30.12.05

Dois Mil e Seis, Schmois Mil e Seis!

Por estes dias é costume fazer-se uma retrospecção do ano que passou.
Geralmente sinto-me sempre insatisfeito pelos planos que deixei por concretizar e muitas vezes de consciência pesada por ter arranjado todas as desculpas possíveis para não os concretizar.
A conclusão a que chego é que funciono essencialmente por reacção, o que é o cúmulo da passividade, sobretudo quando julgo que muito do que faço, faço-o por gosto.

Tenho duas facetas dentro de mim, uma mais lúcida mas incapaz de agir; e outra menos lúcida mas também incapaz de agir.
O grandioso esquema que aplico a mim próprio para me mover é, usando a sageza do Tiago mais lúcido (T+L), preparar armadilhas ao Tiago menos lúcido (T-L).

Para acordar de manhã, o T+L da noite anterior põe o alarme do telemóvel para uma hora madrugadora e esconde-o num recanto do quarto, para que, na manhã seguinte o T-L se veja obrigado a levantar e a procurá-lo.

Para fazer a cama de lavado (quando dormir nos mesmos lençóis se torna insustentável), o T+L tira-os de manhã da cama, para que à noite, o T-L estafado de um dia de trabalho, seja obrigado a pôr lençóis novos se quer ir dormir (obviamente que dormir sem lençóis é uma hipótese, mas gosto de acreditar que fui evoluindo ao longo dos anos).

Para ler os livros que se vão acumulando na prateleira, o T+L já não pega no jornal “Metro” antes de ir trabalhar. Assim, quando o T-L está aborrecido dentro do metro, não tem outro remédio se não ler o livro surgido misteriosamente no bolso do seu casaco (posto lá adivinhem por quem).

Para começar a trabalhar logo de manhã, O T+L deixa a porta do gabinete aberta. O T-L sente-se assim menos confortável, pressionado pelas pessoas que passam no corredor, e dedica-se ao trabalho.
É claro que quando os dois Tiagos estão próximos, as armadilhas nem sempre funcionam. Algumas vezes, o T-L levanta-se para fechar a porta. A Internet consegue assim mais um visitante e o T+L uma pequena derrota.

Com muita tristeza minha, continuar a enumerar o resto do meu dia só iria fundamentar ainda mais a minha teoria. (Quem é que me pôs uma sandes de queijo no outro bolso do casaco? Eu tinha pensado num bolo com creme para esta tarde...)
Por mais deficiente que este método-da-reacção seja, tem conseguido guiar-me a vida toda. Há, inclusivamente, pessoas que me levam a sério.
No entanto, em alguns momentos hum... mais lúcidos, sinto que fico aquém do que gostaria, e o ano que passou não foi excepção.

Provavelmente, em relação aos planos deixados por concretizar, o ano de 2006 continuará igual se não tomar uma de duas atitudes:
a) Ou realmente ganho força de vontade de, mesmo com poucas horas livres por dia, trabalhar para mim e evoluir naquilo que gosto;
b) Ou então só me resta esperar que o Tiago mais lúcido se lembre finalmente de uma armadilha irrepreensivelmente genial para me obrigar a trabalhar.

Espero aliás que ele esteja a pensar nisso enquanto eu dou a última vista de olhos às contratações no Record Online.

Example

29.12.05

As Coisas Piores Deste Ano!

Àlbum - empate técnico entre todos os discos da editora som livre (não quero ser processado).

Livro - empate técnico entre qualquer livro de anedotas.

Filme - empate técnico entre qualquer filme pornográfico.

Programa de TV- empate técnico entre qualquer programa do canal Vivir.

Personalidade- "Lello Minsk", que teima em achar que se dará bem no trono presidencial, ele até pode ser eleito, é elegível, mas a gente gosta mais dele naquelas canções. Pena não teres editado nenhum disco este ano pá.

Evento - Manifestações em França ex aqueo com o arrastão em Carcavelos.

Blog - qualquer um que tenha anedotas.

28.12.05

O Nojoso de 2005


Álbum: Qualquer um que inclua a pior canção desde “She’s in Fashion” dos Suede: "You’re Beautiful" do James Blunt. A letra é péssima, com versos ao nível da magnitude que atingiram os míticos “Don't be fooled by the rocks that i got/ I’m still/I’m still/ Jenny from the block/ used to have little now i have a lot/ no matter where I go I know where I came from (from the Bronx)” de J. Lo. A parte do “it’s true” é das coisas mais revoltantes que já ouvi.

Livro: "Como tornar-se num jogador decisivo" de (que ridículo…) Simão Sabrosa. Tive indeciso entre este e um outro em que o asqueroso jogador ensinava as pessoas a marcar livres directos. Pode não parecer, à partida, mas dá um jeito do caraças para conseguir aquele aumento lá no serviço. Bem, acabei por escolher o “Como tornar-se um jogador decisivo” porque, na apresentação do mesmo, Simão envergava um smoking de ganga.

Filme: Os traillers do "Adriana" e do "Um Tiro no Escuro". O primeiro porque tinha o pior actor de todos os tempos que, embora dizendo apenas “Adriana, não sei o que anda aqui a fazer, mas um homem não é de ferro”, chegava para provar como algumas pessoas deviam ter nascido vegetais. O segundo porque tinha o Joaquim d’Almeida a dizer “Shhh… faz ó ó” para um pobre bebé.

Programa de TV: Não é bem um programa, mas um subprograma: "Crónica Policial" do SIC dez horas. Demora meia dúzia de minutos e, basicamente, é a Fátima Lopes a ouvir a opinião de dois especialistas em assuntos da polícia e casos, que levam uma macheia de papéis que nunca têm tempo de ler ou sequer consultar. Uma espécie de jornal “O Crime” em versão televisiva e “a despachar porque vai começar o jornal da uma não tarda nada”. Tem um genérico minúsculo com sirenes.

Personalidade: O "namorado, agora marido, do Elton John". Porque, palavra de honra, alguma vez a frase “Sou casado com o Elton John” será levada a sério? Eu não quero viver nesse mundo. E também não quero saber qual deles é o “Rocket Man” e a “Nikita”.

Evento: As "cheias em Nova Orleães". Fez-me lembrar o Waterworld, o filme que acabou com o sofrimento que era a carreira do Kevin Costner. O mais triste é saber que o faltou ao Kevin foi sobretudo timing. Sejamos francos: alguém tinha ido ver o Schindler’s List em 1910? Ora bem…

Blog: "Retrato Global". Essencialmente, porque é de um gajo que trata as pessoas por você e não concorda com algumas das escolhas aqui da malta para piores do ano. Acho isto inconcebível. Chegue-se à frente, caro colega. Conte lá à gente que pontos do post anterior o revoltaram.

27.12.05

O Worst de Dois Mil e Five.



Álbum:
DZRT ao vivo no Coliseu. É mesmo muito mau! Fica assim provado que estes fantásticos músicos só funcionam bem em estúdio, tal como os Beatles.

Livro: o último do Dan Brown, seja ele qual for...

Filme: O Crime do Padre Amaro. Porque tem algumas partes onde a Soraia Chaves está vestida.

Programa de TV: Aquele o TVI, que dá no canal 4. A única coisa boa é que tem o volume alto, o que é ideal para fingir que estamos em casa na passagem de ano, para não sermos assaltados.

Personalidade: O Mário Soares, porque está gagá e vai fazer com que o Cavaco ganhe as presidenciais.

Evento: Prémios MTV em Lisboa. Porque “é como se faz lá fora”.

Blog: Trocadilhos do Quotidiano. Onde é que raio está a piada? A sério! Digam-me...

20.12.05

Os Melhores Albuns de 2005

Não posso dizer que sou um fanático de música popular. Nos últimos tempos, tem me dado muito mais prazer escutar a “Missa Solemnis” de Beethoven ou o “Blue Train” de John Coltrane, do que por exemplo o ultimo dos Gorillaz. Este ano, foi para mim sobretudo o ano, em que descobri o genial “The Köln Concert” do Keith Jarret. No entanto consigo sempre arranjar um espaçozinho para musiquinhas mais popularuchas. Aqui vai, como foi pedido por alguns estimados leitores, a minha lista dos melhores albuns de música dita pop/rock de 2005:

Antony & the Johnsons: I Am a Bird Now
LCD Soundsystem: LCD Soundsystem
Isolée: We Are Monster
Dominik Eulberg: Kreucht & Fleucht
Spinvis: Dagen van Gras, Dagen van Stro
Boards of Canada: The Campfire Headphase
The Fall: Fall Heads Roll
Jackson & His Computer Band: Smash
Tiefschwarz: Eat Books
Bob Dylan: No Direction Home (The Soundtrack)

19.12.05

Separados à Nascença











Calmeque: general dos Olmeque e personagem da popular série de televisão "Cité d’or"
Pierluigi Collina: arbitro italiano e figura VIP

16.12.05

Pequenos Prazeres

Cof! Cof! Como gosto de tossir baixinho quando passo por alguém que esteja a fumar. Fumei 10 anos e sei que é muito irritante. Podem chamar-me hipócrita, mas não vejo as coisas dessa forma. Gosto apenas de ser irritante uma vez por dia.



14.12.05

"Sou Eu!"



Há muito tempo que me intrigam as coisas que as pessoas dizem quando tocam à campaínha e alguém pergunta: "Quem é?".
Os carteiros respondem sempre "É o correio!", quando deveriam dizer que é o carteiro, visto que as cartas não falam. Os miúdos da publicidade usam a mesma lógica, porque se dissessem que eram "o Ruben do 10ºF que distribui publicidade para ver se consegue comprar uma scooter", duvido que alguém lhes abrisse a porta. O homem do gás diz que "é o homem do gás", o que chega perfeitamente, pois ninguém quer saber o nome dum homem que anda no negócio de levar bilhas. As testemunhas de Jeová não dizem nada e apenas esperam que Deus lhes conceda uma oportunidade de espalhar a Sua palavra. Já os ladrões e os agarrados não podem dizer "É um ladrão e/ou agarrado", logo dizem que são uma das pessoas que referi anteriormente.
Mas a resposta mais genial de todas é o clássico "Sou eu!". Toda a gente já a usou, e é uma resposta que prima não só pela sua sinceridade, mas também pela sua eficácia quanto à questão de abrir portas. As hipóteses que existem para além desta, não são nada de jeito. Há o dizer o nome na terceira pessoa "É o Não-sei-quantos", que nos faz soar a um egocêntrico que fala de si como uma entidade superior. Também há a versão da auto-afirmação, em que se diz "Sou o Não-sei-quantos", e que faz lembrar os maluquinhos deprimidos que sairam há pouco do hospício e que ouvem cassetes de auto-ajuda enquanto vão a caminho do consultório do seu terapeuta.
Dentro do "sou eu" existem duas principais variantes: o "Sou eu, abre a porta!" e o "Sou eu, o Não-sei-quantos!". A primeira tem de ser dita no tom autoritário e/ou agressivo, e intensifica a eficácia da abertura da porta. A segunda é bem mais sincera, e tem como objectivo refrescar memórias, enfatizar afectos, ou até mesmo abrir a porta.
É claro que os intercomunicadores com vídeo andam a lixar esta inofensiva prática. Já nem o "Pão por Deus" no dia de Todos-os-Santos com o seu "Ò tia dá bolinho, ou leva no focinho..." (o treat or trick lusitano) é a mesma coisa com essas modernices. Só nos resta mesmo tocar nas campaínhas e fugir. Nenhuma tecnologia nos irá destruir essa bela tradição de entertenimento infanto-juvenil. Valha-nos isso! Valha-nos isso!

6.12.05

Os Piores Àlbuns de 2005

How to dismantle an atomic bomb – U2
Andam a copiar as próprias musicas.
X&Y - Coldplay
Já não há pachorra para ouvir estes chorões.
Back to bedlam - James Blunt
Para falar em chorões...cá está outro. Nunca oiço rádio e mesmo assim sei que alguém é beautiful... aarrghhh!
Don't Believe The Truth - Oasis
Começou tudo tão bem com Definitely Maybe , desde então foi sempre a descer.
A Bigger Bang - The Rolling Stones
Estes gajos não deviam já estar num lar de terceira idade?
Hotel - Moby
O Moby encontrou a formula de sucesso, toca a repetir até exaustão.
The Understanding - Roÿksopp
Estes Noruegueses fazem um disco genial e depois fazem isto? Como conseguiram?
Confessions on a Dance Floor - Madonna
O proximo êxito de Madonna vai ter como base um sample dos Bee Gees.
The Future Embrace - Billy Corgan
E não é que este album é mesmo um embaraço?
Bleed Like Me - Garbage
Desde vez conseguiram fazer mesmo jus ao seu nome.
Supernature - Goldfrapp
É triste dizer, mas de facto os Goldfrapp só tiveram capacidades para fazer um album de jeito: Felt Mountain.
Jamiroquai - Dynamite
Been there done that!
Jagged Little Pill Acoustic - Alanis Morissette
A moça da boca gigante está longe dos tempos das vendas astronómicas, por isso lembrou-se de fazer um unplugged do disco que vendeu mais. Este ano também fez uma versão de uma música de Seal. Ela tem ideias criativas, mais não para a sua música.
New Order - Waiting for the Sirens' Call
Não havia necessidade…depois do esplendido “Get Ready!” era melhor ficar calado em vez de fazer isso.
Nine Inch Nails - With Teeth
Tal como os New Order, o mesmo para ti, Trent!

Música portuguesa não oiço, a não ser de vez em quando Carlos Paredes, Mão Morta, António Variações e o Zeca. Sei que os Xutos não lançaram disco....ainda bem.


















Há 2 anos atrás, houve muita gente que pensava , que o concerto em Coimbra seria a última oportunidade para poder ver os Stones. Enganaram-se, porque em 2006, cá estarão eles de volta para dar um concerto no Estadio do Dragão. Ainda não é desta que vou, mas, qui sait, talvez um dia acompanhado pelos meus netos...

4.12.05

A Mais Dura IV



LINDA HAMILTON

Linda Carrol Hamilton nasceu no dia 26 de Setembro de 1956, na cidade Salisbury (onde se localizam os montes onde o músico Pedro Gabriel vai buscar montes de inspiração), nos Estados Unidos da América. Seis minutos depois de vir ao mundo, veio uma outra criança idêntica a ela, a quem chamaram Leslie.
O pai, que era um general não-sei-quê, morreu num acidente de viação quando elas tinham 5 anos. A mãe, essa meretriz voltou-se a casar, desta com o xerife lá do burgo.
Aos 16 anos, Linda rapou o cabelo (onde é que já ouvi isto?) , cortou as pestanas e engordou, só para se diferenciar da irmã, que era uma chefe de claque do liceu.
Apesar de ter começado a sua carreira de actriz muito cedo, Linda nunca a encarou como profissão com futuro, e em vez disso aspirava (não literalmente) tornar-se arqueóloga ou bombeira. Chegou até a trabalhar como guarda do jardim zoológico, numas férias de Verão.
Na universidade, o professor de teatro disse-lhe que nunca ganharia a vida como actriz, mas depois de se mudar para Nova Iorque e ter estudado no Instituto Lee Strasberg, começou a vingar no mundo do showbizz. Logo, seu manager sacou-lhe a massa, o cacau e o guito e ela viu-se à nora para pagar a prestação da casa de Malibu. Ela não teve com meias medidas e meteu-se na droga, que como toda a gente sabe, é a solução para todos os problemas imobiliários e do reumático.
Depois de ter aparecido na ópera de sabão "Search for Tomorrow", consegui um papel (de dura) num filme de James Cameron intitulado "Terminator", ao lado do duro Arnie. Chegou mesmo a torcer um tornozelo de tanto correr nesse filme.
Seguiram-se uns filmes todos thriller horror sci-fi e coiso, tais como o remake de "Children of the Corn" (1984), "Black Moon Rising" e "King Kong Lives" (ambos de 1986), e ainda a popular série de TV "Beauty and the Beast" (de 1987 a 1990). Em 1991, participou na melhor sequela de sempre, "Terminator 2 - Judgment Day", filme onde prova constatemente que merece esta nomeação de dura. A sua irmã - que por essa altura era enfermeira de profissão- também participou neste filme, onde fez de reflexo da "Sarah Connor" e até mesmo de "Sarah Connor ao longe". Em 1995, Linda fez uma audição para o papel de Capt. Kathryn Janeway no filme "Star Trek: Voyager", mas não o conseguiu.
Linda casou-se várias vezes, a última das quais com o supracitado James Cameron, mas o seu casamente afundou-se quando descobriu que ele mantinha um caso com uma actriz de "Titanic". Talvez por isso tenho recusado o papel em "Terminator 3: The rise of the Machines", onde o seu ex-marido era produtor e ia mandar nela, o que não era grande ideia depois de ela ter-lhe sacado 50 milhões do bom e do belo com o divórcio.
Mas afinal o que faz Linda Hamilton uma verdadeira dura? Isto é, para além do caparro, das armas e da porrada, hã? Pois bem, uma dura tem que ter o seu quê de loucura e Linda nesse aspecto ganha muitos pontos, pois sofre de desordem bipolar há mais de vinte anos. Diz que agora anda a tratar-se, não sei...

Separados à Nascença











Ben Affleck - Actor, ainda não ganhou nenhum oscar, mas apalpou o rabo da J.Lo.
Robert Smith (The Cure) - Músico, podia ir para uma reforma antecipada, mas não quer.