5.5.06

Rádio Gémeo Malvado: Sítios



O que eu adorava jogar ao Stop quando era mais gaiato… Pouco ou nada, para ser sincero. Mas, entre sessões de Bate-pé, lá calhava ter que escrever uns nomes próprios, umas marcas ou uns frutos mais depressa que os outros. A primeira categoria, pelo menos cá na minha comarca, era sempre a “sítios”, esse elaborado conceito infantil que corresponde ao “zonas geográficas” mais adulto. Portanto, em jeito de homensagem, aqui ficam onze músicas de onze bandas com nomes de sítios.

Na baliza, temos Europe e o seu “Final countdown”, esse magnífico golpe de rins que não parece sair nunca de moda. Como laterais, na direita, Asia com “Heat of the moment”, uma música que, a bem dizer, possui uma letra que mais parecem as justificações d’alguém que acabou de violar outra pessoa; e, ocupando a banda esquerda e recuperado de uma lesão grave ao nível dos adutores, Nazareth com “Love hurts”, essa reconhecida alegoria relativa “àquela vez nos duches da prisão”, por ocasião da pena que cumpria devido a apostas ilegais. Por sua vez, a zona central da defensiva é ocupada por Berlin, com “Take my breath away”, um central que os especialistas catalogam como “clássico”. Algo lento e parado, mas técnico, e que sabe ocupar muito bem os espaços. A seu lado, Boston e “More than a feeling”, que, sendo muito mais explosivo que o seu companheiro de defesa, acaba assim, Rui Tovar dixit, por ser o seu complemento perfeito.

No meio campo, como vértice mais recuado, Japan, aluno aplicado da escola synth-pop e das suas componentes mais viradas para disposições tácticas, com “Life in Tokyo”. Nas faixas do meio campo: Texas e “Say what you want”, cantoria que remete automaticamente para a série “Riscos” e que, por isso, será sempre uma opção controversa aos olhos dos adeptos e pessoas de uma maneira mais geral; e Buffalo Springfield, ele que, com “For what it’s worth”, regressa após uma experiência internacional na banda sonora do Forrest Gump. Finalmente, America e “Last unicorn”, uma espécie de Zahovic, mas ainda mais lento e ainda menos eficaz, no apoio aos pontas de lança. Que são, Kansas, com “Dust in the wind”, melodia que prova como pó e ventania são coisas que nunca combinaram bem em lado nenhum; e Chicago, que, com o seu “If you leave me now”, parece finalmente ter convencido o seu treinador de que é um avançado que não pode jogar sozinho na frente.

Uma equipa vencedora? Não. Mas que dá um jeitão do caraças para jogar ao Stop. É também a playlist perfeita para fazer verter uma lágrima a cinquentões divorciados utentes de uma qualquer estrada de província às 4 e meia da manhã num dia de semana. Uma terça-feira, parece-me.
EuropeFinal Countdown
AsiaHeat of the moment
NazarethLove hurts
BerlinTake my breath away
BostonMore than a feeling
JapanLife in Tokyo
TexasSay what you want
Buffalo SpringfieldFor what it’s worth
KansasDust in the wind
AmericaLast unicorn
ChicagoIf you leave me now

6 comentários:

Anónimo disse...

Tens de acrescentar á playlist "Air Supply - all outta love"!!

Anónimo disse...

E isso fica onde?

Anónimo disse...

Tás a ser malvado João... o conceito de "bandas com nomes de sítios" é muito difícil de interiorizar.

Ou então é uma ilha povoada por asmáticos.

Anónimo disse...

Eu gosto é dos DriveShaft, aqueles que cantam o "come On Everybody... Come On Everebody...".

J. Salinas disse...

Não é "iu ole evribodi"?

Anónimo disse...

Ou isso ... não percebo estrangeiro muito bem...