31.10.05

Eu Fumo! Tu Não?!

Olá! Já por aqui se tem falado, escrito, acerca dos problemas que o tabaco acarreta, o GM está atento mas ainda não tem uma posição definida em relação ao tabagismo. O nosso colaborador M. que já fumou, escreveu o seguinte slogan para uma empresa tabaqueira: "Eu odeio-me, e quero morrer". Com este slogan levantou uma questão no cérebro deste vosso fumador activo. Então não é verdade que fumar está na realidade ligado ao progresso, que a humanidade tanto mira? Passo a explicar, cada vez que fumamos um cigarro americano, não estaremos a passar as seguintes mensagens: "Eu fumo, e a cada passa que inalo, estou na realidade a respirar o ar poluído que é apanágio desta sociedade industrializada". E mais: Não estarei a comprar tabaco americano, porque secretamente não estarei a torcer para o bom sucesso da globalização que está em marcha?!".
Eu fumo cigarros para desculpar aos bons U. S. of A. o facto de eles hipócritas nojentos não retficarem o protocolo de Kyoto, e prefiro o tabaco Americano ao negro embargado "livre" cubano, por uma questão de gosto. Mas assim que Cuba se democratizar, serão muitos os americanos a trocarem o seu "virginia" pelo charuto cubano. E assim é a globalização. Enfim isto seria o meu caso,não fosse em breve deixar de fumar os meus cigarros portugueses, no dia em que a fusão a frio for descoberta, e queimar combustiveis fosseis e derivados de plantas deixarem de ser uma realidade.

27.10.05

O Bicho Homem III

Neste espaço a negro com letras a branco, que não é mais que o universo ampliado 100.000 vezes (recente descoberta feita pelo panteão nacional) conto hoje a história do bicho homem III. Este é conto mais afastado do nosso sistema solar, uma história sobre um homem do caraças, com uma cabeça do caraças a viver num universo do caraças.
No verão de 04, trabalhei 'lá na França' fechado numa quinta durante dois meses, a apanhar maçãs. O único contacto com seres humanos acontecia ao fim-de-semana quando ia às compras no LIDL da vila mais próxima. Na quinta havia mais empregados, mas todos eles eram bichos homens com grande potêncial a figurar no estrelato deste blog. Estes bichos homens de nobres costumes e de gostos exóticos tinham um jeito de socializar que nunca percebi bem. Todos os dias havia discussão sobre um assunto qualquer e terminava sempre numa aposta a dinheiro, a quantia era sempre o ordenado de um mês. Como pode ser isso possivel, 30 vezes muito dinheiro dá muito mais dinheiro.
É uma experiência com um deles que vos conto. Raposo é alcunha, é português, vive na Bragança profunda- digo mais alta- e deve ter uns 50 anos. É careca ao meio e tem cabelo comprido dum lado puxado ao máximo para o outro. Veste normalmente uns calções de corrida “UMBRO”, com um pente na baínha, pronto a disparar e calça uns de chinelos de mini-mercado. A sua experiencia de trabalho é internacional, França, Canadá e Bragança. Foi dono de um Porche, falava muito e mal e bebia q.b., a sua paixão é a caça. Tinha as ideias mais estúpidas e incríveis que já ouvi.
Quando lá cheguei, desfiz as malas e fui à cozinha no rés-do chão, e vi pela primeira vez o Raposo. Um aperto de mão e começou a falar para mim. De seguida foi a um canto da cozinha onde havia uma televisão velha que não funcionava, afastou-a da parede, olhou duas vezes lá para trás, meteu lá a mão e apanhou qualquer coisa. Chegou-se ao pé de mim abriu e a na palma da mão estavam dois dentes. E disse-me assim: 'estes dois dentes ficaram-me aqui do ano passado, este ano vou leva-los'. Eu olhava-lhe para a boca e confirmava o facto, faltavam-lhe mesmo dois dentes no lado esquerdo.
Chamavam-lhe Raposo porquê? Porque trabalhava na apanha da maçã 'lá na França' com um marroquino e para o chatear dizia-lhe que comia carne de porco:' je mange cochon!' Um dia sabe-se lá porquê disse-lhe: 'je mange rapose!' Ou seja, eu como raposa.
Grande bicho homem este, sempre a desafiar a lógica universal das palavras e questionar a velha gramática...



As suas teorias mais conhecidas são as seguintes:

- o Canadá é mais perto do céu;
- o vinho aberto desenvapora;
- os cds estragam a vista (segundo a bruxa que foi falar à rádio Toronto);
- o líquido da louça é inflamavél;
- estragou os dentes a lavá-los;
- os cigarros de enrolar têm de enxugar antes de serem fumados;

Análise imagética de imagens analíticas


O cartaz de Carmona consegue ser mais profundo que a imaginação de um pedreiro quando, do alto do andaime ou do taipal da camioneta, vê uma rapariga a comer uma banana. É sabido, até porque há uma canção sobre isso e as canções temáticas são todas verídicas, que Lisboa é ora menina, ora moça. Na altura em que Carlos do Carmo cantava, e alguém lhe dava ouvidos, até era mais menina, porque era assim que terminava o verso, mas agora é de supor que já seja uma moça feita. Carmona sabia disso e resolveu recorrer à sua capacidade metafórica para erigir um cartaz vencedor. Passo a explicar: no cartaz de Carmona, está implícito que todos os presidentes de câmara anteriores são os homens que foram para a cama com Lisboa. Todos abusaram de Lisboa, esburacaram-na, alargaram-na muito para além do que era expectável, pagaram-lhe implantes de silicone quando havia outras prioridades, como comprar um aparelho para os dentes, uma mochila nova ou o passe 30 dias para o metro, enfim, foi chegar, usar, e quem viesse a seguir que limpasse aquilo tudo.

Mas ninguém limpava. Continuavam todos a usar e o espaço foi-se deteriorando a olhos vistos. Eis que chega Carmona com um conceito inovador: não ia para a cama com Lisboa, muito menos abusar dela, ia antes ajudá-la a sentir-se bonita e desejada outra vez. Seguindo esta lógica, torna-se óbvio por que raio arregaça as mangas o candidato, e, afinal, a que é que Lisboa ‘vai com ele’. O ‘isto’, portanto. Ora bem, em que categoria profissional é que um indivíduo recebe uma senhora com um afável sorriso, enquanto arregaça as mangas e, para efeitos de motivação e de modo a afastar algum desconforto que se possa instalar, diz ‘vamos a isto’? É simples, no cartaz de Carmona, ele é então o ginecologista que vai limpar a porcaria que os outros presidentes de câmara deixaram naquilo Lisboa tem de melhor, a sua ‘virtude’.

26.10.05

Inveja!

Pelos vistos, há gente por este mundo, com inveja
do nosso sucesso...



Ficamos a saber que também somos lidos na Escócia e que
alguém por aquelas bandas, tem uma alcunha... CROP!

Só Estou Bem Aonde Não Estou I


Crónicas de Erasmus


Estou a fazer o primeiro semestre do curso de Línguas e Literaturas Modernas na Universidade de Maynooth (para os mais fracos em Geografia, fica 20 km a norte de Dublin – norte é para cima, Dublin na República da Irlanda). As razões desta escolha não interessam – por enquanto... O que interessa nesta primeira crónica é que estou a viver num apartamento, no campus universitário (campus num texto em português não soa tão bem), com mais três pessoas: um romeno, uma francesa e uma alemã. O romeno e a francesa são casados – um com o outro – e a alemã é uma freak em fase de negação... Acaba por não ser tão mau quanto parece – há televisão com doze canais! O que me indigna, para além das comidas alemãs que parecem papa e dos bolos sem açucar da francesa, é o ódio de morte que o romeno tem aos irlandeses. No outro dia, quando cheguei a casa depois de ir a um pub ver o jogo de apuramento para o Mundial de Futebol de 2006 entre a Irlanda e a Suiça, deparo-me com o romeno que me pergunta qual tinha sido o resultado do jogo. Disse-lhe que a Irlanda tinha empatado e que não ia ao Mundial... O gajo fica todo contente e começa a chamar aos irlandeses isto e aquilo, fuck daqui, motherfucker dali, etc, etc. O gajo há quatro anos que vive na Irlanda, ganha uns cobres a cantar num coro de igreja em Dublin, casou com uma francesa que conheceu na Irlanda, arrastou a francesa para viver com ele na Irlanda obrigando-a a arranjar emprego e a deixar a familia: fez tudo isto com um profundo ódio à Irlanda e aos irlandeses... É claro que se podia pensar que, vindo um gajo da Roménia, é mais que natural que prefira ficar num país que detesta a voltar para um dos representantes do terceiro mundo europeu... mas não! Aparentemente, e pelo que ele me conta, tudo na Roménia é melhor! A comida, as bebidas (tanto a água como o vinho), as mulheres, os bares, os transportes públicos, os carros (quando eu me ri ele disse que era o preço que era melhor, não os carros propriamente ditos)... até a carta de condução é melhor (“vê lá”, diz-me ele em inglês quase sem sotaque, “que aqui na Irlanda as cartas de condução são em papel cor de rosa, dobradas em três!” – é claro que fiquei chocado! Nunca pensei que pudesse haver cartas de condução em papel!)... Ora, como queria ser amigo dele (ele também faz uns biscates na recepção do prédio e arranja lâmpadas de borla!), disse-lhe que ele tinha razão – “até no desporto são melhores" (embora a Roménia também não vá ao mundial)... Nesse momento a sua cara perdeu o sorriso, as lágrimas apareceram-lhe no canto dos olhos... Pensei que tinha posto os pés na poça, que não devia falar de futebol numa altura destas, mas ele sai-se com esta: “Pois somos, mas... infelizmente não há dinheiro para pagar à equipa de ginástica para ir ao Jogos Olímpicos...”

Estes Americanos são loucos



Chamar uma loja de calçado desportivo "The Athlete´s Foot" ou seja pé de atleta na língua do Gil Vicente, é de facto obra. É sim...mas nós gostamos, de humor cruel assim e queremos mais lojas assim. Aqui vão algumas sugestões nossas: The Mad Cow (A Vaca Louca) para um talho, Obesity (obesidade) para uma pastelaria, Fuck the ozon (f*** a camada ozono) para uma perfumaria e I hate myself and I want to die (odeio-me e quero morrer) para uma tabacaria.

24.10.05

Anti-Estilo XIV



Também sou daquelas pessoas que apesar de ter televisão por cabo, continua a não ver nada de jeito. Os filmes, as séries, os desenhos animados, e os bons eventos desportivos, simplesmente não passam pelos mais de 30 canais. Verdade seja dita... às vezes tenho direito a um episódio já visto de 'Seinfeld ' e até já me tornei já, um espectador assíduo da oficina das motas.
Um dos canais, nos quais também paro às vezes, depois de longos tempos de zapping, é a RTP Memória. Normalmente para ver um jogo da bola de há 20 anos, mas por vezes para ver também antigos programas de entretimento. Não por serem bons...não senhor, mas sim, por serem tão maus.
E quando vejo um programa do Júlio Isidro, vem-me sempre a mesma pergunta à mente: “Como é que foi possível que este homem se tenha tornado um dos mais famosos apresentadores do país!?”
Obviamente que naquela altura, o povo não tinha as capacidades mentais que tem agora, devido aos muitos anos de ditadura, à falta de escolaridade, à pobreza, aos 2 canais de televisão, que ainda por cima eram a preto e branco. Sim, estes factores poderão ter sido contributos para a carreira televisiva deste homem. Mas na verdade, até não foram, porque depois do 25 de Abril - depois do povo se ver livre do fascismo - o apresentador mais chato do mundo continuou a reinar por mais de 15 anos o meio televisivo.
Sejamos francos... ninguém no seu perfeito juízo, consegue ver de livre vontade o “Clube dos Amigos Disney” ou o "Regresso ao Passado".
E mais, o homem casou há poucos anos atrás, com uma mulher, 27 anos mais nova do que ele.
A minha teoria é que, o Júlio é um hipnotizador e dos bons.

23.10.05

Separados à Nascença



Inicio aqui uma variante desta rubrica, que intitulo de 'Agora que falas nisso, e assim ao longe, até são mais ou menos parecidos, não sei bem... eles já me parecem todos iguais de qualquer maneira'. Este caso que vos trago, não é mais do que um mero exemplo da enunciação do sujeito que protagoniza a História Ocidental (um indivíduo adulto, caucasiano e do sexo masculino) aquando a escrita dessa mesma História. Ou seja, uma visão do mundo assente no imperialismo, no machismo e na xenofobia, onde o facto de indivíduos de raça negra que usam gorros vermelhos, os torna praticamente iguais aos olhos de qualquer indivíduo bem apessoado ou de boas famílias.

Puto que faz de Saci Pererê- Não me dei ao trabalho de descobrir o nome dele, mas deve ser um daqueles miúdos 'pé-de-chinelo' que foi figurante na 'Cidade de Deus' e que um produtor da Rede Globo achou que ele até tinha talento, e que não era só para roubar. Além disso o elenco do "Sítio do Picapau Amarelo" já mudou montes des vezes e já não reconheço ninguém. Sei apenas que o actor que fez de Saci no nosso tempo, não só tem as duas pernas, como também vai agora entrar na série nova onde faz daquele velho do cachimbo. É para que vejam como as coisas são...

Kumba La Lá- É, para além de protagonista daquela música que os escuteiros insistentemente cantam em todo o lado e da qual os Guano Apes fizeram uma versão 'pesada', o auto-proclamado Presidente da República da Guiné-Bissau que há uns tempos atrás tinha sido destituído do seu cargo, devido a um golpe de estado militar. Antes isso que um golpe na cabeça... que por acaso até podia ser ocultado debaixo dum barrete vermelho... Hummm... dá que pensar, não dá?

Seu Jorge - Conhecido também como "Mané Galinha" (Knockout Ned em inglês) ou "Pélé dos Santos" (uma espécie de Jacques Costeau negro), os seus alter-egos cinematográficos, este 'estudioso intuitivo do samba' foi o vocalista dos Farofa Carioca, e estreou-se a solo com o disco "Samba Esporte Fino". Edita agora o seu segundo albúm, mas o que toda a gente gosta mesmo é das covers que ele fez do Bowie, para a 'trilha' sonora do "Life's Aquatics".

19.10.05

OCC

Tenho vergonha em dizer isto, mas tenho que admitir que gosto de ver o "Orange County Choppers", o reality show da oficina das motas. E o que é mais estranho, é que nunca gostei de motas, carros, máquinas e muito menos de oficinas. Já vi também o "Monster Garage" ou "Pimp my Ride", mas não chegam aos calcanhares da "OCC".
Às vezes a minha cara-metade chateia-me a cabeça e diz: 'Porque estamos a ver esta seca outra vez, tu nem gostas de motas...' Mas eu retorquia-lhe logo: 'Olha, vai entrar o sénior... ahahah.. ele está com ar de poucos amigos, o filho vai levar outra vez nas orelhas!'
Digo-lhe também sempre que é um programa de entretimento, mas que se aprende coisas novas também. Já mostraram o processo de cobrir uma mota com cobre e como se corta peças de metal com jacto de àgua.
Paul (senior) é o pai durão com grande bigode. Ele é o chefão e às vezes chateia-se com os seus funcionários (sobretudo com o Paul Jr.) quando há pouco tempo para a entrega ou quando a oficina não está limpa como devia. Paul Jr. é o filho do meio e o mestre-construtor das motas. É o mais talentoso da oficina e tenta muitas vezes coisas novas e originais, e como perde tempo com isso, muitas vezes luta contra o relógio. Mikey, é o filho mais novo, é forte e tem cabelos longos e atende os telefones. É o palhaço da oficina. Vinnie, é o fiel empregado e amigo da malta.
Há motoqueiros que andam a dizer que o programa é uma bela m****, coisa que eu sempre pensei deles. Só atrasados mentais é que se juntam anualmente aos milhares no Algarve para beber cerveja, ver striptease e andar de mota.
Para finalizar deixo aqui este pequeno dialogo entre Senior e Mikey:

Paul Sr: 'Is there anything we need from upstairs?'
Mikey: 'Yeah get me some vice grips, and a taco.'
Paul Sr: 'Don't push it Mikey, you're on thin ice already.'
Mikey: 'How 'bout a burrito? I'm hungry.'


Da direita para esquerda: Paul Sr., Mikey, Paul Jr. e um palhaço qualquer.

18.10.05

Ricardo Queijo



Como nunca falamos de música, pensei que talvez seria 'engraçado' falar-vos de música. Vou falar então de um senhor chamado Richard Cheese.
Richard Cheese e a sua banda, os "Lounge Against the Machine" (da qual fazem parte: Bobby Ricotta, Buddy Gouda, Gordon Brie); são uma banda de covers (versões) de Los Angeles. Nada de especial até aqui, mas o que é realmente estranho é a escolha das bandas das quais fazem versões. Rage Against The Machine, Dead Kennedys, Red Hot Chili Peppers, Beastie Boys, Nine Inch Nails, Nirvana, Van Halen, Britney Spears, Linkin Park, The White Stripes, Snoop Doggy Dogg, Metallica, entre outras, são trituradas pela 'máquina' em versões lounge ou como o Richard diz nas suas próprias palavras 'que receberam um tratamento Vegas'.
O último album dele, “Aperitif for Destruction”, até tem “The Girl Is Mine” do Michael Jackson e Paul McCartney cantado por ele e pelo malogrado cientista Stephen Hawking. Eu estava para meter esta pequena apresentação na rúbrica do Anti-Estilo, mas transformar uma cantiga da Alanis Morissette ou dos Guns ´n Roses em música audível é de facto ... estilo.

17.10.05

A Gloriosa Saga da T-Shirt GM (Pt.3)

Antes de começar, um bem-haja a “outro Telmo”, o porta-voz de tantos insatisfeitos com a inconstância da publicação da Saga. Problemas editoriais e estratégias de marketing adiaram a sua continuação.
Na verdade não, mas não se pode alegar preguiça todos os dias, que as pessoas deixam de acreditar.
Em consideração por toda essa turba enraivecida (“outro Telmo”), não vou pôr em acção o meu plano inicial que consistia em enumerar mais uma data de historietas inconsequentes para, sem que ninguém se viesse a aperceber, poder acabar a 3ª parte da Saga exactamente no mesmo sítio das partes anteriores. Táctica muito usada em certos desenhos animados como: Dragonball e Tsubasa, e que de certeza contribuiu para o enorme êxito destes.
Portanto, todo o paleio que eu tinha preparado sobre a figura nostálgica que foi Paneleiro Pires, o antigo vândalo oficial deste blog, tem de ficar para outra altura...

De volta à acção: Manuel Trancoso vem na minha direcção. Pergunto aos meus colegas o que fazer, mas não ouço resposta. Ao olhar em volta apercebo-me de que se tinham ocupado a enrolar cabos; olhar para o céu à espera de sol; ou a experimentar todos os toques do telemóvel.
Quando penso que não há possibilidade de fuga, MT passa por mim sem me dirigir a palavra. Nem um olhar; um relance; um “olá lindinho”.
Um “estás bom pá” de cortesia também tinha servido.
Se por um lado deveria dar-me por feliz, a verdade é que fiquei perturbado com a situação. O que é que os outros tipos tinham a mais do que eu?
Discretamente, sigo MT o resto do dia. A ida de MT à menina da maquilhagem para mais um retoque enche-me secretamente de esperança de ver surgir um homem novo que se aproveite da situação e que lhe belisque o rabo, ou que lhe massaje as mamas, como qualquer actor faria no seu lugar. Mas nada. Quanto muito lembro-me de ouvir um “Posso experimentar aquele baton?”
E foi precisamente depois de ouvir um “Será que o verde alface da camisa combina com o rosa choque das minhas botas da tropa?” que resolvi desistir desta investigação absurda e sair de mansinho da roulote guarda-roupa.

A partir daqui não consigo descrever exactamente o que se passou, devido à experiência traumática que vivi. Lembro-me de ter tropeçado nuns cabides e de tudo ter caído ao chão... MT, com cara de poucos amigos, a segurar-me pelo colarinho e a pedir-me explicações. Eu a mudar engenhosamente os papeis e a mostrar-me indignado.
Custa-me a crer, mas não é de descartar, que tenha dito qualquer coisa como “Não sou suficientemente bom para ti, é?”
Aqui, MT começa a chorar e, para grande choque meu e de todos os leitores deste blog,...

..a desabotoar a camisa!

Como é que eu consegui sobreviver a este momento sem ter recorrido a terapia, e consigo ainda hoje fazer uma vida saudável, é o que se vai explicar na 4ª e última (?) parte desta magnifica saga!

Fatti Sconosciuti VII















Vou falar-vos de mais um assunto de interesse geral e, ao mesmo tempo, continuar essa minha cruzada pelo bom gosto e bom senso.
Há dois dias atrás estava eu a ver um filme de Jean-Luc Godard, quando deparei com o seguinte problema: Qual a diferença entre o estado satori e o estado nirvana?
Consultei a enciclopédia e procurei na net, mas nada feito, não arranjava um esclarecimento para essa minha dúvida. Resolvi então mandar um mail para um site ligado ao budismo em Portugal. Recebi logo uma resposta no dia a seguir (imaginem só, se todos os funcionários públicos fossem budistas...).

"Olá Matias,
Boa pergunta... Não sei se é lícito comparar estas duas palavras ou conceitos, pois veêm de duas escolas/tradições budistas diferentes, a theravada, ou budismo primitivo, no caso do nirvana, e a zen japonesa, para o satori, com métodos e ênfases diferentes, e por isso não directamente comparáveis entre si.
No nosso caso, do budismo mahayana / vajrayana, referimo-nos a:
- libertação, como estado intermédio, como sendo a libertação do ciclo de existências através do reconhecimento da não existência de algo possamos chamar 'eu', como entidade autónoma e independente, libertando-nos assim de todos os sofrimentos;
- e, depois, ao objectivo final, à iluminação, com a completa realização da verdadeira natureza da mente e dos fenómenos, para benefício de todos os seres, eliminando assim os traços mais subtis de ignorâcia e atingindo a mais alta sabedoria e a omnisciência;
Comparando agora, libertação equivale ao nirvana, ou seja, extinção. Quanto ao termo satori, já o vi ser utilizado nos dois sentidos, como estado intermédio ou transitório, e como estado final, ou iluminação, ou estado de não-dualidade e de inseparabilidade de sujeito, acção e objecto.
Melhores cumprimentos,

L. B."


Sayonara e vá em paz, estimado leitor.

16.10.05

Fatti Sconosciuti VI

Depois de dois posts sobre gajas e outro sobre cabelos, está na altura de pegar outra vez no fio da cultura e da sabedoria. Mas antes de começar, gostava de mencionar que nem todos os Gémeos são do mesmo clube, nem todos gostam de futebol. Isso fica portanto, esclarecido.
Como esta noite assisti com muita alegria à bonita vitória do Benfica sobre o Porto, lembrei-me de vos falar sobre o significado do nome do treinador do SLB . O nome Koeman é um nome constituído por duas palavras, algo que é hábito nas línguas germânicas (o alemão, o inglês e neste caso, o holandês). “Koe ” e “man” ou seja, vaca e homem. Um koeman é um cowboy ou em português, um vaqueiro. Portanto, o nome do nosso amigo holandês, na língua de Camões é Ronaldo Vaqueiro.

14.10.05

A Deusa VII

Fergie é o nome desta deusa, enão me venham dizer que ela não é bela, que eu chamo o meu amigo Zézé Camarinha para o provar. João, eu pensei que o Pedro estivesse a falar da princesa, tal é a minha burrice. Nunca relacionei Fergie com a Deusa...
Burrices à parte, Fergie nasceu nos EUA em 1975, nos anos oitenta emprestou a voz a um personagem dos Peanuts, não sei qual, o Google não me disse. Em meados de noventas junta-se aos Black Eyed Peas. E competindo com cantoras como J-Lo e Kylie Minogue pelo estatuto de nobre Deusa, dei-lhe a numenclatura VII, antes das opositoras portanto. Stacy Fergusson, é o seu nome. Tem apenas 1,63, não sei as medidas... mas é a toda a prova uma mulher muito madura com uma voz sensual, e, para deleite dos leitores que não vão ao Google em busca de dirty pics, e que são casuais fica aqui uma foto, retrato fiel do bom gosto que nunca irá esmorecer neste blog. Tenho dito!!

Crimes Capilares III

Não é preciso encomendar nenhum estudo de mercado, muito menos esperar que inegáveis provas científicas brotem de tubos de ensaio e bicos de Bunsen. É mais que sabido que, para, no louco mundo dos eighties, se destacar pela exuberância capilar, era preciso roçar o paranormal, o sobrenatural, o extraterrestre, o absurdo absoluto, enfim, ostentar o ‘homem elefante’ dos penteados. Mike Score (um gajo com um nome destes, se jogasse à bola, fazia as delícias dos gajos que fazem as manchetes dos jornais desportivos, sempre ávidos de trocadilhos fáceis e parvos) era o vocalista dos ‘A Flock of Seagulls’, um dos poucos nomes de banda que também encaixa perfeitamente como resposta à pergunta ‘eh pá, quem é que me cagou o carro todo?’. Em inglês, claro. Sempre que penso em gaivotas, lembro-me da Mafalda Veiga. Não faço ideia porquê. Vai ser das primeiras coisas que vou tentar saber quando começar a ter terapia.

Apenas uma das músicas dos ‘A Flock of Seagulls’ se tornou famosa. Depois, caíram na há muito anunciada decadência. Ficaram os ‘gajos daquela música’. Os ‘gajos daquela música’ são as bandas ou os artistas que se vêem ultrapassados, em termos de popularidade, por uma das suas cantigas, e que depois, em concertos, são coagidos pela audiência a tocá-la vezes sem conta. Normalmente, acabam por ficar paranóicos e passam a andar pelas ruas de sobretudo, óculos escuros e um incontável número de tiques nervosos – que foi como eu vi o Fernando Girão, a murmurar o seu único hit, o ‘Aqui já não dá’. De entre os muitos ‘gajos daquela música’ que para aí há, mais dois exemplos, um nacional e outro internacional: o Mário Mata é o gajo do ‘Não há nada p’ra ninguém’ e os Europe são os gajos do ‘Final Countdown’. Tão simples como isto. Mas os ‘A Flock of Seagulls’, além de serem os gajos do ‘I ran (so far away)’, são também os ‘gajos que tinham um vocalista que tinha aquele penteado todo coiso, néra?’.


E é merecido que assim seja. O que o Mike Score fez com as suas grenhas é digno de figurar perpetuamente nos anais do mau gosto. Conseguiu combinar vários tipos de penteado num só. O chamado ‘risco ao lado desde a orelha’, há muito a opção do Marante, está presente e faz-se notar. A novidade reside na opção por dois riscos ‘ao lado desde a orelha’, abarcando-se, assim, quer o lado direito, quer o lado esquerdo, e formando uma espécie de acolhedor ninho para onde convergem dois dos opostos mais conhecidos da humanidade. Depois uma franja. Bem grande e ‘em cone’, afunilando-se para junto do nariz e boca. Uma bricolage capilar, e de receita até bastante simples. Erguido com muita laca, força de vontade q.b., nenhuma noção do ridículo e um, indispensável e sempre presente, sentido estético em coma profundo.

13.10.05

A Mais Dura III



ANGELINA JOLIE

Angelina Jolie Voight nasceu a 4 Junho (não me enganei, estou mesmo a falar dela e não do Tom Cruise) de 1975, na 'Cidade Californiana dos Anjos dos Seios de Silicone' (que aparece como 'Los Angeles' no Atlas só porque o outro nome era muito grande e não cabia). É filha do 'Cowboy da Meia-Noite' Jon Voight e da senhora da livraria, Marcheline Bertrand, que pelos vistos também era actriz, modelo e tal. A sensualidade de orquídea selvagem, deve vir-lhe da madrinha que é a Jacqueline Bisset.
Na infância sonhava ser agente funerária, mas ao ver uns episódios d´"Os Sete Palmos de Terra" percebeu que era profissão de gente feia e/ou maluca. E uma vez que ela apenas bonita e maluca decidiu seguir uma carreira de modelo aos catorze (quatorze para os leitores do norte) anos. Daí até aparecer em videoclips como "Out of Hell II: Picture Show" do MeatLoaf, vídeos do seu colega de liceu Lenny Kravitz, dos Rolling Stones e dos Lemonheads, foi um instantinho. Tornou-se Embaixadora (da) Boa (Vontade) das Nações Unidas, cargo que o nosso Tony Guterres também ambiciona ou detém, não sei bem como isso ficou.
O seu primeiro papel cinematográfico de relevo foi no filme "Cyborg 2", que é como sabemos um filme dum gajo duro, ao qual se seguiram "Hackers" no qual fazia de pirata informática boazona, "Gia" onde desempenhava o papel de uma modelo drogada boazona, "Girl, Interrupted" no qual se fazia passar por maluca boazona,"Gone in 60 seconds" onde representava a personagem de uma mecânica boazona, "Tomb Raider" no qual encarnava uma "Indiana Jones" boazona, "Original Sin" onde foi a boazona que o Banderas comia, "Alexander" no qual assumia a pele de uma boazona dos tempos antigos, e finalmente, "Mr. & Mrs. Smith" onde fazia de Mrs. Smith. Com todos estes papéis construiu uma imagem de dura, de vilã e de mocinha nada sonsa, mas também de amalucada e rebelde. E usou armas, deu porrada, conduziu carros depressa, saltou e deu piruetas.
Mas se é uma dura, também o é devido às suas imensas tatuagens, que deixariam muito motard envergonhado na concentração de Faro. Vamos lá então enumerá-las: tem um 'H' no pulso direito, que é para se lembrar que letra vem a seguir ao "G" e antes do "I"; Tem uma citação do Tenesse Williams que vai do seguinte modo "A prayer for the wild at heart, kept in cages", que é para dizer que lê livros; Tem uma janela azul no fundo das costas, porque é patrocinada pela Microsoft®; Tem o símbolo japonês da morte, emblemas ameríndios e uma cruz de Cristo, para que quando morrer, nenhuma divindade ficar lixada com ela; Tem também uma frase em Latim que diz "Quod me nutrit me destruit" entre a púbis e o estômago, que significa 'O que me nutre/alimenta, destrói-me' e é apenas para que saiba.
É também dura porque adoptou uns putos e deu-lhes uns nomes esquisitos, tendo por isso, que bater nas mães dos 'outros meninos lá do infantário que gozaram com o meu nome, mamã'.
Tal como o gato maltês, colecciona facas e fala francês. O que dá imenso jeito para entender o seu próprio nome e cortar queijo.
Casou-se com um dos gajos do "Hackers", e com um barbeiro chamado Billy Bob (que também é maluco) e agora anda a deixar-se comer pelo sonso do Brad Pitt (sim ele tem um), o que deixou a Jennifer muito triste e faz com que a 'Anjolie Jolina' não seja considerada "A Mais Dura". Paciência, olha...

10.10.05

A Análise Pós-Eleições

Logo depois de terem saído os resultados das eleições autárquicas, sentimos o dever patriótico a chamar por nós e juntamos-nos todos no quartel geral do GM para fazer um brainstorm (tempestade no cérebro).
Portugal é conhecido lá fora pela sua riqueza cultural, pela sua longa história, pelo seu simpático povo e pela sua eficácia em organizar eventos de grande envergadura. Portugal não pode ter essa sua imagem imaculável, manchada por Fatimas Felgueiras, Valentins Loureiros e Isaltinos Morais. Pensámos e discutimos pela noite dentro sobre o assunto, e de facto encontrámos uma solução para essa vergonha nacional.
Portugal oferecerá Oeiras, Felgueiras e Gondomar às suas antigas colónias. Esses territórios tornar-se-ão enclaves ultramarinos do terceiro mundo. Portugal já ocupou terras lá, agora eles podem ocupar cá.... é justo. Sabemos que a Fátima Felgueiras tem laços com o Brasil, que o major é ou foi cônsul honorário da Guiné-Bissau no Porto, e que Isaltino tem contas na Suíça (que é o passatempo preferido dos políticos do terceiro mundo), tudo isso irá facilitar a intregação.
Depois, se algum estrangeiro nos perguntar o que se passou nessas localidades no dia 9 de Outubro de 2005, nós vamos poder retorquir: “Isso não é Portugal, é sim, terceiro mundo e essa gente não tem culpa de ser assim.”
Países candidatos com maiores probabilidades de ganhar estes novos territórios, são aqueles onde os direitos do homem ainda são um mero mito. Só assim talvez, a burrice será vencida.

O missionário dá as boas-vindas ao povo Gondomarense

6.10.05

Separados à Nascença


Pela primeira vez, uns trigémeos e, talvez por isso, as parecenças
se esgotem no facto de serem ‘três
carecas com pêras grisalhas’.

Paulo Coelho – Escritor seca. Quando era novo, iluminado por ideais e manias, quis fundar a ‘sociedade alternativa’, uma utopia anárquica, no estado de Minas-Gerais. Por muito que eu tenha fé que qualquer coisa vinda de Minas-Gerais seja capaz de mudar o mundo, estava mais que visto que este era mais um movimento social destinado a, como todos os outros, terminar em suicídio colectivo à passagem de um qualquer meteorito. Mas a Polícia Militar achou melhor terminar aquilo o quanto antes e meter tudo na prisão a experimentar torturas novas. Depois, Paulo foi para a Holanda onde conheceu uma pessoa a quem apelidou de ‘J’ em vários livros posteriores. ‘J’ tornou-se no mestre de Paulo Coelho e fê-lo ver a luz, tornando-o num fiel devoto da fé cristã. É ordem natural das coisas. Hoje anarquista, amanhã beato. Em ambos os casos, sodomita compulsivamente abusado. Depois, é o que toda a gente sabe. Começa a escrever livros com títulos execráveis e conteúdos semelhantes em catadupa. Conquista fãs em todo o mundo, inclusive celebridades com uma assinalável craveira intelectual, como sejam Sharon Stone, Madonna e Will Smith. ‘My favourite Writer? Paul Rabbit’, costumam responder estas e outras estrelas a Mário Augusto.

Peter Gabriel – Músico inglês. Se está farto de ouvir o Phil Collins com as suas baladas melosas e que encheram os Hit Parade de 88 a 92, culpe este ‘Pedro Gabriel’. Essencialmente porque, se ele não tem deixado os Genesis, ainda hoje o Collins estava dissimulado, e sobretudo calado, atrás de uma bateria. Em meados dos anos 80, Pedro lança o ‘teledisco’ mais genial da história da música: o divinal e indestronável ‘Sledgehammer’. Mas nem isso o safa ou nos faz esquecer que é ele o culpado de o Phil Collins cantar. Sim, nem a genialidade do ‘Sledgehammer’ amaina a dor que se sente de cada vez que se ouve o ‘Groovy kind of love’ ou o ‘Another day in paradise’. Bem, Peter também andou com a Rosanna Arquette e com a Sinead O’Connor, e consta que, afinal, estar na cama com uma gaja que diga ‘pente um’ sempre que vai ao cabeleireiro, é mesmo assustador e perigoso, quanto mais não seja porque quem estiver a espreitar – e sim, está sempre alguém a espreitar – pode muito bem indagar desconfiado ‘oh, diacho, mas aquilo são dois homens?’. E depois cria-se um boato chato. Já agora, ‘Pedro Gabriel’ veio ao Rock in Rio Lisboa e, diz quem sabe, que tem andado com a sua t-shirt ‘Eu vou’ desde essa altura.

Billy Joel – É um cantor que usa muitos pianos, mas, ao contrário de outros, não é um gay obcecado com óculos, nem preto e cego, muito menos fez um solo interminável no ‘Light my fire’, não tendo também aparecido nu na Nova Gente com um chapéu de ‘cowboy’ ou casado com a Valentina Torres. A sua música mais célebre chama-se ‘Uptown girl’ e foi na rodagem do vídeo que conheceu uma mulher bem acima das suas das possibilidades e com quem viria a contrair matrimónio: Christie Brinkley, a sumptuosa assistente que ajuda Chuck Norris a vender aparelhos de ginástica madrugada adentro. Quando era gaiato, farto de ser enfiado no cacifo e de ser baptizado diariamente na sanita da escola, chegou a ter lições de boxe e iniciou mesmo uma carreira no mundo do pugilismo, mas um murro mais poderoso nas ventas, que acabou por lhe redesenhar o septo nasal, fê-lo virar-se para definitivamente para as cantorias. Alcoólico inveterado, mas vertebrado, Billy tem prejudicado bastante a sua carreira e, actualmente, é habitual vê-lo, perdido de bêbado, adormecer em cima do teclado do seu piano durante os espectáculos, criando um efeito sonoro mais ao menos semelhante àquele que se obtém quando alguém desmaia em cima do volante do carro.

Comunicado Oficial

Caros colegas gémeos e estimados leitores, desde ontem assumi publicamente a minha verdadeira natureza.
Este meu “outing ” custou, mas assumi a minha condição, porque não podia continuar a viver na ilusão muito mais tempo.
Não havia mais voltas a dar, não podia esconder mais essa minha faceta. Saí da minha concha e agora sou um homem livre e feliz.
Cortei o cabelo bem curto e as minhas entradas ficaram à vista.

4.10.05

Consultório do Dr. Malvado

Estimados leitores para inaugurar esta rubrica, apresento-vos o caso de Ricardo M. , que nos escreve do Barreiro e que nos apresenta um inquietante caso de obsessão maníaco compulsiva, ou como se diz na gíria e em algumas ramificações da Psicologia Clínica, uma grande pancada. Esta foi a carta que ele nos enviou:

"Caro Dr. Malvado como vai? Vai bonzinho? Há uma coisa que me tem vindo cada vez mais a apoquentar: os Clusters. Aqueles cereais dos anúncios com esquilos ladrões, sabe? É que acho aquilo muita bom, mas só aqueles coisinhos brancos, o resto é mais ao menos. E passa-se que sempre que como aquilo fico arreliado porque ao abrir a embalagem quase que não vejos os ditos coisinhos brancos, é só palha. E o que lhe pergunto é, como é que raio posso comer aquilo à vontade sabendo que como um a mistura homogénea, equilibrada e saborosa? Diga-me doutor... é que eu já ando doente só de pensar nisso. Jinhos!!!

Ricardo M. - Barreiro"

Caro Ricardo, o seu caso é bastante comum entre os jovens da sua idade, que depreendo ser a de um adolescente. Afinal, os homens feitos comem coirato ao piqueno-almoço, regado por uma boa pinga ou acompanhado de um mata-bicho.
A razão do seu problema é simples: uma vez que o cereal vem de camião dos armazéns do representante da marca, situados em Linda-a-Velha, para o estabelecimento comercial onde os adquire. A trepidação provocada pelas más condições dos pavimentos das nossas estradas nacionais faz com que o cluster desça e o restante cereal suba.
A solução para este flagelo passa por virar a caixa, embalagem ou pacote (o sítio onde preferir levar o cereal) e sacudir. Sacuda até mais não e terá o seu problema resolvido. Tenha em atenção que nesta equação, o factor amêndoas (uma das variantes do produto) cria também um desiquilíbrio. Mas neste caso o desiquilíbrio acontece já na taça da qual sorve o seu piqueno-almoço, e é compensado pelas leis do equilíbrio universal. Estas leis fazem o cluster boiar no leite, enquanto as amêndoas se afundam no mesmo, criando uma sequência de desgustação deveras interessante. Cluster, palha e amêndoas .
Um bem haja para si Ricardo, e um xi-coração para todos os outros nossos leitores. Fico a aguardar que enviem as vossas dúvidas e questões para a nossa morada de correspondência electrónica. Até para a semana!

A Gloriosa Saga da T-Shirt GM (Pt. 2)

Agora que foi publicado um post intermédio, posso, finalmente, dar sequência à saga da t-shirt GM (embora alguns de vós possam pensar que o meu atraso se deve ao facto de ser um preguiçoso reincidente sem a mínima ideia do que se poderia passar de excitante com este Manuel Trancoso. É Legítimo).

Convém, antes de mais, esclarecer quem é a personagem. Tive várias reclamações de fãs que não compreenderam o Manuel Trancoso: “Esse nome não me é estranho. É conhecido, não é?” ou “Não percebi a piada final porque não estou a par da vossa private joke que envolve o Manuel Trancoso.” entre muitas outras reclamações... (na verdade ficaram por aqui. Deve ter sido uma estratégia do “Pedro” e da “minha namorada” para evitarem dizer o quanto acharam o post idiota).

O MT não é famoso e nunca fora mencionado antes no blog GM. O post era mesmo apenas idiota.
Manuel Trancoso é só um nome fictício que me veio à cabeça na altura (ainda hoje não consigo perceber porquê) para falar de uma pessoa muito verdadeira: um actor gay.

Não é muito excitante, eu sei. Mas garanto-vos que tentei seguir os passos certos: “Tiago, pensa em excitante...” - e eis que me surgiram uns flashes ...Jessica Alba...trailer...Into the Blue.
“Agora pensa em Manuel Trancoso.” – aqui toda a minha inspiração foi por água abaixo e deu origem à 2ª parte que estão a ver. Melhor sorte para a próxima.

Bem, o Manuel Trancoso tinha andado a passear pelo décor no dia anterior (sim, no dia da “some idiot went to london and all i got was this lousy tshirt”) a meter-se com os técnicos. Chegava perto deles e, para meter conversa, o melhor que se conseguia lembrar era perguntar se eram do signo gémeos. Alguns eram, outros não eram, mas todos souberam contornar de mansinho as suas tácticas de aproximação (excepto um deles que ficou realmente admirado com os poderes de adivinhação de MT. Nada de mal aconteceu todavia, porque quando os colegas lhe explicaram o esquema, ainda foi a tempo de desmarcar o lanchinho combinado).

Não vos sei explicar porque não fui abordado no dia das investidas MT (continuo a achar que a “lousy tshirt” me favorecia), mas com a t-shirt GM passei a ser um alvo demasiado fácil.

Dia GM: Olho para o meu colega que me avisou sobre o MT, olho para a minha t-shirt GM e, quando ainda estou a perceber os apuros em que estou metido, eis que surge no meu campo de visão o próprio Manuel Trancoso. O que fazer?

Não percam a terceira e última parte da saga. Brevemente. Assim que houver um post intermédio. Ou, em caso de desespero, daqui a uns meses quando perceber finalmente como raio é que isto acaba.

3.10.05

Separados à Nascença



Nuno Melo
– Se não reconhece esta pessoa, talvez deve questionar por onde raio anda às terças-feiras à noite quando está a dar o programa ‘Parlamento’ no canal 2. Este gajo está sempre lá a falar, a brincar às discussões com outras pessoas de fato e com a Odete Santos. O Nuno tem exactamente o mesmo nome que aquele actor que fazia de filho na série ‘Camilo e filho’.E que depois entrou numa telenovela brasileira em que fazia de um taxista que estava sempre a bater num preto. O Nuno também é o líder parlamentar da bancada do PP. Falou bastante quando aquele barco das ‘mulheres nas ondas’ andava a fazer abortos ao largo da costa portuguesa. Não consigo imaginar um sítio mais seguro para fazer qualquer tipo de intervenção médica num corpo humano. Os barcos nem abanam nada. Assim de repente, melhor sítio, só mesmo um F-16. Ou uma bicicleta. Bem, Nuno Melo é um gajo igual ao Corey Feldman.

Corey Feldman – Se não reconhece esta pessoa, talvez deva questionar por onde raio andou durante os anos 80 (se foi na casa de Évora ou no apartamento da Avenida das Forças Armadas, peço desculpa por estar a obrigá-lo a remexer em assuntos tão delicados.) Corey Feldman, e se exceptuarmos o ‘E.T.’, o ‘Cocktail’ e o ‘História Interminável’, entrou em todos os filmes que davam ‘à tarde’ na televisão estatal. Quer dizer, uma vez, naquela coisa que tínhamos que votar no filme que queríamos ver, deu o ‘Fritz, o Gato’, um filme porno softcore de desenhos animados. Depois deste filme, nunca mais olhei para o Top Cat da mesma forma. O Corey, não tendo entrado em nenhum destes filmes, era a grande esperança do cinema da altura. Estava para o cinema norte-americano como a Maria Armanda estava para a música portuguesa, sendo que, então, os seus filmes eram a versão cinematográfica do melódico, e factual, ‘Eu vi um sapo’. De repente, Corey deixou de aparecer e o Macaulay Culkin assumiu o lugar de jovem Messias. Curiosamente, ambos os salvadores se cruzaram no recente julgamento do futurista Michael Jackson.