27.8.07

Ícones Gay


Começou tudo com o S. Sebastião. Tinha um belo físico desnudado e uma lança a penetrar-lhe o corpo. Requisitos que lhe serviam para se tornar o primeiro ícone gay. Sebastian também é o nome do ajudante do primeiro ministro do Little Britain. Por outro lado, Maria Antonieta foi uma das primeiras ícones lésbicas. Não percebi bem porquê, mas se calhar tem a ver com a sua decapitação.
Vamos passar aos tempos modernos. Judy Garland tornou-se um símbolo graças ao filme "O Feiticeiro de Oz", onde faz de miuda irritante neste musical aberrante. Ficou tão famosa no mundo gay, que nos anos 50 se perguntava para saber se alguém o era ou não: "Is he a friend of Dorothy?"
Cá vai uma lista com ícones. Alguns são bastantes óbvios, outros nem por isso:

Julie Andrews, Lucille Ball, Shirley Bassey, Kate Bush, Mariah Carey, Cher, Joan Collins, Joan Crawford, Bette Davis, Ellen DeGeneres, Marlene Dietrich, Cary Grant, Rock Hudson, Paris Hilton, Elton John, K. D. Lang, Cyndi Lauper, Amanda Lear, Liberace, Madonna, Freddie Mercury, George Michael, Bette Midler, Liza Minnelli, Kylie Minogue, Marilyn Monroe, Dolly Parton, Miss Piggy, Debbie Reynolds, Jimmy Somerville, Barbra Streisand, Donna Summer, Superman, Elizabeth Taylor, Martina Navratilova, Amália Rodrigues, David Beckham, Billie Jean King, Cristiano Ronaldo

Agora junta-se a esta extensa lista, nem mais, nem menos, que o presidente da Federação Russa. Quem diria...mas é mesmo verdade. E logo depois de ter sido tirada esta foto enquanto estava a passar férias nas montanhas de Sibéria. A olhar para o torso do Vlad podemos verificar que faz muito exercício no ginásio e também depilação. Além disso estava na companhia de alguém que nunca enganou ninguém, a saber o príncipe Alberto de Mónaco. Eu não tenho gaydar, mas cheira-me aqui a Brokeback Mountain, caros amigos.

22.8.07

Entrevistas



Em primeiro lugar quero-me desculpar, estimados leitores, por causa da minha longa ausência aqui. Como alguns já sabem, tenho andado a procura de um novo emprego. É verdade, este vosso escritor humilde, é afinal também um ser mortal que precisa de ganhar o seu para poder pagar as contas correntes e não só..
Vou ser franco: gosto de entrevistas. Se houvesse a possibilidade de ser entrevistado profissional não desdenharia essa possibilidade. É porreiro, ficamos a conhecer gente e empresas novas, e no fundo, uma entrevista é uma pequena performance.
Para já vamos todos pimpões para lá, barba feita, aftershave, cabelo penteadinho, camisa limpa, às vezes fato e sapatos engraxados.
Eu se fosse empresário, mandava vir os candidatos na sua roupa preferida, dava para aprender bastante mais sobre o candidato; mas enfim não sou empresário.
Depois há também as partes difíceis: temos que ouvir os monólogos sobre o que a empresa faz e os seus objectivos, sem piscar muito os olhos ou bocejar. Nestes monólogos tento sempre dizer um “sim” de 5 em 5 segundos, só para mostrar que estou atento. É verdade, é muito chato, mas é um teste a nossa capacidade de resistência.
Há quem diga que o futebol é um espectáculo inútil, mas isso é mentira: eu tiro lições para a vida d´A Bola, meus senhores e senhoras. Uma das frases chave nas minhas entrevistas é sempre “prometo trabalhar muito”.
Fundamental também, caros amigos, é meter uma piada no meio, eventualmente dois se há capacidade para tal. Quebra o gelo, e ficamos com o rótulo de candidato poreiraço. Se o entrevistador deixa escapar que é natural de uma determinada localidade, agarrem essa oportunidade com unhas e dentes para criar laços. Ainda ontem dizia-me um que era natural de Mirandela, Trás-os-Montes. Contei-lhe que tinha família afastada lá, que era a zona mais bonita de Portugal e que as alheiras de Mirandela são as melhores do mundo.
O ponto auge de uma entrevista é sempre quando nós pedem quanto estamos a pensar auferir. Ou seja quando se chega a essência da nossa visita. É difícil essa, estimados leitores, mas a minha táctica aqui é o ataque! Eu retorquia com a pergunta quanto estão os senhores a pensar em pagar. Eu quando não tem uma proposta pronta, digo o que estou a ganhar nesse momento, um valor sempre superior ao que ganho na realidade. Claro, que não vou sair por menos.
O que é bom sempre é finalizar a conversa com uma pergunta inteligente. Para isso é sempre bom, ler qualquer coisa sobre a dita empresa na net antes de ir para entrevista.
Essencial também: meter uma pastilha na boca mesmo antes de entrar. Para ter um hálito fresco e para poder oportunamente, sem ninguém ver, mastigar para aliviar o stress. Não nós podemos esquecer que o entrevistador também é um ser humano, e levar com mau hálito nunca é bom.

20.8.07

A legendária lenda d´O Gémeo Malvado III

- “Xisa Oaoj! Não aguento esse cheiro ao bedum aqui, até parece que uma manada de brontossauros andou a defecar aqui...”
(nota do autor: o bedum dos brontossauros cheirava muito mal devido ao tamanho.)
O Oaoj corou...
- “Fostes tu, meu badalhoco?” perguntou o seu irmão com revolta”
- “Eu comi uma feijoada ao almoço, mas isso não quer dizer nada, já que temos o aparelho digestivo em comum.
- “O que? Não quer dizer nada?! Eu não aguento mais isso...” e o Ordep começou as cabeçadas com o seu irmão. E este respondeu-lhe da mesma forma.
Andaram as cabeçadas dois dias e duas noites, até que o Oaoj faleceu. O Ordep era de facto melhor cabeceador, tinha jogada nas camadas juvenis do Sporting.
Deixou de ter irmão, mas em contrapartida tinha ganho a sua liberdade.

Quando os vizinhos lhe perguntaram porque é que o seu irmão andava tão calado, o Ordep retorquia que ele tinha mordido a língua com muita força e que ficou sem ela.
Uma desculpa manhosa porque o corpo do seu irmão começou a apodrecer e a deitar um cheiro nauseabundo. Inventou então uma outra...que o irmão tinha apanhado lepra. A lepra, estimados leitores, apanhava-se nesses dias como hoje em dia se apanha uma constipação. Há obviamente diferenças: quando se tem constipação e se tosse saem alguns micróbios, com a lepra saem algumas partes do corpo.
Mas como o corpo do irmão, que estava pendurado ao seu próprio corpo, estava a apodrecer; partes do corpo do Ordep também começaram a ganhar bolor e a cair.
Lentamente e aos bocados o corpo dele estava também a ficar sem vida. Um dia, caiu lhe mesmo a cabeça e o gémeo malvado deixou de estar entre os vivos.
Aqui não acaba esta legendária lenda, porque não se sabe como, a hostilidade entre irmãos gémeos veio para ficar. Os milhares de gémeos do reino inteiro começaram a pancadaria.
Até que um dia chegou ao país, no seu cavalo branco com asas, um semideus de nome Tam. Perguntou a um dos populares ou que se passava no pequeno reinado.
- “Diz-me, caro ferreiro, porque é que toda gente anda a cabeçada?”
- “Estamos fartos de ter os nossos irmãos gémeos aprisionados ao nosso corpo e de os ter que aturar, ò nobre semideus” respondeu-lhe o ferreiro que tinha a cara coberto de sangue e miolos.

O meio deus lançou então um feitiço poderoso e separou todos os gémeos de todo o mundo. Desde então nunca mais houve gémeos siamêses na terra, ou quase nunca; porque o semideus Tam tinha passado a rasquinha na disciplina de feitiços na escola dos semideuses.

Pode acontecer ou já talvez aconteceu, estimado leitor, que encontra uma pessoa em tudo muita parecida consigo. Fica então a saber que, se não tivesse havido o feitiço do glorioso Tam, talvez essa pessoa poderia ter sido o seu irmão gémeo siamês. Dá que pensar, não?

FIM