Melhores cumprimentos,

L. B."


Sayonara e vá em paz, estimado leitor.

16.10.05

Fatti Sconosciuti VI

Depois de dois posts sobre gajas e outro sobre cabelos, está na altura de pegar outra vez no fio da cultura e da sabedoria. Mas antes de começar, gostava de mencionar que nem todos os Gémeos são do mesmo clube, nem todos gostam de futebol. Isso fica portanto, esclarecido.
Como esta noite assisti com muita alegria à bonita vitória do Benfica sobre o Porto, lembrei-me de vos falar sobre o significado do nome do treinador do SLB . O nome Koeman é um nome constituído por duas palavras, algo que é hábito nas línguas germânicas (o alemão, o inglês e neste caso, o holandês). “Koe ” e “man” ou seja, vaca e homem. Um koeman é um cowboy ou em português, um vaqueiro. Portanto, o nome do nosso amigo holandês, na língua de Camões é Ronaldo Vaqueiro.

14.10.05

A Deusa VII

Fergie é o nome desta deusa, enão me venham dizer que ela não é bela, que eu chamo o meu amigo Zézé Camarinha para o provar. João, eu pensei que o Pedro estivesse a falar da princesa, tal é a minha burrice. Nunca relacionei Fergie com a Deusa...
Burrices à parte, Fergie nasceu nos EUA em 1975, nos anos oitenta emprestou a voz a um personagem dos Peanuts, não sei qual, o Google não me disse. Em meados de noventas junta-se aos Black Eyed Peas. E competindo com cantoras como J-Lo e Kylie Minogue pelo estatuto de nobre Deusa, dei-lhe a numenclatura VII, antes das opositoras portanto. Stacy Fergusson, é o seu nome. Tem apenas 1,63, não sei as medidas... mas é a toda a prova uma mulher muito madura com uma voz sensual, e, para deleite dos leitores que não vão ao Google em busca de dirty pics, e que são casuais fica aqui uma foto, retrato fiel do bom gosto que nunca irá esmorecer neste blog. Tenho dito!!

Crimes Capilares III

Não é preciso encomendar nenhum estudo de mercado, muito menos esperar que inegáveis provas científicas brotem de tubos de ensaio e bicos de Bunsen. É mais que sabido que, para, no louco mundo dos eighties, se destacar pela exuberância capilar, era preciso roçar o paranormal, o sobrenatural, o extraterrestre, o absurdo absoluto, enfim, ostentar o ‘homem elefante’ dos penteados. Mike Score (um gajo com um nome destes, se jogasse à bola, fazia as delícias dos gajos que fazem as manchetes dos jornais desportivos, sempre ávidos de trocadilhos fáceis e parvos) era o vocalista dos ‘A Flock of Seagulls’, um dos poucos nomes de banda que também encaixa perfeitamente como resposta à pergunta ‘eh pá, quem é que me cagou o carro todo?’. Em inglês, claro. Sempre que penso em gaivotas, lembro-me da Mafalda Veiga. Não faço ideia porquê. Vai ser das primeiras coisas que vou tentar saber quando começar a ter terapia.

Apenas uma das músicas dos ‘A Flock of Seagulls’ se tornou famosa. Depois, caíram na há muito anunciada decadência. Ficaram os ‘gajos daquela música’. Os ‘gajos daquela música’ são as bandas ou os artistas que se vêem ultrapassados, em termos de popularidade, por uma das suas cantigas, e que depois, em concertos, são coagidos pela audiência a tocá-la vezes sem conta. Normalmente, acabam por ficar paranóicos e passam a andar pelas ruas de sobretudo, óculos escuros e um incontável número de tiques nervosos – que foi como eu vi o Fernando Girão, a murmurar o seu único hit, o ‘Aqui já não dá’. De entre os muitos ‘gajos daquela música’ que para aí há, mais dois exemplos, um nacional e outro internacional: o Mário Mata é o gajo do ‘Não há nada p’ra ninguém’ e os Europe são os gajos do ‘Final Countdown’. Tão simples como isto. Mas os ‘A Flock of Seagulls’, além de serem os gajos do ‘I ran (so far away)’, são também os ‘gajos que tinham um vocalista que tinha aquele penteado todo coiso, néra?’.


E é merecido que assim seja. O que o Mike Score fez com as suas grenhas é digno de figurar perpetuamente nos anais do mau gosto. Conseguiu combinar vários tipos de penteado num só. O chamado ‘risco ao lado desde a orelha’, há muito a opção do Marante, está presente e faz-se notar. A novidade reside na opção por dois riscos ‘ao lado desde a orelha’, abarcando-se, assim, quer o lado direito, quer o lado esquerdo, e formando uma espécie de acolhedor ninho para onde convergem dois dos opostos mais conhecidos da humanidade. Depois uma franja. Bem grande e ‘em cone’, afunilando-se para junto do nariz e boca. Uma bricolage capilar, e de receita até bastante simples. Erguido com muita laca, força de vontade q.b., nenhuma noção do ridículo e um, indispensável e sempre presente, sentido estético em coma profundo.

13.10.05

A Mais Dura III



ANGELINA JOLIE

Angelina Jolie Voight nasceu a 4 Junho (não me enganei, estou mesmo a falar dela e não do Tom Cruise) de 1975, na 'Cidade Californiana dos Anjos dos Seios de Silicone' (que aparece como 'Los Angeles' no Atlas só porque o outro nome era muito grande e não cabia). É filha do 'Cowboy da Meia-Noite' Jon Voight e da senhora da livraria, Marcheline Bertrand, que pelos vistos também era actriz, modelo e tal. A sensualidade de orquídea selvagem, deve vir-lhe da madrinha que é a Jacqueline Bisset.
Na infância sonhava ser agente funerária, mas ao ver uns episódios d´"Os Sete Palmos de Terra" percebeu que era profissão de gente feia e/ou maluca. E uma vez que ela apenas bonita e maluca decidiu seguir uma carreira de modelo aos catorze (quatorze para os leitores do norte) anos. Daí até aparecer em videoclips como "Out of Hell II: Picture Show" do MeatLoaf, vídeos do seu colega de liceu Lenny Kravitz, dos Rolling Stones e dos Lemonheads, foi um instantinho. Tornou-se Embaixadora (da) Boa (Vontade) das Nações Unidas, cargo que o nosso Tony Guterres também ambiciona ou detém, não sei bem como isso ficou.
O seu primeiro papel cinematográfico de relevo foi no filme "Cyborg 2", que é como sabemos um filme dum gajo duro, ao qual se seguiram "Hackers" no qual fazia de pirata informática boazona, "Gia" onde desempenhava o papel de uma modelo drogada boazona, "Girl, Interrupted" no qual se fazia passar por maluca boazona,"Gone in 60 seconds" onde representava a personagem de uma mecânica boazona, "Tomb Raider" no qual encarnava uma "Indiana Jones" boazona, "Original Sin" onde foi a boazona que o Banderas comia, "Alexander" no qual assumia a pele de uma boazona dos tempos antigos, e finalmente, "Mr. & Mrs. Smith" onde fazia de Mrs. Smith. Com todos estes papéis construiu uma imagem de dura, de vilã e de mocinha nada sonsa, mas também de amalucada e rebelde. E usou armas, deu porrada, conduziu carros depressa, saltou e deu piruetas.
Mas se é uma dura, também o é devido às suas imensas tatuagens, que deixariam muito motard envergonhado na concentração de Faro. Vamos lá então enumerá-las: tem um 'H' no pulso direito, que é para se lembrar que letra vem a seguir ao "G" e antes do "I"; Tem uma citação do Tenesse Williams que vai do seguinte modo "A prayer for the wild at heart, kept in cages", que é para dizer que lê livros; Tem uma janela azul no fundo das costas, porque é patrocinada pela Microsoft®; Tem o símbolo japonês da morte, emblemas ameríndios e uma cruz de Cristo, para que quando morrer, nenhuma divindade ficar lixada com ela; Tem também uma frase em Latim que diz "Quod me nutrit me destruit" entre a púbis e o estômago, que significa 'O que me nutre/alimenta, destrói-me' e é apenas para que saiba.
É também dura porque adoptou uns putos e deu-lhes uns nomes esquisitos, tendo por isso, que bater nas mães dos 'outros meninos lá do infantário que gozaram com o meu nome, mamã'.
Tal como o gato maltês, colecciona facas e fala francês. O que dá imenso jeito para entender o seu próprio nome e cortar queijo.
Casou-se com um dos gajos do "Hackers", e com um barbeiro chamado Billy Bob (que também é maluco) e agora anda a deixar-se comer pelo sonso do Brad Pitt (sim ele tem um), o que deixou a Jennifer muito triste e faz com que a 'Anjolie Jolina' não seja considerada "A Mais Dura". Paciência, olha...

10.10.05

A Análise Pós-Eleições

Logo depois de terem saído os resultados das eleições autárquicas, sentimos o dever patriótico a chamar por nós e juntamos-nos todos no quartel geral do GM para fazer um brainstorm (tempestade no cérebro).
Portugal é conhecido lá fora pela sua riqueza cultural, pela sua longa história, pelo seu simpático povo e pela sua eficácia em organizar eventos de grande envergadura. Portugal não pode ter essa sua imagem imaculável, manchada por Fatimas Felgueiras, Valentins Loureiros e Isaltinos Morais. Pensámos e discutimos pela noite dentro sobre o assunto, e de facto encontrámos uma solução para essa vergonha nacional.
Portugal oferecerá Oeiras, Felgueiras e Gondomar às suas antigas colónias. Esses territórios tornar-se-ão enclaves ultramarinos do terceiro mundo. Portugal já ocupou terras lá, agora eles podem ocupar cá.... é justo. Sabemos que a Fátima Felgueiras tem laços com o Brasil, que o major é ou foi cônsul honorário da Guiné-Bissau no Porto, e que Isaltino tem contas na Suíça (que é o passatempo preferido dos políticos do terceiro mundo), tudo isso irá facilitar a intregação.
Depois, se algum estrangeiro nos perguntar o que se passou nessas localidades no dia 9 de Outubro de 2005, nós vamos poder retorquir: “Isso não é Portugal, é sim, terceiro mundo e essa gente não tem culpa de ser assim.”
Países candidatos com maiores probabilidades de ganhar estes novos territórios, são aqueles onde os direitos do homem ainda são um mero mito. Só assim talvez, a burrice será vencida.

O missionário dá as boas-vindas ao povo Gondomarense

6.10.05

Separados à Nascença


Pela primeira vez, uns trigémeos e, talvez por isso, as parecenças
se esgotem no facto de serem ‘três
carecas com pêras grisalhas’.

Paulo Coelho – Escritor seca. Quando era novo, iluminado por ideais e manias, quis fundar a ‘sociedade alternativa’, uma utopia anárquica, no estado de Minas-Gerais. Por muito que eu tenha fé que qualquer coisa vinda de Minas-Gerais seja capaz de mudar o mundo, estava mais que visto que este era mais um movimento social destinado a, como todos os outros, terminar em suicídio colectivo à passagem de um qualquer meteorito. Mas a Polícia Militar achou melhor terminar aquilo o quanto antes e meter tudo na prisão a experimentar torturas novas. Depois, Paulo foi para a Holanda onde conheceu uma pessoa a quem apelidou de ‘J’ em vários livros posteriores. ‘J’ tornou-se no mestre de Paulo Coelho e fê-lo ver a luz, tornando-o num fiel devoto da fé cristã. É ordem natural das coisas. Hoje anarquista, amanhã beato. Em ambos os casos, sodomita compulsivamente abusado. Depois, é o que toda a gente sabe. Começa a escrever livros com títulos execráveis e conteúdos semelhantes em catadupa. Conquista fãs em todo o mundo, inclusive celebridades com uma assinalável craveira intelectual, como sejam Sharon Stone, Madonna e Will Smith. ‘My favourite Writer? Paul Rabbit’, costumam responder estas e outras estrelas a Mário Augusto.

Peter Gabriel – Músico inglês. Se está farto de ouvir o Phil Collins com as suas baladas melosas e que encheram os Hit Parade de 88 a 92, culpe este ‘Pedro Gabriel’. Essencialmente porque, se ele não tem deixado os Genesis, ainda hoje o Collins estava dissimulado, e sobretudo calado, atrás de uma bateria. Em meados dos anos 80, Pedro lança o ‘teledisco’ mais genial da história da música: o divinal e indestronável ‘Sledgehammer’. Mas nem isso o safa ou nos faz esquecer que é ele o culpado de o Phil Collins cantar. Sim, nem a genialidade do ‘Sledgehammer’ amaina a dor que se sente de cada vez que se ouve o ‘Groovy kind of love’ ou o ‘Another day in paradise’. Bem, Peter também andou com a Rosanna Arquette e com a Sinead O’Connor, e consta que, afinal, estar na cama com uma gaja que diga ‘pente um’ sempre que vai ao cabeleireiro, é mesmo assustador e perigoso, quanto mais não seja porque quem estiver a espreitar – e sim, está sempre alguém a espreitar – pode muito bem indagar desconfiado ‘oh, diacho, mas aquilo são dois homens?’. E depois cria-se um boato chato. Já agora, ‘Pedro Gabriel’ veio ao Rock in Rio Lisboa e, diz quem sabe, que tem andado com a sua t-shirt ‘Eu vou’ desde essa altura.

Billy Joel – É um cantor que usa muitos pianos, mas, ao contrário de outros, não é um gay obcecado com óculos, nem preto e cego, muito menos fez um solo interminável no ‘Light my fire’, não tendo também aparecido nu na Nova Gente com um chapéu de ‘cowboy’ ou casado com a Valentina Torres. A sua música mais célebre chama-se ‘Uptown girl’ e foi na rodagem do vídeo que conheceu uma mulher bem acima das suas das possibilidades e com quem viria a contrair matrimónio: Christie Brinkley, a sumptuosa assistente que ajuda Chuck Norris a vender aparelhos de ginástica madrugada adentro. Quando era gaiato, farto de ser enfiado no cacifo e de ser baptizado diariamente na sanita da escola, chegou a ter lições de boxe e iniciou mesmo uma carreira no mundo do pugilismo, mas um murro mais poderoso nas ventas, que acabou por lhe redesenhar o septo nasal, fê-lo virar-se para definitivamente para as cantorias. Alcoólico inveterado, mas vertebrado, Billy tem prejudicado bastante a sua carreira e, actualmente, é habitual vê-lo, perdido de bêbado, adormecer em cima do teclado do seu piano durante os espectáculos, criando um efeito sonoro mais ao menos semelhante àquele que se obtém quando alguém desmaia em cima do volante do carro.