30.6.06

Rádio Gémeo Malvado: Plágios



Estimado(a) leitor(a),
se quiser verificar se tem realmente um ouvido treinado como sempre afirmou ao longo destes anos todos, pedimos-lhe então que oiça a Rádio Malvada. Esta semana o tema da lista é plágios e portanto só constam músicas que forma plagiadas.

Andrew Oldham Orchestra - The Last Time
Os Verve tiveram que entregar 100% dos lucros aos Rolling Stones pelo uso de um sample de 5 notas anteriormente pago, porque a música se tornou um grande êxito. Andrew Loog Oldham, autor desta versão orquestral, também os meteu em tribunal porque achou e bem, que tinha sido a sua versão a que tinha sido samplada. Para piorar ainda mais as coisas dos pobres Verve, eles tiveram, sem poder recusar, a sua música utilizada numa publicidade da empresa Americana (mas que faz os seu produtos na China) Nike.

Aha - The Sun Always Shines On TV
Pois é… Beautifull Day dos U2, agora a própria banda Irlandesa foi imitada pelos Keane no seu novo single.

Kinks - All Day And All Of The Night
Deve ser das imitações mais descaradas que alguma vez foram feitas. Tomar doses industriais de droga deveria ter dado aos Doors inspiração para a criação e não para a pilhagem.

Steve Winwood - Valerie
Quem não se lembra de um êxito do ano passado chamado Call On Me? Se eu disser que tinha muita mulher a fazer aeróbica, muita gente se lembrará....

Kraftwerk - Neon Lights
Li que a Madonna veio cá buscar inspiração para Lucky Star. Não sei... mas fica sempre bem ter Kraftwerk numa lista.

The Chiffons - He's So Fine
George Harrisson cheio de inveja dos seus compinchas Paul e John, queria se também afirmar como grande songwritter. Mas como não tinha tanto dom, "Porque não pegar numa música já existente e desconhecida?" - pensou ele. Assim, teve de pagar bastante do seu próprio bolso aos verdadeiros autores.

Tom Petty - Refugee
Quem diria que o autor do horrível "Free Falling" já foi plagiado pelo menos duas vezes!? No último single dos Red Hot Chili Peppers e pelo seu próprio colega de mau gosto, Bryan Adams. Pois é....Run to you.

Muddy Waters - You Need Love
É verdade que os Led Zeppelin pilharam muito. Normalmente iam ao bau de velhas músicas folk, onde de certeza não era preciso pagar direitos. Mas desta, abusaram de uma música de afro-americanos. Anos mais tardes foram castigados com um rap do Piffy Diddy por cima de “Kashmir”.

Killing Joke - Eighties
Kurt Cobain também não era nenhum santo. Os Killing Joke tiraram a queixa quando este morreu. Mais tarde, em 2003, Dave Grohl tocou bateria e muito bem no álbum homónimo de “Killing Joke”.

David Hasselhoff - Crazy For You
E para finalizar....um final infeliz, porque para acabar escolhemos David Hasselhof que foi imitado pelos Village People ou terá sido ao contrário?

21.6.06

Boas Pessoas

Ainda há boas pessoas neste mundo. Vejam por exemplo o Jürgen Klinsmann. O homem entrega todo o seu salário que recebe como seleccionador da Alemanha a uma boa causa. Pois, devem pensar alguns entre vocês… se tivéssemos amealhado o que o tipo juntou como jogador fazíamos também isso. É fácil dizer isso e já agora, pergunto: quantos ex-jogadores fazem isso?
Desde 1995, o Jürgen apoia a “Agapedia”, uma organização que desenvolve projectos sociais para crianças maltratadas em países como Roménia, Bulgária, Moldávia e Alemanha. Para este projecto, que procura também famílias de adopção, já adquiriu varias casas que servem como lares. Milhares de crianças já foram socorridos. Não é a primeira vez, que Klinsmann mostre ser diferente do resto do mundo da bola. Como jogador nunca andou a ostentar viaturas das gamas mais altas, sempre preferiu o seu velho Golf. Também nunca aceitou fazer publicidade para álcool ou cigarros, enquanto apoia intensamente as campanhas contra a sida.
Depois de uma época intensa, o Jürgen pega na sua mochila e faz viagens pela América. Mudou-se já há alguns anos para Califórnia, onde pode passear incógnito, o que é óptimo para ele que escondeu sempre a sua vida particular aos paparazzi. Vive lá com a sua mulher asia-americana e os dois filhotes.
Este mundo não está fácil para milionários que se vestem de calças de ganga e t-shirt, e que não se vangloriam com o seu próprio luxo.

12.6.06

Países desconhecidos

Há países que estão a participar no Mundial, dos quais nunca ou raramente ouvimos falar. Tenho a certeza que a maior parte do público que assistiu ao jogo de Suécia – Trinidade e Tobago nunca tinha ouvido falar do último. Dai que pensei que seria bom por um pequeno resumo de cada um destes países misteriosos.



Trinidade e Tobago:
É um país caribenho situado ao largo da costa da Venezuela. Menor país da América do Sul, é constituído pelas ilhas de Trinidade e de Tobago e faz fronteira marítima com a Venezuela, a sul e a oeste, e com Granada, a noroeste.

Capital: Port of Spain, onde tem a sede do Secretariado-geral da ALCA.
Tamanho: 5,128 km²
Habitantes: 1,104,209
Conhecido por: steel drum, instrumento de percussão fabricado com barris usados para armazenar petróleo.

Togo:
É um país africano, limitado a norte pelo Burkina-Faso, a leste pelo Benin, a sul pelo Golfo da Guiné e a oeste pelo Gana. Localizado no oeste da África, Togo é constituído por um estreito território que reúne povos de diferentes origens. O grupo étnico euê, o mais numeroso (45,4% da população), concentra-se no sul, perto do litoral, a região mais desenvolvida. A maioria dos habitantes vive da agricultura, cujos principais produtos são o algodão e a cana-de-açúcar. O país é importante centro de comércio regional.

Capital: Lomé.
Habitantes: 5,018,502
Tamanho: 56,785 km²
Conhecido por: a casa típica feita pelo tribo tamberma é constituída por varias torres unidas por muros de barro.

Costa Rica:
É um país da América Central, limitada a norte pela Nicarágua, a leste pelo Mar das Caraíbas e pelo Panamá e a sul e oeste pelo Oceano Pacífico. É também costa-riquenha a ilha do Coco, no Oceano Pacífico.

Capital: San José.
Habitantes: 3,835,000
Tamanho: 51,100 km²
Conhecido por: ao pequeno-almoço come-se o prato nacional tradicional que é gallo pinto e que feito de arroz, feijão, coentros e cebola misturados e por vezes ligeiramente fritos.

República do Gana:
É um país da África ocidental, limitado a norte pelo Burkina-Faso, a leste pelo Togo, a sul pelo Golfo da Guiné e a oeste pela Costa do Marfim.

Capital: Acra.
Habitantes: 19,533,560
Tamanho: 238,540 km²
Conhecido por: o tecido conhecido como kente, que é amplamente reconhecido por suas cores e simbolismo. O kente é feito por habilidosos tecelões ganeses, e os principais centros de tecelagem situam-se em volta da cidade de Kumasi.

Costa do Marfim:
É um país africano, limitado a norte pelo Mali e pelo Burkina Faso, a leste pelo Gana, a sul pelo Oceano Atlântico e a oeste pela Libéria e pela Guiné. Denomina-se ebúrneo ou marfinês a quem é natural da Costa do Marfim.Apesar de normalmente se usar em português o nome Costa do Marfim, o governo marfinês solicitou à comunidade internacional em outubro de 1985 que o país seja chamado apenas por Côte d'Ivoire. O uso do termo no entanto não é difundido em língua portuguesa devido ao desconhecimento generalizado da pronúncia em língua francesa.

Capital: Yamoussoukro
Habitantes: 17.298.040
Tamanho: 322.460 km²
Conhecido por: a Costa do Marfim é o maior produtor e exportador de cacau do mundo. Entre os principais produtos de exportação estão : banana, abacaxi, café e, até a segunda metade do século XX, era o maior explorador de marfim, daí o nome do país.

9.6.06

Separados à Nascença



Sylvester Stallone vs Rock Hudson


A mesma estratégia de comunicação por grunhidos e monossílabos.
A mesma desenvoltura herdada de um elefante.
A gravata vai à vida, o cabelo torna-se um pouco mais desgrenhado, mas a iconografia de galã subsiste no cinema de Hollywood. O estrelato pertence-lhes.
Ao longo da história apenas se fizeram reajustes nos géneros cinematográficos mais apropriados a esta escola de actores. O futuro promete ser radioso.


1954 . . . . 1959 . . . . 1982 . . . . 1992

5.6.06

Rádio Gémeo Malvado: Nomes parecidos com outros



O tema da minha segunda playlist tem um tema deveras altíssono, como aliás é meu apanágio. Escolhi músicas de 11 artistas que, por razões claras ou menos luminosas, têm nomes que se podem confundir com outros 11 artistas, também eles do mundo da cantoria. No imediato, segue a lista dos cantores e das cantigas, sendo que, entre parêntesis, surge o tal artista com o nome parecido. O critério para escolher um dos artistas com nome parecido em detrimento do outro artista com nome parecido foi, enfim, nenhum.

Johnny Nash (Johnny Cash): I can see clearly now
Ficará nos anais da História como a música do anúncio da Nescafé. Aquele em que alguém parava o carro perto duma ribanceira ou duma praia, aquecia água com o isqueiro do carro e bebia um café ali mesmo. Belo departamento de marketing tinha a Nescafé, hem? Será que pensaram que alguém, ao ver aquilo, iria exclamar “sim, vamos comprar o café preferido deste falhado que vive no carro”? Além disso, o Johnny Nash tem voz de mulher.

OMC (OMD): How bizarre
Foi o grande sucesso da maior banda neozelandesa depois dos Crowded House. É complicado conseguir este feito de ser a maior banda neozelandesa depois dos Crowded House. Basicamente, é preciso nascer na Nova Zelândia. Mas isso é difícil, porque há muitos países no mundo. O teledisco consistia num casal de aborígenes a passear um cambojano num descapotável vermelho.

Bryan Adams (Ryan Adams): Heaven
Heaven é céu em inglês. Bryan é Bruno no Canadá. A família do Bryan é a Família Adams. Quem ouve o Heaven fica com o desejo de usar vestidos e dedicar uma vida a laços e desenhos de arco-íris. Foi uma voz na minha cabeça que me disse isto. E, vendo bem, não é a canção mais masculina do mundo, não.

Jan Hammer (MC Hammer): Crockett's theme
Quando se ouve esta música, a vontade de calçar uns sapatos brancos, vestir umas calças, também elas brancas, e usar uma t-shirt com gola em V de cor roxa ou pastel, é irrefreável. Já venho.

Medicine Head (Machine Head): One and one is one
Repeti o título desta música 5 vezes muito depressa e tive o meu primeiro início de ataque epiléptico. Agora é só dominar a maravilhosa arte de ter ataques epilépticos quando quiser e onde quiser, e facilmente subjugarei a humanidade em breve.

Jim Diamond (Neil Diamond): I should have known better
Jim foi o James Blunt dos inícios dos anos 80. Esta música foi “You’re beautiful” da altura. É uma choradeira interminável sobre não sei quem que não sei quê por causa de coisas que tinham acontecido ou deixado de acontecer algures acolá. Ao menos este “Should have known better” não tinha teledisco. Mesmo que tivesse, dificilmente teria o tema “Jim a chorar em tronco nu num icebergue debaixo de chuva torrencial”.

Everclear (Everlast): Brown eyed girl
O original é do Van Morrison, pai do Jim Morrison e dos Van Halen. Esta versão é muito merdosa, mas a banda, os Everclear, também. Mesmo dentro da mediocridade, é sempre de bom-tom que se vá mantendo a coerência.

John Legend (John Lennon): Don't you worry 'bout a thing
Mais uma cobertura. Desta vez, o original pertence a Stevie Wonder. Esta versão do João Legenda (como Gabriel Alves tão bem traduziu este vocábulo anglo-saxónico aqui há uns anos) faz parte da banda sonora do Hitch, que é um filme. Segundo consta pelo menos. Sim, o Hitch é um filme, asqueroso, com o príncipe de Bel-Air. Esta música é pior.

Dread Zeppelin (Led Zeppelin): You should be dancing
Outra. O original é dos Bee Gees, que, até há bem pouco tempo, eram o Trio Odemira do Reino Unido, mas assim mais admiradores do falsete. Seja como for, entretanto morreu um e agora já não são. Morreu um Bee Gee, que o Trio Odemira está bem de saúde. Os Bee Gees, sendo dois irmãos, agora podem ser os Anjos do Reino Unido, vá.

The Slits (The Smiths): I heard it through the grapevine
C'um caraças, mais uma. O original desta canção é do Smokey Robinson & Os Milagres e já muita gente a cobriu. As Slits, que cobrem esta versão, mostram as mamas na capa do seu primeiro disco. E cheias de lama. Será que estiveram a lutar na lama em topless? Na minha cabeça, estão sempre.

The Thrills (The Kills): Big Sur
Duas bandas da vaga “The uma palavra qualquer”. Até devia ter qualquer coisa para dizer sobre esta banda ou a música. Mas ainda estou a pensar nas Slits a lutar na lama com as mamas ao léu e não me consigo concentrar.

Water closet manager

Que viagens podem ser actividades muito lúdicas, isso já toda gente sabe. E foi exactamente o que aconteceu na minha ultima visita aos Países Baixos. Descobri, entre outras coisas, uma solução para dois problemas portugueses. A saber: o desemprego e a falta de casas de banhos públicas e limpas.
Na Bélgica, existem pessoas que tomam conta de casas de banhos e que são pagas pelos utentes precisamente por isso. Eu sei que também há cá em meia dúzia de lugares públicos do género, mas a diferença está no facto de, por lá, haver não só em todos os WC’s públicos, mas como também há em todos os cafés, restaurantes e centros comerciais.
Isto pode provocar alguma revolta no freguês português…pagar para cag…desculpem…para fazer a sua necessidade…mas o que vem a ser isso!
Mas é isso mesmo. Paga-se 50 cêntimos, mas em contrapartida temos a certeza que a casinha vai cheirar a fresco e estar limpinha.
Há sítios que são de facto uma verdadeira vergonha. Se alguém já foi, por exemplo, ao wc do café Brasília no Chiado sabe do que estou falar. Há boatos que dizem mesmo que a famosa cena do Trainspotting foi filmada lá.
Acaba-se também com outras facetas importunas que rodeiam o acto: como ter que fazer um consumo apenas para usufruir da casa a de banho do estabelecimento, ter que pedir a chave, não haver papel ou portas que não fecham.
Ainda não consegui averiguar como o estado Belga faz com que estas pessoas fazem os seus descontos (com recibos verdes não é), ou se elas chegam mesmo a pagar aluguer ao estabelecimento onde trabalham, mas, seja como for, é uma solução para muitos milhares de pessoas que estão no desemprego. WC madam, Toilet madam ou mesmo Madam pipi, é o que os compatriotas do Tintin lhes chamam, nomes que não são de facto prestigiosos. Será sem duvida preciso arranjar um nome mais sonante para este emprego. Water closet manager ou sanitairian supervisor por exemplo, soam bem melhor e mais atraente.
Lá no norte, normalmente são pessoas com poucos estudos que exercem este métier, mas como aqui o que vale mesmo é ser senhor doutor, e como há tantos no desemprego, este tipo de actividade deveria ser apenas só para licenciados e com um estágio de pelo menos dois anos. Ser fluente em pelo menos três línguas será obviamente uma mais valia.
Abrir um curso superior também é uma opção no sentido de trazer mais encanto a este novo emprego. Como na maior parte dos cursos superiores, seria coisa fácil encher o programa com disciplinas que não servem para nada e mais fácil ainda seria arranjar professores doutores para leccionar. Obviamente que se podia abrir mais um instituto superior: o I.S.W.C. Que, claro, teria o seguinte lema: “It’s a dirty job but someone got to do it.”