11.8.06

Rádio Gémeo Malvado: Canções com nome de bandas



Ora bem, em termos de introdução, apraz-me dizer que, sim senhoras, estamos assim-assim e que, vá lá, poderíamos estar melhorzinhos assim ao nível das articulações, conjuntivites e, na generalidade, das cartilagens. Esta vida na poda arreia-nos o canastro todo e ainda por cima já sabemos que não podemos contar com ninguém em termos de mediante apresentações junto das autoridades competentes. Mas, pronto, já se sabe que quando a porca torce o rabo, todos choram e ninguém tem razão. Por essas, e por outras, é que a playlist desta semana apresenta a temática que apresenta. Para aquela cambada de proxenetas engravatados saber o quanto elas custam. Biltres, pá, que bom nome é melhor que riqueza, hã? Adeusinho e continuação.

Nino Tempo & April StevensDeep Purple

Este electrizante duo estaria longe de imaginar que o título de uma das canções do seu vasto repertório de cerca de algumas, seria, alguns anos mais tarde, também o nome de uma banda. E não uma banda qualquer. Não. Uma banda que, em tempos, o Guiness chegou a eleger como a mais barulhenta do planeta. Questiono-me sobre que país ostentaria, na altura, o recorde de maior pão com chouriço do planeta. Sim, porque barulho qualquer um pode fazer. Um pão com chouriço gigante é outra conversa. É por essas e por outras que Viseu será sempre maior que os Deep Purple.


Alice in ChainsGod Smack

Uns jovens rapazes resolveram pegar numa música da sua banda favorita e formar uma, enfim, banda. Por isso, e porque tinham o space empanado, nasciam os Godsmack. Sim, space. Pessoas que dizem “barra de espaços” deviam acordar todos os dias com um corte de papel no dedo indicador. É particularmente complicado porque o dedo indicador passa o dia a tocar em coisas e depois dá assim uma sensação de ardência bastante frequente. É lixado, mas a opção por “barra de espaços” até merecia maior punição.


Dr. Feelgood
- Roxette

Dizer “barra de espaços” talvez mereça uma punição inferior a pensar que estes Eurythmics da Suécia eram casados um com o outro. Deviam ser atacados por coceiras e formicações cíclicas em zonas inatingíveis. Portanto, vamos lá a acalmar e a calar, porque os Roxette não eram marido e mulher. Lançaram foi um álbum em espanhol, facto que, por norma, é indicador inequívoco de qualidade. Se concebermos os Roxette como um queijo, o tal álbum em espanhol será então o seu bolor. Uma das canções era “Una reina va detras de un rey”, melodia que, a julgar pelo título, parece promover o uso de strap-ons entre a realeza.


Talking Heads
Radio Head

Os Radiohead, ainda sem nome, ouviam na sua garagem os Talking Heads a cantar a “Radio Head”. Vai daí, os Radiohead decidem pegar no título “Radio Head” e formar uma banda, os Radiohead. Não consta que os Radiohead tenham alguma vez cantado a “Radio Head”, o que é chato, até porque, afinal de contas, foram os Talking Heads, com a sua “Radio Head”, que inspiraram os Radiohead. David Byrne, o Rui Reininho britânico, ainda hoje quer saber porque raio os gajos dos Radiohead não prestam homenagem à “Radio Head”. E, cuidado com ele, hã? Se ele até já cobriu a “I wanna dance with somebody” da Whitney Houston, não lhe deve custar muito bater nuns tísicos de Oxford.


Jesus and Mary ChainSugar Ray

Incrível como uma canção, a “Sugar Ray”, pode ser tão melhor que uma banda, os “Sugar Ray”. Era como se os Jesus and Mary Chain se chamassem “Sou como um rio”. Aliás, isso era ao contrário. Porque era uma banda muito melhor que a canção que lhes deu nome. Bem, mas… enfim… é… por vezes… portanto, estava-se a falar de quê exactamente?


Leonard CohenSisters of Mercy

Leonard Cohen, “o tio da França” do Figo – sendo que França é, como se sabe, o representante de qualquer país para onde s’emigre – cantou baixinho este Sisters of Mercy. Parece que as irmãs da misericórdia têm um bordel em Montreal e o tio do Figo dedicou-lhes esta canção. À espera de umas borlas, claramente. Esteve ainda noivo da Rebecca de Mornay, a actriz que disputa o título de mais tempo d’antena na TVI com a Sofia Alves e a Xana Lencastre. Quanto à banda, os Sisters of Mercy, era giro que visitassem o tal bordel. Era espirituoso. Era os sisters of mercy nas sisters of mercy. Literalmente.


Bernard CribbinsRight said Fred

Bernard Cribbins era um pau para toda a obra e chegou a entrar no Espaço 1999. Antes disso, cantou umas coisas. Uma delas, quase trinta anos depois, levou dois carecas, constantemente em tronco nu, a dizer que eram demasiado lúbricos para o seu amor, para a t-shirt, para Milão, Nova Iorque e Tóquio, para a festa não sei de quem, para o seu carro, chapéu e gato. Sim, sei isto de cor. Seja como for, é este o legado de Cribbins e dos “Right said Fred”, a primeira banda depois dos Beatles a conseguir, com o seu single de estreia, um número #1 em território norte-americano. E o Líbano é que é bombardeado. Enfim, critérios.


T-RexMister Mister

Antes de ingressar no mundo do cinema e fazer de dinossauro mau do Parque Jurássico, “T-Rex” foi um grupo musical. Já os “Mr. Mister” tinham, claramente, outra genica. A começar por um teledisco onde o vocalista usava um blazer com as mangas arregaçadas e acaba, cheio de sede, a olhar para uma águia ou um pássaro grande qualquer. O título dessa cantoria, “Broken Wings”, deve ser uma metáfora e assim essas coisas das interpretações e segundos sentidos. O teledisco até era a preto e branco e normalmente as coisas a preto e branco têm muitas metáforas e coisas para pensar.


Prince Buster
Madness

Simultaneamente com uma carreira musical, o jamaicano Prince Buster formou, junto com os Ghostbusters, uma força especial que visava livrar os 80’s de duas das suas maiores assombrações: os fantasmas e, claro, o Prince. Em termos musicais, a sua canção “Madness” terá ajudado a formar um grupo de sete marmanjos que se tornou famoso a cantarolar que a casa deles ficava mesmo no meio da rua. Grande avaria, sim senhoras. Digna de se cantar sobre isso.


The Music MachineTalk Talk

Uma coisa assim meio para o psicadélico, estes The Music Machine. Tinham algum talento, mas estão condenados a que, décadas depois do seu fim, ainda os confundam com os Miami Sound Machine e, por arrasto, com a Gloria Estefan. O seu maior sucesso, este “Talk Talk”, inspirou uma banda aparentemente obcecada com a palavra “life”. Ainda há pouco tempo, os “Sem Dúvida” cobriram uma dessas músicas dos “Fala Fala”.


The Electric PrunesBangles

Mais uma banda dos 60’s com bastante de psicadélico. Não sei muito bem quem são estes ameixas eléctricas, mas a Susanna Hoffs era a Bangle gira. Quanto às Bangles, consta que eram umas malucas à segunda-feira e que andavam como faraós a atear pinhais com labaredas eternas. Depois da Susanna, a Bangle mais…como dizer isto sem ofender e ser bravio…“tragável”, vá, era capaz de ser a ruiva. Acho eu. Certezas, certezas, só mesmo que a Susanna era gira e que havia uma loura demasiado grande para não ter, em algum momento da sua vida, mijado em pé e sacudido. A mulher quer-se é pequena, como a sardinha. E não grande, como o Obikwelu.

12 comentários:

Anónimo disse...

Excelente conceito, óptima táctica, e boa concretização. Mas péssima audibilidade a desta playlist. Parabéns!

headache disse...

Adorei a inclusão dos AIC.
Já agora, a título de curiosidade, Dr. Feelgood também foram buscar o nome (ou será o contrário? :P) a uma música dos Mötley Crüe.

J. Salinas disse...

Na música, que raio interessa a audibilidade? Olha que francamente! É que, quer-se dizer, assim parece que andamos aqui todos a brincar às opiniões.

J. Salinas disse...

Calma aí, se faz favor! O Dr. Feelgood foi buscar o nome a uma música da Aretha Franklin.

Chiça, que adoro ouvir-me falar. É uma coisa impressionante.

headache disse...

Um "Death cab for Cutie" aqui caía que nem ginjas. Ou Ginja. Whatever.

Anónimo disse...

Todo o texto é bom de ler e demonstra uma boa dose de criatividade. Mas todo ele, o texto entenda-se, é uma preparação para a frase que me fez rir até às lágrimas que é: " A mulher quer-se é pequena, como a sardinha. E não grande, como o Obikwelu". Não sei porquê...

Anónimo disse...

Já sei porquê... foi de imaginar o Obikwelo de mini-saia, top e saltos altos...

J. Salinas disse...

Por norma, quinze dias depois de escrever os textos, deixo de os perceber... enfim... e começa-me a doer a cabeça por causa das letras... e de pensar... e assim...

Sacrilegius disse...

Não percebi nada de nada.
Nem do texto.
Nem dos comentários.
.................... ada.
........ exto.
............. ários.

Achei que ficava aqui giro um poema.

J. Salinas disse...

Isto das letras sempre foi lixado. Devia ser tudo em bonecos.

Letras de Babel disse...

pedro,
deixa-me perguntar-te - porque não conheço os teus comentadores - achas que alguém se lembra do que escreveste na 1ª linha quando está a ler a última?
devias postar uma banda de cada vez, vá lá, duas...é que a gente tem mais blogs pra ler, que é que julgas?

J. Salinas disse...

Uma playlist com uma banda de cada vez? Faltam mais gajos como tu em lugares de chefia das rádios de todo o mundo...