28.12.06

O Português é Ecologico



Já estive em outros países por esta altura e aquilo era só aquecimentos centrais, lareiras, salamandras e outros aquecimentos acessos em qualquer estabelecimento. Aqui não, aqui as casas, autocarros, bancos, escolas e mesmo hospitais, raramente têm dessas modernices.
Muita estrangeirada não tem noção disso, porque pensa que o sol abunda todo o ano em terras lusas. Aí é que se enganam, esses bifes, porque cá temos também uns bons meses de frio e chuva, sem essas paneleirices de aquecimentos. Aqui poupa-se em petróleo, gás natural, carvão e madeira; fontes de energia cada vez mais escassas. Sim, é verdade meus amigos, o povo Português no fundo é um povo ecológico.

Faz parte da pedagogia Portuguesa, que as crianças desde cedo têm que estar nas aulas de casaquinho e às vezes com luvas. Serve para fortalecer o carácter, prepara a criançada para o grande combate que é, no fundo, a vida. Muitas casas além de não ter aquecimento, também não têm essas coisas do vidro duplo ou isolamento térmico. Isto também poderá ter a ver com o pensamento ecológico, o vidro (isolamento térmico é feito de fibra de vidro) ainda é abundante, mas um dia poderá vir a acabar.

Mas tudo isto que referi, não se prende apenas à Ecologia, porque quando o vento gélido entra nos lares portugueses, por baixo das janelas ou por rachas no telhado, podemos traçar uma linha directamente para nossos gloriosos antepassados. Esses marinheiros destemidos que navegavam por grandes tempestades e que também rapavam grandes frios e humidades nas suas caravelas. Sentir o frio na pele, e até ao osso, faz parte da Alma Portuguesa. E até digo mais, o Fado foi sem dúvida inventado numa noite chuvosa e fria, ao pé de uma lareira e com o dente a bater. E não debaixo do Sol, numa qualquer "ocidental praia Lusitana".

26.12.06

Mitos Infantis IV



Ontem não comi a sopa toda. Não comi e pronto! E sabem que mais? Não me aconteceu absolutamente nada. Nada! Não veio um polícia buscar-me, não me cresceram pelos nas mãos e nem fiquei cego. Não só não me aconteceu nada disso, como ainda tive direito à sobremesa. Repeti e tudo. Várias vezes, até.

“E então?” – perguntam em uníssono os meus estimados leitores, ou pelo menos os que conseguiram ler isto tudo até aqui sem ficarem à rasca da vista, ou os que sabem que não vale a pena tentar arranjar ocupação melhor do que esta de ler blogs e isso. Pois bem, é que diz – o povo e gente assim dessa – que se não comermos a sopa toda, que nos acontecem calamidades trágicas, tragédias catastróficas e até mesmo catástrofes calamitosas, como aquelas que descrevi anteriormente ali para os lados do primeiro parágrafo.

A mais famosa das consequências de não comer a sopa até ao fim, e que ainda não tive oportunidade de referir, (aliás, até tive, mas quis criar suspense, ou “suspende” que é como o processador de texto que utilizo me sugere que escreva) é então vir o “Velho do Saco” e levar quem não comeu a sopa toda.

Mas ele ontem não veio e não me levou com ele. E agora pergunto: “Porquê isto?” Ora, sucede-se que ontem era Natal e o fulano de idade avançada que se encontra sempre na posse de um saco andava ocupado com outras coisas. Vamos mas é lá chamar as coisas pelo nome: ele andava ocupado com outras “ocupações”. Pois é, o “Velho do Saco” andava sim a fazer de Pai Natal. Não como muitos malandros que só nesta quadra é que se lembram de fazer alguma coisa que não procrastinar no sofá, e que vestem uma fatiota, tiram as barbas de molho, metem uma barba falsa e badalam uma sineta nas ruas da baixa de uma qualquer cidade da Beira Alta, por exemplo. O “Velho do Saco” é na verdade, verdadinha, o verdadeiro “Pai Natal”. É verídico sim senhores, estas duas figuras míticas são apenas e somente, a mesma e uma só pessoa.

É por isso que não nos acontece nada se não comermos a sopa no Natal, que até, coincidentemente, nem faz parte da ementa da Consoada. O “Velho do Saco” cessa assim as suas funções habituais para andar a distribuir presentes bonitos às crianças que se portaram bem, e um pedaço de carvão às que se portaram mal. E isso de nos portarmos bem é mesmo o quê? Lá está: comer a sopa toda. E quem é que se encontra mais habilitado do que o “Velho do Saco” para saber quem é que se portou bem? As coincidências não se ficam por aqui, senão reparem: tanto o “Pai Natal” e o “Velho do Saco” são velhos e têm sacos. É a isto que nós chamamos em Economia, “economia de recursos”, pois utilizam-se determinadas capacidades, neste caso ser velho e andar com um saco, para desempenhar diferentes funções e aumentar a produtividade da coisa. Até porque não faria sentido nenhum estar a descontar para a segurança social e a ter outros encargos assim género só para ter um “Pai Natal” no activo um ou dois dias por ano. Deus, o gestor do Universo, sabe-a toda.

E o menino Jesus no meio disto tudo? Pois bem, todos nós sabemos que isto de celebrar o Natal é a forma que temos de dizer “Feliz Aniversário” ao Jesus. E como é o Seu aniversário, neste dia ele é o bebé, e tem de ser feita a Sua vontade. Tanto na Terra como no Céu. Antes era Ele que punha as prendas no sapatinho, mas fartou-se de estar sempre de serviço no dia de anos, e pediu ao Seu Pai para arranjar alguém para essa tarefa. Assim, o Seu Pai mandou um dos Seus empregados, o “Velho do Saco”, encarregar-se disso. Deu-lhe uma farda e tudo, para demonstrar que aquilo era uma tarefa mesmo importante e o velho não reclamar. Porque se há coisa que os velhos adoram mais do que reclamar, são fardas como deve ser e farpelas assim das jeitosas.


Outros Mitos:
Mitos Infantis III
Mitos Infantis II

Mitos Infantis I

18.12.06

A Minha Táctica



Começou mais uma vez vez a corrida de Natal. Milhares de pessoas a gastar as poupanças nas lojas e milhares lojistas a esfregar as mãos de contentes. Eu também comprei prendas, estimados leitores, mais por obrigação que propriamente por livre vontade. Houve uma altura na minha vida em que tentei dizer não a esta festa de consumo. Todos os anos é a mesma coisa, o que hei-de comprar para o tio Manel, mais uma gravata ou mais uma garrafa de whisky? ...uh...Vai mais uma gravata... porque a tia Zulmira não gosta que o tio Manel beba. E para tia Zulmira...vai pela 20ª vez uma caixa de chocolates?

Para mim isso tudo acabou, porque desde há um par de anos, só compro livros, DVDs e CDs, ou seja apenas cenas culturais. O tio Xavier só fez a terceira classe e mal sabe ler!? Não importa, porque um livro pode servir como um incentivo para começar a adquirir este hábito tão bom. Neste caso se a leitura for banda desenhada pode ajudar também. A Tia Gertrudes já não ouve bem e ofereceste um CD? Não faz mal, desde que seja Sepultura ou Napalm Death.

Nós, os compradores da prenda, também ganhamos com esta táctica. Sempre quiseste ter o triplo da Maria Callas ao vivo na La Scalla ou a caixa com a filmografia completa de Ingmar Bergman, mas não podias porque tinhas sempre de te conter por causa das tuas finanças? Agora já podes comprar, porque com uma só prenda fazes duas pessoas felizes. Pois claro, os DVDs, os CDs, os livros vejo, oiço e leio antes de oferecer. Isso é, no fundo, uma situação win–win, como se diz no jargão do mundo empresarial. Usufruo dos bens à pala e quem os recebe, fica logo a saber se o presente é bom ou mau.

9.12.06

Mad World



Que há muita loucura neste mundo, isso toda gente sabe, mas vejam esta história que li há uns dias atrás :
Uma mulher suspeita de um furto num talho foi perseguida por dois polícias. Ao ser apanhada, tentou fugir baixando as calças. "Não conseguia acreditar os meus próprios olhos" disse um dos agentes. A mulher, que mais tarde saiu em liberdade condicional, tinha roubado três nacos de carne de cordeiro.
Um homem de 38 anos que viu tudo da sua casa, tirou a foto. "Não se vê algo assim todos os dias" afirmou o homem. E nós acreditamos nas suas palavras. Era de facto bom, se todos os dias uma mulher baixasse as calças em frente da nossa janela.

4.12.06

Rádio Gémeo Malvado: Coros




Gregorian -
Losing My Religion

Quando disse aos mandriões dos meus colegas aqui do blog que esta playlist iria ser acerca de coros, vieram logo com a conversa de que a ideia não tinha jeito nenhum porque iam ser só coros “acapella” e gregorianos. Eu disse que não, que de certeza que havia muita escolha e que não ia meter nada disso.
Mas um dia, ao entrar na loja de produtos isotéricos que há aqui no prédio ao lado, estava a tocar este tema e eu pensei: “Epá, esta vai ter que entrar porque é assim meio irónica e tudo!”. Senão vejamos, esta música tem uns monges a cantarem que perderam a religião e assim essas coisas. Ok, eu sei que não são monges a sério, e que na verdade estas músicas são gravadas por outros cantores normais. Mas quem acaba por dar a cara por debaixo dos capuzes daqueles hábitos, são monges verdadeiros. E eu respeito isso, quase tanto como respeitava os Milli Vanilli. Se calhar até mais.


Langley School Music Project - Mandy

Se eu tivesse tido um professor de música amalucado no ciclo preparatório, em vez de um daqueles que demorava um ano inteiro para nos ensinar o “dó-ré-mi-fá-sol-lá-si-dó” e que agora anda para aí a contestar o estatuto da carreira à Sra. Ministra, talvez as coisas tivessem sido diferentes quando decidi formar um conjunto musical e fazer da venda de discos compactos, a minha carreira. Quem sabe se eu não seria agora um ex-Silence 5, que viveria dos rendimentos dos seus anos de glória? Glória não... Sofia!
Pois bem, já há muitos anos num país do estrangeiro onde se fala “o inglês” correctamente, existiu o professor que sabia que isto de tocar flauta na festa de final de ano lá da escola, não era assim tão giro. Vai daí, que pegou em todos os seus alunos e pô-los a tocar as músicas que faziam furor nas salas de baile que essa juventude, outrora tão promissora, frequentava. Foi assim que nasceu este projecto. Meia dúzia de alunos tocaram vários instrumentos, sendo que o garoto mais gandim que para lá havia tocou bombo, de forma a descarregar o excesso de energia que geralmente tinha como destino uma qualquer parte do corpo dos colegas. A Ana Sofia, ou Ana Rita, lá da turma cantava solos sem desafinar, era a melhor aluna e tinha cincos a tudo, mesmo a Educação Musical. O não-sei-quantos que estudava no “orfeon” tocava órgão e o resto do maralhal cantava como podia e isso não tinha mal nenhum, pois em coro tudo soa bem.


Rockapella - Bohemian Rhapsody

Pá, o que podem fazer meia-dúzia de gajos que andaram juntos no coro da paróquia, quando já começam a ter barba suficientemente rija para arranhar a pele ao padre, continuam a ter gosto naquilo do cantar, mas não têm dinheiro para comprar instrumentos nem os livros do Eurico A. Cebolo, de forma a poderem fazerem um grupo de baile que toca tributos aos Queen?
Diz o povo e muito bem, que o melhor mesmo é formarem um conjunto coral que canta músicas do cancioneiro pop, e que faz os barulhos assim, só com a boca. Julgo que os únicos requisitos para criar um destes grupos são que um dos elementos tenha uma voz assim fininha, e que outro soe sempre como se aquele sapo gordo da música dos sapos do Paul McCartney fumasse dois maços por dia.


St. Fiachras Junior School Choir - The Sweetest Thing

Quando eu era mais novo, um primo da minha mãe levou-me, sabe-se lá porquê a uma audição de um coro infantil. Quando cheguei lá, aquilo estava cheio de gente que, pelo que me pareceu, frequentava aquilo com alguma frequência. Eles começaram a ensaiar, cantavam bem e tudo. Quando fizeram um intervalo, o maestro chamou-me e pediu-me que cantasse uma escala de “Dó”, como eu não sabia o que isso era disse os nomes das notas que me lembrei, sempre no mesmo tom. Fui-me embora e nunca mais ninguém me disse o resultado da audição. Apesar de eu não ter telefone na altura, bem que podiam ter dito aquilo que as pessoas dizem sempre nos filmes: “Ah e tal, mais vale a gente telefonar-lhe do que estar você a ir à cabina gastar o credifone”.
Se eu tivesse sido aceite, que é azeite em espanhol, podia ser que tivesse feito assim uma cover dos U2 lá com o pessoal do coro. É assim a vida...


The Red Army Choir – Bella Ciao

Quem é que há uma mão cheia de anos atrás seria capaz de dizer que uma música italiana, de protesto contra a guerra, de origem incerta e intitulada “É boazona!” se viria a tornar um hino revolucionário de dimensões assim das grandes por todo o mundo? Eu não. Até porque à uma mão-cheia de anos atrás eu tinha umas coisas para fazer nesse dia e não podia estar a perder tempo com respostas a perguntas dessas assim tão coisas.
Vá-se lá saber porquê, um ex-funcionário do partido comunista russo decidiu falar com o Maestro Vitorino de Almeida lá do sítio e propor-lhe que pusesse os tropas que para lá tinham sem nada para fazer desde que deixaram de escoltar carro alegóricos de carnaval acerca do tema “guerra”, e que até cantavam bem, a cantar esta canção. A moda das cantorias destes rapazes pegou e até cantaram músicas daquele grupo… aquele que tocava aquela música do... bem, não interessa.


The Metropolitan Police Male Voice Choir - When I'm 64

Reparei há pouco tempo naqueles senhores vestidos de preto que andam pelas estações do metro e perguntei a um primo meu se ele sabia o que raio andavam eles ali a fazer. Ele não fazia ideia. Por isso fui à Internet pesquisar e lá percebi que são polícias do metro. E pronto era só isto que eu queria dizer.
Ah não!... falta ainda dizer que estes senhores têm uns equivalentes no estrangeiro já há uma porrada de tempo e que isto só agora é que foi implantado cá em Portugal por causa de uns assaltos que têm havido e assim, e que também são coisa recente. Diz que lá fora eles aproveitam o eco do metro e formam grupos corais masculinos e que o seu repertório é habitado sobretudo por músicas que falam de direitos dos trabalhadores, desde que se é o “gajo novo” até ao último ano de serviço antes da reforma aos 65 anos de idade.


Sidney Gay and the Lesbian Choir – Dancing Queen

Pouca gente sabe que antes de ter participado no Eurofestival do Cação, o grupo musical ABBA, já existia com outra designação. Pois é, antes da fama e do estrelato, os ABBA intitulavam-se “Sidney Gay and the Lesbian Choir” e cantavam em coro com mais umas trinta pessoas. Mas essas trinta pessoas meteram-se na droga e morreram com uma overdose. Assim, o Sidney, o Gay e o casal de lésbicas que sobraram, decidiram rebaptizar o grupo com o nome pelo qual ficaram conhecidos. E o resto é História, com “H” maiúsculo.
Mas como na verdade a História é feita de micro-histórias, posso ainda acrescentar a estas palavras de verdadeira sapiência universal, que a uma dada altura o grupo passou por outra transformação, que acabou por originar o seu próprio fim: diz que fizeram uma operação para ficarem espanhóis e foram morar para Maiorca. É esta a explicação da edição do seu disco multiplatinado “ABBA – Oro”. A sério...


Scala – I Touch Myself

Então e quantas músicas orelhudas acerca de masturbação é que vocês conhecem que possamos cantarolar todo o santo dia sem que ninguém nos diga em tom de repreensivo: “olha aí as pessoas!”? Certamente que não muitas.
Isso também não interessa nada agora, pois o que vos trago aqui é bem melhor do que isso. “Mas o que poderá ser melhor do que uma música orelhuda acerca de masturbação e que possamos cantarolar todo o santo dia sem que ninguém nos diga em tom de repreensivo: ‘olha aí as pessoas’?” – interrogam-se vossecelências. Pois bem, eu digo-vos. Melhor que isso de “uma música orelhuda acerca de masturbação e que possamos cantarolar todo o santo dia sem que ninguém nos diga em tom de repreensivo: ‘olha aí as pessoas!’?” é uma música orelhuda acerca de masturbação cantada em uníssono por um bando de miúdas colegiais de 16 anos, mas com corpo de dezoito ou mais. E pronto é mais ou menos isso.


The Cheshire Chord Company - I Predict a Riot

Fazem ideia de o que é ser roadie duma banda que até teve uns sucessos no verão passado e depois vir a vossa mãe com as amigas do coro e roubar uma malha da banda da qual vocês quase fazem parte e ter assim sucesso e coisas dessas? É lixado, posso-vos eu dizer que quase passei por isso uma vez. E foi exactamente o que aconteceu com um roadie dos Kaiser Chiefs há uns tempos.
Como raio se ultrapassa o estigma de ficar conhecido assim no mundo da indústria musical e no meio roqueiro? É que a linha de engate “eu sou roadie dos não-sei-quê” já não funcionava muito bem com as groupies e incluir a palavra “mãe” na frase também não vai compor o ramalhete de certezinha absoluta, sintética e analítica.


Gunter Kallman Choir - Day Dreamin

Antes diziam que a miúda que aparecia na capa do segundo cd dos Portishead e que entrava num videoclip deles, era a vocalista e que estava assim tão magra porque sofria de anorexia. Também diziam que aquelas pulseiras de metal com duas esferas nas pontas faziam bem às costas. Tá visto que as pessoas dizem muita coisa quando têm interesse em vender produtos. Eu cá não vendo nada, logo sinto-me livre para dizer o que bem me apetecer e às vezes até mesmo a verdade. E a verdade é esta: aquela música dos Portishead que as gajas tanto gostavam na altura só teve sucesso por causa daquela introdução, que foi sacada a este coro do Gunter Kallman, que era alemão. E já agora diga-se também que os alemães agora são assim mais coisos, mas que a uma dada altura foram bem lixados. Essa é que é essa.


The Kop Choir - You'll Never Walk Alone

Sempre achei que deveria haver uma qualquer razão para aquele senhor que toca “O Submarino Amarelo” numa corneta em todas transmissões de jogos de futebol da televisão fazer o que faz. Ou fazia, porque já ouvi dizer que morreu. A verdade é que ainda o oiço, e isso é que interessa. Mas como estava eu a dizer, por detrás daquilo havia uma razão, uma lógica e até mesmo um motivo. Por essa mesma razão as claques e as audiências dos mais variados eventos musicais e desportivos, batem palmas, cantam sempre aquela música do “Oeh, oeh, oeh ô ou, oeh ô ou” e gritam “Portugal” ou o nome do clube. E a razão é tão simples como isto: é que se eles tentassem cantar qualquer outra coisa, não se iria perceber nada. Esta música é a prova disso. E não me venham com a história do “Ah e então a claque do clube de futebol de não sei onde que gravou um disco?”

2.11.06

E logo eu que sou um cidadão honesto e nem sequer faço mal a uma mosca... morta.



Hoje acordei com a mosca. Não foi com a mosca do sono, nem com uma daquelas que alguns homens usam entre o lábio inferior e o queixo e que são feitas de barba. Odeio essas. Aliás, odeio todas as barbas que não sejam a de três dias ou barba assim p'r'ó crescida. Nem percebo sequer de onde vêm os nomes de tais opções capilares... mosca, pêra e Suiça!? Pá, são ridículos! Mas que raio estavam os gajos ordem dos barbeiros a fazer naquele primeiro congresso em que ficaram de definir a deontologia profissional, o nome das ferramentas e os estilos de barba? Cá para mim só podiam estar a fazer uma coisa: jogar ao stop. Em que outra altura é que alguém escreve num papel um nome de um animal, dum fruto e dum país? Só mesmo num jogo do stop. Seria bem mais fixe se tivessem jogado à Batalha Naval. Quem é que não gostaria ter um estilo de barba chamado "Torpedo", "Porta-Aviões" ou "Submarino"? Para começar, as mulheres...

Voltemos então à mosca. Acordou-me, foi defecar para o vidro da janela e ficou a olhar para mim, enquanto esfregava as mãos, com aquele ar de quem está a fazer porcaria só para me provocar. Lá tive eu que ir lavar os vidros. O meu pai só me deu dois conselhos na vida e ambos, curiosamente, envolviam jornal. O primeiro era que se algum dia eu dormisse na rua, que me embrulhasse em jornal por causa do frio. O outro enunciava as qualidades do papel de jornal na limpeza de vidros.

Posto isto, comecei a interrogar-me acerca da razão das moscas gostarem tanto de sarapintar tudo quanto é sítio e porque é que são sempre tantas nesta época. Mas como as únicas coisas que sei acerca de moscas foram aprendidas no filme "A Mosca", não concluí grande coisa e lá fui chamar um cidadão sénior, daqueles que já por diversas vezes caiu num poço de sabedoria popular e quase se afogava em provérbios. Disse-me que agora "as moscas estão moles". Arre gaita! - pensei cá para mim - moles também estão os ovos e não é por isso que me vêm cá a casa cagar as paredes e os vidros.

18.10.06

Rádio Gémeo Malvado: We are the world



Esta playlist tem, como seria de calcular, um tema. Um tema temático, até, com uma acentuada aura de assunto e uns pozinhos de motivo. Não me apetece é explicar qual é. Mas posso, desde já, adiantar que se tratam de canções e cantigas cantadas por cantores. Em várias línguas. 15, para ser mais exacto. Cada uma delas é uma versão de um célebre sucesso do mundo da canção ligeira e popular. Portanto, é favor ler esta merda toda e adivinhar de quem são as músicas originais. O primeiro a fazê-lo acertadamente ganha não levar um murro nas fuças com força. Andor com isso!


Lissette y Sophy - Eclipse Total del amor

Espanha não é só mamas e tapas. Mas não sei quem são estas pessoas. Diz que a Lissette é uma cantora peruana. Os únicos peruanos que conheço do mundo do espectáculo são aqueles índios que tocam Pan Pipe Moods no Rossio. Nunca dou nada a esses índios. Desvirtuaram completamente a ideia que tinha deles. Nem têm flechas, não querem escalpes, nem uma vez os vi a fazerem aquela coisa de bater com a palma da mão na boca e fazer aquele “uohuohuohuohuohuho” aos saltinhos. Se grito “Sigam o Kemosabe, vamos!” enquanto passo a correr por eles, limitam-se a ficar com aquele olhar de “moñedita, señor?”. Santa pachorra. Arriba! Coño, cabrones!


Patrizio Buanne - Alta Marea

Itália não é só mamas e massa. Não. Itália também é a casa do Papa. A julgar pela quantidade de visitas e amigos que tem, é de supor que o Papa tenha uma piscina do caraças. Ou então já tem a Playstation 3. O que eu gostava mesmo era de ser cozinheiro do Papa por um dia. Só para lhe poder perguntar “Papa, açorda?”. Ou então ser o desinfestador do Vaticano e, quando ele me ligasse, eu interrompia-o logo com a dúvida “Papa, formigas?”. Mas devia ser baratas. Não me ia ligar por causa de formigas. Digo eu, sei lá. Assim de longe, o Vaticano não me parece sítio para ter baratas. É seco, tem aragem com fartura, e até deve ser aspirado todos os dias ou, na pior das hipóteses, às terças e quintas. Formigas ainda é com’ò outro. Basta deixar um bombom esquecido em qualquer lado para aparecerem. Porco Dio! Vaffanculo!


Quietschboy - Kammermusik

Alemanha não é só mamas e salsichas. É também a terra dos maus do Indiana Jones. Há uns que até morrem derretidos porque abriram um baú e saíram de lá uns pirilampos muito grandes. Um era o Herr Flick do Alô Alô, que eu bem sei. Tal como nós, portugueses, também os alemães tiveram um baixinho de bigode que ficou famoso. Só que o deles não se chama Vitorino, nem tinha um irmão que se vira se, perto dele, dissermos à nossa filha pequena, que se chama Salomé, onde deve ir fazer a mijoca. Eu já fiz isto. A minha filha chama-se exactamente Salomé e eu, uma vez, na festa de angariação de fundos para um carro dos bombeiros novo para os voluntários de Almeirim, e porque reparei que ela se preparava para mijar no canto do pavilhão gimnodesportivo daquela simpática povoação, gritei “Sanita, Salomé!”. Quando me virei, estava o irmão do Vitorino a olhar. Tinha uma filhós na mão. Parecia ter muito óleo, mas ele lá sabe. Da tua vida sabes tu, Janita. Hundeschiss!


Svetlana Razina - Noch' bez muzhchiny

Rússia não é só mamas e solho-rei com saramago-maior. Rússia é frieiras, daquelas nas orelhas. Rússia é Derlei. Rússia é Estaline. Rússia é Rasputine. Rússia é o Portugal da Angola que é a Ucrânia. Terra de bolcheviques e mencheviques. Terra da Laika, que eu ainda hoje confundo com a Lassie sem ninguém reparar. A Laika foi o primeiro cão no espaço. A Lassie, por seu turno, foi o protótipo do inspector Max. Como se tratavam de outros tempos, a Lassie era apenas uma camponesa, ao passo que o Max já é um respeitado inspector da PJ e ladra ordens para o Médico de Família e aquele estrábico que tinha um anúncio no Metro em tronco nu sobre não sei quê. E é uma coincidência engraçada, o facto da Laika ser confundida com a Lassie, que, como se disse, é o protótipo do Max, que, claramente, é um nome se confunde com Marx, o inventor do comunismo. E adivinhem lá quem foi o bastião das comunices? A ex-União Soviética, actual Rússia. Nem mais, nem menos, que a terra da Laika. Chiça, que até me arrepio todo com estas coincidências. Yebat'-Kopat'!


Faye Wong - Moong Joong Yun

Olha a china. A China não é só mamas e arroz chau-chau. Pá, mora é aí muita gente. Tratem lá disso. Além do mais, para um país tão grande, já vai sendo tempo de inventarem mais qualquer coisa. Galinha com amêndoas é bom e o Ping Pong até dá para distrair, mas, quer dizer, n’é? Desde a pólvora que não fazem nadinha, caraças! E sim, descobrir a pólvora foi porreiro. Agora até se diz “eh pá, o gajo parecia que tinha descoberto a pólvora”. Por acaso nunca ouvi “descoberto”. As pessoas, o povo anónimo, a massa inculta e suja de polvilho; essa gente diz sempre “descobrido”. A praça de Tian'anmen é na China. É aquela praça onde um gajo quis bater num tanque. Mas o tanque até nem queria confusão. Desviou-se e tudo. Viu-se bem isso nas imagens. O gajo é que continuou a teimar e a mandar bocas. Ni shi hun dan!


Bollywood Freaks - Don’t stop ‘till you get to Bollywood

Índia não é só mamas e chamuças. Nunca fui à Índia. Mas hei-de ir, claro. E até já sei algumas coisas sobre a Índia. Não se pode beber água de lá. Nem ir à casa de banho. E, se se respirar pela boca, apanha-se tuberculose e/ou escorbuto. Apesar de tudo, imagino que lá, na Índia, as pessoas sejam felizes. Imagino que é um país onde toda a gente passa a vida a ensaiar coreografias em cima de comboios. É também o país para onde os índios foram viver, depois dos cowboys os terem expulso do faroeste. Agora andam em elefantes, em vez de cavalos, e adoram vacas, em vez de totens. Isso é que foi evoluir, hã, Índia? E eu que escolhia sempre o Ghandi no Street Fighter a pensar que coiso. Basicamente, era porque só sabia fazer o Yoga Fire e deixava-me num canto sempre a fazê-lo. Era mais fácil que o Ayuken do Ryu e do Ken, os Wham do Street Fighter. Os meus amigos diziam-me “foda-se, metes nojo com essa merda de ficar num canto a fazer sempre essa merda de fogo”, mas era só inveja porque eu ganhava. Chodu bhagat!


Mo Hiromi - Golfinger 99

Japão não é só mamas e sushi. Japão é também a pátria da pornografia mais mórbida do planeta. Mas alguém tinha que ser, n’é? Eu, pessoalmente, nem vejo nada de estranho na pornografia japonesa. Só disse aquilo porque li num livro e às vezes é de bom-tom citar coisas e assim. Ah, não foi num livro. Foi na TV Guia, num artigo de opinião do João Gobern. Ele estava a falar daqueles desenhos animados em que, todos os dias, uma planta gigante com tentáculos violava colegiais. É também no Japão que o meretrício é um curso superior. Sim, as Geishas. Cá também há um curso mais ao menos parecido, mas chama-se “casting para apresentadora/actriz”. O que, a meu ver, acaba por não dar muito boa imagem dos nipónicos é o facto de, aqui há coisa de uma quinzena de anos, 38 pessoas terem morrido no seguimento de uma erupção vulcânica. Pá, é ridículo. Este tipo de tragédia não faz sentido nos nossos tempos e dá uma imagem muito medieval do país afectado. Era como se, amanhã, cerca de uma centena de delegados comerciais da PT fossem chacinados por um exército de sarracenos a cavalo. É desajustado. Mocca-Mocca Su Su!


Alkistis Protopsalti - Ola afta pou fovamai

A Grécia não é só mamas e mousaka de vitela. A Grécia é, e isto é um facto reconhecido pela ONU e tudo, um país que devia ter acabado uns bons séculos antes de Cristo. E porquê? Essencialmente, para saírem em grande. Saírem quando eram os maiores, quando estavam no auge. Quando aquele pessoal que vestia cortinados e gostava muito de falar e inventar democracias e teoremas e assim. E coiso e isso. Mas era. Tinha-se acabado com a Grécia nessa altura e, hoje, os gregos eram um sucesso de marketing, que ninguém duvide disto. T-shirts, canecas, bonés. Assim um Ché Guevara em país. Aliás, era o que nós, portugueses, devíamos ter feito depois dos descobrimentos. Descobríamos o mundo e íamos embora. Ser outro país. Como Portugal já estávamos no topo e, a partir daí, seria sempre a descer. Gregos, afinal de contas, Aristóteles ou Demis Roussos? Hipócrates ou Katsouranis? Arquimedes ou Yanni? Teria sido tão simples. Tsoula!


Abbacadabra - Carabosse Super Show

França não é só mamas e aquelas porcarias de palitos de champanhe que ninguém gosta e que inexplicavelmente toda a gente tem em casa. A França é um país ridículo. Logo para começar, o hino deles é igual ao início do All you need is love, dos Beatles. E os Beatles nem são franceses, acho eu. Se ainda fosse igual ao início de uma música do Joe Dassin, ainda pronto, n’era? Assim, é apenas ridículo. É também a terra da Brigitte Bardot, actualmente uma empenhada activista dos direitos dos animais. Brigitte, pá, as pessoas pareciam ligar ao que tu dizias quando esse peito tinha bastante mais vigor. É que nem o meu tomate, o descaído, está nesse estado lastimável. Agora não passas de uma daquelas velhas que tem centenas de gatos vadios em casa e que vamos ver na TV um destes dias quando os vizinhos se queixarem do cheiro. E, já agora, se um dia quiserem desenterrar o Jim Morrisson ou o Oscar Wilde, para ver se eles foram soterrados com carcanhol nos bolsos, é só comprar uma pá e abalar para França. Mas, cuidado, que o Oscar era maricas e aquilo diz que se pega. Va te faire foutre!


Miracle - Boheemse Spijtoptant

A Holanda não é só mamas e salsichão com batata. Foi lá, na Holanda, que nasceu o inventor do Programa Erasmus que, em traços latos, consiste na oportunidade de estudantes de diversos países europeus se irem comer num outro país europeu qualquer.
Em 1667, os vacões dos holandeses trocaram Nova Iorque pelo Suriname. Esta troca é quase tão má como a dum vizinho meu que, em 1990, trocou o cromo do Gascoigne com o do Ally McCoist. O do Ally McCoist calhava em todas as saquetas. E o gajo trocou. De referir ainda que era um daqueles gajos que depois encomendava os cromos que lhe faltavam. Enfim, um batoteiro. Descansem, que levou que chegue no recreio. Hoje é maníaco-depressivo e toma 50 comprimidos por dia, mas duvido que tenha sido por isso. Eu não tenho remorsos e ainda hoje lhe dou caldos por causa da batotice dos cromos. E, claro, por causa da pior troca de sempre a seguir à de Nova Iorque pelo Suriname. A Holanda é ainda o país de mais não sei quê, mas agora não m’a lembra e tenho não sei quê para fumar. Dizem que fumar isto afecta a… ai, como é que se chama aquilo… aquela coisa de não nos lembrarmos das cenas e assim, mas eu sou contra. Aliás, sou… eu? Sei lá, às vezes parece que… barulhos e tal. Kontneuker!


Vopli Vidopliassova - Halyu, prykhod

Ucrânia não é só mamas e zelenyisyr. Tenho um carinho especial por ucranianos. São as únicas pessoas que, como eu, arranjam esquemas para não ter que comprar os sacos do Minipreço. É uma questão de princípio, porra. Comprar sacos é ridículo. Qualquer dia, começam-nos a dizer “Bom dia, quer respirar aqui dentro? Então são 30 cêntimos, se faz favor.” Bem se lixam, que eu aguento um minuto e tal sem respirar. Entro a correr e ponho-me a andar dali para fora num ápice. Sim, num ápice! A verdade é que se cria, entre mim e os ucranianos, uma solidariedade muda. Há ali uma energia que nos une quando estamos a meter as compras na mochila ou em sacos de outros supermercados que trouxemos de casa. Se calhar por isso, sonho em ir ao Minipreço de Kiev. Não sei, é uma coisa cá minha. É como aquela coisa dos israelitas quererem ir todos a Jerusalém. Por falar em judeus, ficam a saber que a Golda Meir nasceu exactamente em Kiev. Aquele incidente de Chernobyl também foi na Ucrânia. Deve ter sido lixado. Uma vez ardeu aqui uma fábrica de esferovite ao pé de casa e aquilo foi um cheiro que até fazia dor de cabeça. Mas, claro, só Chernobyl é que teve publicidade. É só politiquices. Admito que um incidente que faz nascer pessoas com duas cabeças e peixes com asas tenha muito mais impacto visual. Mas, caramba, já alguém cheirou toneladas de esferovite queimado? Ainda hoje tenho pesadelos com aquele cheiro. Kholera v dupi!


Elakelaiset - Ellan Humpalla

Finlândia não é só mamas e kalakukko. É a casa do Pai Natal e dos duendes que fazem os brinquedos. Ser anão é lixado. Ou trabalham na loja de brinquedos do Pai Natal, que depois, feito parvo, os oferece. Logo, não há retorno financeiro e, claro, não há salário para os duendes. Ou então trabalham numa mina e “aquecem” gajas para príncipes. Sempre me fez confusão é o Pai Natal parecer muito mais velho que o Avô Cantigas. Parece que fazem questão de confundir as crianças. Um pai mais velho que um avô? Depois admiram-se que se metam todos na droga e na gandulagem. Independentemente disso, a Finlândia é ainda o país anfitrião do Campeonato do Mundo de Bofetões em Mosquitos e do Campeonato do Mundo do Carregamento de Mulher. O campeão mundial desta primeira modalidade deve ser um qualquer país do Médio Oriente. Se fosse de moscas, qualquer país Africano era candidato. Na Finlândia têm um provérbio que diz que “se comeres bolor, ficas a cantar bem”. O bolor é a cenoura de lá. E este “ficas a cantar bem” é o nosso “ficas com os olhos bonitos”. É tudo um grande esquema para comermos o que eles querem! Syö paskaa!


Sakarin BoonpitKotmorn Yoop Yap

A Tailândia não é só mamas e khao mangal. Diz que o nome completo da cidade de Bangkok é o maior do planeta, ostentando umas simpáticas 163 letras. Complicado de dizer com um só arroto, portanto. Ah, e também deve ser lixado fazer uma composição sobre a visita de estudo a Bangkok. Quem perde, está visto, é a actividade turística da cidade. A Tailândia é o sítio ideal para quem aprecia fenómenos culturais como a transexualidade, a pedofilia e o tráfico de órgãos. Mas órgãos tipo fígados e assim. Não é pianos. É natural que a confusão ocorra. Quando era mais novo, também confundia. E havia aquele senhor da gabardina que, no Parque, perguntava aos miúdos se queriam tocar no órgão dele. Ele também confundia. Segundo o calendário tailandês, eles estão no ano 2548, mas, estranhamente, não têm naves, nem sequer Chewbaccas. Anda um gajo a ver filmes como aquele “2001: Odisseia no Espaço” e não sei o quê mais, a confiar nas pessoas, e depois afinal nem em 2548 parece que há naves. Cinco anos de atraso ainda se toleravam, mas, c’um raio, 543? É brincar com quem trabalha, francamente! Farang keenohk!


CarolaHej Mickey

A Suécia não é só mamas e almôndegas. Vinte por cento de todos os acidentes rodoviários em solo sueco estão directamente relacionados com um alce. Não sei se é sempre o mesmo. É possível. Estruturando um paralelismo ímpar, no que à sinistralidade rodoviária diz respeito, pode-se dizer que o alce está para os suecos como o álcool está para nós, portugueses. Acho que prefiro beber uma cerveja que um alce. Por outro lado, deve ser mais porreiro atirar pedras a um alce. Bem, ambos têm qualidades. Parece também que, no Natal, cada sueco come um quilo de presunto. Será que os ABBA comem quatro quilos de presunto? Não necessariamente, aprendizes. Porque isto é uma estatística. Eu explico. Por exemplo, imaginemos que o Bergman come dois quilos de presunto, o Magnusson come quatro quilos e o gordo que toca órgão nos ABBA come outro. Ora, com base nesta amostra, a média de presunto que cada sueco come é, de facto, um quilo. Mas, como se percebeu, o ABBA que toca guitarra, a Agneta e a morena não comem presunto nenhum. Será, então, deontologicamente justo afirmar-se que os ABBA, enquanto vectores de uma essência sueca com diversas incongruências a nível metafísico, já para não falar nas barbaridades que toda esta teoria atropela a nível idiossincrático, enfardam quatro quilos de presunto em cada Natal? Não sei, porque entretanto já me perdi, mas há dias vi o Magnusson na Baixa e o gajo está bem mais adiposo. Aproximei-me dele, para ver se ele cheirava a presunto e assim, e sabem o que é que aconteceu? Den fete jäveln slog mig!


Onda ChocAmores Desencontrados

Portugal não é só mamas e bacalhau. E, para fechar em beleza, nada melhor que uma música dos Onda Choc. Se isto fosse uma refeição, os Onda Choc eram o palito. Mas um palito quando estamos cheios de comida entre os dentes. Bocadinhos daqueles mesmo fininhos. Fininhos, pá. Aqueles fiozinhos de carne ou bacalhau, ò meus. Assim mais lixados de tirar, mesmo com a chave do correio ou a ponta do BI. Daqueles bocados que estamos tão aflitinhos para os tirar, mas tão aflitinhos para os tirar, que nem adoptamos aquela postura ridícula, a única socialmente aceite em público, em que parecemos que estamos a contar um segredo ao palito. Não! É ali, tudo aberto. Em liberdade. Em desespero. É assim que um palito sabe bem. É assim que se valoriza um palito! E no manjar dos Deuses que foi esta playlist, os Onda Choc são esse palito! Pá, e a quantidade de nomes que se dizem nesta música? Foda-se, c’uma porra!

17.10.06

Always Think Happy Thoughts...



Olá rapaziada e afins. Hoje, e ao contrário do que é costume, não venho para aqui maldizer nada nem ninguém. Também não venho falar do meu emprego novo, de entrevistas para empregos novos, gravatas ou refeitórios que servem 5 pratos diferentes.
Venho sim trazer uma boa nova e uma mensagem de esperança para todos nós. Jovem, gosta de ler? Então vá...

Recentes estudos científicos de alto gabarito concluem que até 2013, o Sol irá aumentar a emissão de raios ultravioleta (UV) na direcção do nosso planeta. Esses raios UV entrarão em plena actividade hoje, 17 de Outubro de 2006 a partir das 10h17 e continuarão a Terra até à 1h17 de amanhã, sendo a hora cúspide hoje às 17.10.
E o que significa isto? Muita gente deve estar a interrogar-se: "Vamos ter de usar aqueles óculos de ver o eclipse? Ou aqueles óculos 3D d' "O monstro da lagoa negra"? Uns óculos da loja do chinês não servirão? E é verdade que os chineses raptam pessoas em suas lojas para tráfico de orgãos? Isto dos UV não dá para nos bronzearmos como tivéssemos ido para os trópicos?"
Nada disso, meus caros! Nada disso! Dizem os cientistas e alguns seres isotéricos, que estes raios UV irão provocar o aceleramento da matéria a nível molecular, ou uma coisa assim do género, não sei explicar muito bem porque fui do agrupamento de Artes, e não do Científiconatural. Mas é como se o nosso metabolismo fosse amplificado por estes raios vindos do espaço. As nossas ligações neurónicas, sinapses e coisas assim do género ficarão assim dum modo que nos darão super-poderes, tão a ver? Algumas correntes de pensamento assim mais filosófico e metafísico afirmam que toda a matéria manifestada é o resultado dos nossos pensamentos. Isto significa que estes raios UV potenciarão os pensamentos focados naquilo que desejamos, manifestando-os um milhão de vezes mais rápido do que é normal.
Ora, como isto tanto pode dar para o bem como para o mal, e tendo em conta que a coisa já não anda nada bem, mais vale termos pensamentos assim bonitos, hã? Então vá, toca a ter pensamentos bonitos e altruístas durante todo o dia e lá por volta da hora de despegar do serviço façam-no com mais intensidade, OK?
Até porque será meu desejo que, quem não tiver pensamentos felizes hoje, vá parar a um campo de milho para todo o sempre. E olhem que não é para dois terços do sempre, é para todo o sempre mesmo. Ouviram?

10.10.06

Lost in Transladation II



The Eagles - Hotel California
Os Águias - Residêncial Californiana

On a dark desert highway

Numa deserta estrada do interior
Cool wind in my hair
Soprava-me a aragem no cabelo
Warm smell of colitas
Senti um pivete, cólicas e calor
Rising up through the air
O que me deu um ar de desmazelo
Up ahead in the distance
E mesmo lá ao fundo
I saw a shimmering light
Vi uma luz de gambiarra
My head grew heavy, and my sight grew dim
A cabeça e olhos doíam-me
I had to stop for the night
mas fui para a noite e para a farra


There she stood in the doorway
Junto ao porteiro estava uma mulher
I heard the mission bell
que dava catequese e tocava o sino da missa
And I was thinking to myself
mas lembrei-me a mim mesmo que
This could be Heaven or this could be Hell
ela já tinha sido noviça
Then she lit up a candle
ela já me tinha "acendido a vela"
And she showed me the way
e mostrou-me o caminho
There were voices down the corridor
Mas as más linguas no corredor diziam
I thought I heard them say
que ela levava dinheirinho

Welcome to the Hotel California
Benvindo à Residêncial Californiana
Such a lovely place
O sítio onde o Amor
Such a lovely face
Arde como uma chama
Plenty of room at the Hotel California
Há muitos quartos livres na Residêncial Californiana
Any time of year
Seja na época alta ou baixa
You can find it here
Podes comê-la aqui
You can find it here
É só pagar na caixa

Her mind is Tiffany twisted
Chama-se Tiffany e é torcida e triste
She's got the Mercedes bends
E já só anda de Mercedes
She's got a lot of pretty, pretty boys
Rapazinhos fazem-se homens, em seu chispe

That she calls friends
amiga-os contra as paredes
How they dance in the courtyard
e dançam "inclusivé" no pátio
Sweet summer sweat
Transpiram como um doce de verão
Some dance to remember
Uns lembraram-se ao chegar ao àtrio
Some dance to forget
outros esquecem-se da roupa no chão
So I called up the Captain
Ela a mim chama-me Capitão
Please bring me my wine
e traz-me copos de vinho carrascão
He said:
Ela diz:
We haven't had that spirit here since 1969
"Já não tenho licor aqui, bebo um VAT 69"
And still those voices are calling from far away
Mesmo assim malta telefona-lhe e vem de longe
Wake you up in the middle of the night
de noite, quando troveja e quando chove

Just to hear them say
Marujos, padres e um monge

Welcome to the Hotel California
Benvindo à Residêncial Californiana
Such a lovely Place
Um sítio tã' bonito
Such a lovely face
Eu nem acredito
They're livin' it up at the Hotel California
Eles fazem-na boa na Residêncial Californiana
What a nice surprise
Levam-lhe surpresas bonitas
Bring your alibis
E escondem-se em sua cama

Mirrors on the ceiling
Espelhos nos tectos
Pink champagne on ice
Champomix fresquinho e “uísqui”
And she said:
E ela diz:
We are all just prisoners here
"Prendo-os todos assim aqui"
Of our own device
Parelhas de avôs e netos
And in the master's chambers
E no quarto mais caro
They gathered for the feast
Eles juntam-se para um “fist”
They stab it with their steely knives
Ambiente de cortar à faca, punho em riste
But they just can't kill the beast
No meio de bestas eu me deparo
Last thing I remember
A ùltima coisa que me lembra
I was running for the door
estava eu de saída
I had to find the passage back to the place I was before
pela porta das traseiras, que dá para a rua comprida
Relax said the nightman
Relaxe disse o guarda nocturno
We are programed to recieve
A receber estou habituado
You can check out any time you like
pode passar-me um cheque pré-datado
But you can never leave
O que não me deixou nunca soturno


Outras líricas traduzidas:
Lost in Transladation I

27.9.06

Mama Mia Ink

Deixei de ver a serie sobre a pequena fabrica de motorizadas de Orange County. Já me cansei, e construir uma mota foleira deixou de ter segredos para mim. Se me derem os ferramentas certos, consigo construir num piscar de olhos, uma mota em honra dos Descobrimentos ou do 25 de Abril. Mas não é só isso, há também uma serie nova que tenho andado a ver em vez da Orange, a Miami Ink.
A Miami Ink é basicamente a mesma coisa, só que aqui em vez de motas temos tatuagens. Por uma tatuagem no meu corpo nunca me passou pela cabeça. Verdade seja dita que, as vezes até tenho pena: anda uma pessoa a criar filhos e a gasta fortunas com seu bem-estar, e depois estragam o corpinho todo com desenhitos que nunca mais saem. Ainda por cima esta cena dói que se farta. Mas o que me tem dado vontade fazer, a ver esta serie, é fazer tatuagens. Ou seja, fazer desenhitos idiotas na pele das outras pessoas. Picar à maneira antiga Polinésia, um dragão gigantesco nas costas de um Portista....deve dar um gozo tremendo, não? Sobre a serie em si, bom...mostra como se faz tatus e temos varias personagens, todos tatuados claros. Se eu me tornasse tatuador, seria o primeiro sem tatus. O que não tem nada de mal, também há barbeiros carecas, certo?
Temos o chefe que é o Ami, que chegou a ser soldado nas forças armadas Israelitas. Ainda não vi nenhum muçulmano entrar na loja, mas dava de certeza um belo episódio. Nuñez é o engatatão do grupo, parece e é Cubano. Kat von D, é a única moça de serviço. Já deve ter sido jeitosinha mas estragou...perdão...tatuou-se todo. O careca Chris Carver é o crack do conjunto. Depois há um mais gordinho, de qual não me lembro o nome, que parece um Mexicano, mas que tem antecedência Polaca. E por fim, temos o aprendiz, algo imbeciloide, que tenta fazer tatus, mas que por enquanto ainda tem que limpar a loja e a retrete, o Yoji.
Já sabem então, se alguém quiser ter uma tatu e só contactar-me. As agulhas estão em princípio bem afiadas e tenho bastante tinta de china. Posso tatuar, sem problemas, nos vossos braços "Amor de Mãe", "Angola 1971" ou "Rangers".

25.9.06

O Gestor Malvado

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Hoje é o meu dia de reentré! No mundo bloguista certo, porque não andei parado no mundo real. Comecei um capítulo novo na minha carreira profissional. Há um mês atrás fui contratado para me juntar nas fileiras de uma multinacional. Para quem ainda não sabe, é apenas nos meus tempos livres que tiro a minha capa cinzenta de gestor, para ser o Gémeo Malvado divertido que sou no fundo.
Até agora só laborei para empresas portuguesas, ou seja, fui mal pago e as horas extras nunca me foram pagas. Só tive patrões lusos duros, que nunca tinham uma palavra carinhosa para mim. Isso tudo acabou, meus senhores e senhoras, porque agora estou numa multinacional.
É verdade, tive de me sujeitar a certos compromissos que não são da minha natureza, como por exemplo, usar diariamente uma gravata. Foleiro, dizem vocês? Não, apenas juntei-me ao grupo da malta com classe. Os gajos dos Red Hot e Green Day, Avril Lavigne, e o James Bond são somente algumas das pessoas que utilizam também este utensílio de pouca utilidade.
E o que mudou mais? Tenho que presentemente frequentar uma cantina com 5 pratos diários diferentes. Hoje tive a tarefa difícil de escolher entre: Frango à passarinho, Solha grelhada, Cozido, Empadão de espinafres e Filetes de pescada com arroz tropical. Foi o Cozido que ganhou, porque é um prato pelo qual sempre nutri um carinho especial.
Também há um buffet de legumes, outro de pratos frios e um de sobremesas. É de facto bom ter uma oferta assim tão grande, o que está mal é, que não há um sítio para os empregados fazerem o powernap, a chamada “sesta” em linguagem vulgar, depois do almoço. Fico sempre com sono depois do almoço.
Por enquanto, não me lembro de mais nada muito relevante, mas se me sugerir algo, cá estarei para vós contar…

15.9.06

Rádio Gémeo Malvado: Drogas



Olá criançolas, como está aí o regresso às aulas e a escola não é mais do que um antro de droga, trago-vos uma playlist com músicas que têm nomes de drogas. Até porque se fossem apenas músicas que no seu título referissem drogas, nunca mais sairíamos daqui, pois são imensas. Aliás, até desconfio que são todas acerca de droga, sobretudo no universo do rock. Todas falam de drogas ou de amor, e o amor é uma droga e aleija. Por isso, vai tudo dar ao mesmo.
Em vez de vos falar das músicas e dos seus autores, decidi fazer um útil guia acerca das substâncias, pois a uma dada altura das festas o tema "Drogas" acaba sempre por surgir e temos que mostrar que não "semos" burros nenhuns. Mesmo em casamentos e bapitzados.

The Tiger Lillies - Heroin & Cocaine
Ao consumo simultâneo de Heroína e Cocaína dá-se o nome de “speedball”. É das misturas mais letais: a cocaína aumenta a batida cardíaca mas o seu efeito é bastante mais passageiro do que o da heroína, que por sua vez reduz o ritmo cardíaco. Ou seja, fica-se aparentemente na mesma. Na verdade, isto pode resultar numa overdose atrasada. Digamos que o efeito da cocaína faz com que a overdose de heroína perca o autocarro e tenha que vir a pé. O termo “speedball” também pode ser aplicado a qualquer mistura de uma droga opiácea com uma estimulante. Eu cá prefiro chamar a estas misturas o “panaché” da malta realmente fixe.
E perguntam “vosselências”: “Malta fixe!? Mas quem?” Pois bem, eu respondo: os actores John Belushi, Chris Farley, Diogo Infante Morgado e River Phoenix, o comediante Mitch Hedberg, Layne Staley dos Alice in Chains, todos eles foram encontrados mortos devido aos “speedballs”. Dizem que o Jim Morrisson também foi vítima deste cocktail letal, no entanto continuo acreditar que a morte dele se deve ao esquentador que tinha instalado na casa-de-banho. Dave Gahan, dos Depeche Mode, sofreu um ataque de coração depois de ter tomado um “speedball” e de ter percebido que o seu albúm a solo não valia nada.


The Velvet Underground - Heroin
A heroína foi criada em laboratório, durante a busca de substituto seguro para a morfina. Em 1898, o Laboratório Bayer, na Alemanha, anuncia ter encontrado a diacetilmorfina, três vezes mais potente que a morfina. Devido à sua potência, a Bayer deu-lhe o nome de heroína. Hoje está provado que a heroína vicia ainda mais que a morfina. Geralmente injectada, modera as emoções e provoca sensação temporária de bem-estar. De certa forma, é como a grade dos recintos dos concertos, que modera as emoções fortes das multidões, e dá a temporária sensação de bem-estar quando nos sentamos nela.
O consumo de heroína desenvolve a percepção do espaço, daí que os seus utilizadores se tornem em exímios arrumadores de carros. A ressaca disto causa diarreias e vómitos fortes, sempre nas piores alturas. Também dá para morrer de sede.


Marcy Playground- Opium
O ópio vem do Oriente. O ópio vem dos campos em flôr. O ópio vem das papoilas, não das vermelhas, mas das brancas. O ópio é a religião do povo! O ópio dá vontade de escrever poesia:

“É antes do ópio que a minh' alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estiola
E eu vou buscar ao ópio que consola
Um Oriente ao oriente do Oriente.”

Fernando “Pessoas”


“Que droga foi a que me inoculei?
Ópio de inferno em vez de paraíso?
Que sortilégio a mim próprio lancei?
Como é que em dor genial eu me eterizo?”

Mário de Sá Carneiro


Cibo Matto - Marijuana
Produz efeitos físicos e psíquicos de forma aguda ou crónica, olhos avermelhados, boca seca, aceleração do coração e vontade de rir. Basicamente, é o mesmo que beber uns goles de querosene, subir uma ladeira a correr e enfiar a cabeça num fumeiro. Pode também provocar calma e relaxamento ou angústia e tremores, por vezes tudo isto ao mesmo tempo. Altera as percepções de tempo e distância, e do “eu interior", com prejuízos da atenção e da memória, a chamada burrice. Com o uso prolongado pode baixar a produção de espermatozóides, sobretudo nos homens, a diminuição da resistência às infecções, interfere na capacidade de aprendizagem e memorização, levando a um estado de falta de motivação. Em pessoas filhas de uniões consanguíneas, favorece o aparecimento de doenças psíquicas e de pêlos nas plantas dos pés.


Sly & the Revolutionaires - Cocaine
A cocaína produz euforia, sensação de poder, sensação de brilho, estado de excitação, hiperactividade, insónia, falta de apetite e perda da sensação de cansaço. Pode ainda produzir dilatação das pupilas, aceleração do coração, degeneração muscular, ansiedade, mudanças de ânimo e humor, pânico, pensamentos paranóicos, irritabilidade, agressividade, inquietação, crises convulsivas, respiração rápida e irregular podendo ocorrer a morte por overdose. Só coisas boas portanto.
É uma droga cara, e por isso as pessoas consomem-na muitas vezes em espelhos, para parecer que há mais quantidade do que realmente há. Fazem-se inaladores com notas enroladas, mas depressa se passa para os tubos de P.V.C., daqueles das obras, pois as notas começam a estar em falta, e a depedência começa a exigir quantidades maiores.
Há uma versão "roscoff" da cocaína, que se chama crack, e que é basicamente restos da pasta de cocaína misturados com bicarbonato de sódio, aquilo que os espanhóis usam nas tortilhas.


Michael Jackson - Morphine
A morfina é a mais conhecida das várias substâncias existentes no pó de ópio. A palavra morfina vem do deus da mitologia grega Morfeu, deus dos sonhos. Foi isolada em 1806, sendo uma das mais potentes drogas analgésicas.
Após a constatação das desastrosas consequências do seu emprego, a morfina e os monstros de Frankenstein foram relegados para um plano secundário da medicina. A morfina só está disponível em algumas situações médicas onde se impõe o uso de um analgésico potente (como cancro, queimaduras extensas, grandes traumatismos e ronha crónica).
Os seus efeitos são variados, tais como: a contracção muscular, a vasodilatação com calores na pele, o prurido cutâneo, ansiedade, alucinações, pesadelos, vómitos, o aumento do tonos dos esfíncteres (mais uma bela palavra-chave para trazer visitas a este blog) do tracto gastrointestinal, "pedra na vesícula” e retenção urinária.


Beck - Alcohol
O álcool etílico ou etanol é um líquido volátil sem cor e com odor e sabor característico, produzido pela fermentação de frutas, cereais ou hortaliças. O álcool é a droga mais consumida, pode provocar vários tipos de problemas no estômago, fígado, pâncreas, rins, coração, cérebro e provocar várias doenças mentais - sobretudo na cabeça - tais como irritabilidade constante, e depressão.
Com o uso prolongado a pessoa pode desenvolver dependência química de natureza compulsiva e excelentes capacidades de condução nocturna de viaturas em contra-mão sem necessidade de uso dos faróis. A pessoa sob o efeito do álcool modifica seu comportamento, diminui os reflexos, tem dificuldade em andar, falar, e pensar. No entanto, consegue encontrar beleza em camafeus e dançar como se não houvesse amanhã.
Diz que uma pequena quantidade de álcool não prejudica, e até pode diminuir o colesterol. Mas quem beber pequenas quantidades corre o risco de ir aumentando as doses e se tornar alcoólico e perder tudo de bom que tem na vida. É uma questão de opções, lá está.


Rammstein - Benzin
A benzina é um derivado do “petroil” e é uma droga inalante. Estes tipo de droga funciona como depressordo sistema nervoso central e geralmente apresentam-se na forma líquida, e liberta vapores. Os seus efeitos são euforia, excitação, relaxamento, lapsos de memória, alucinações, tonturas, náuseas, vómitos, e o bem-estar.
Os riscos do seu consumo passam por convulsões, ataques cardíacos e o contacto com o líquido pode causar queimaduras na pele e no interior dos órgãos. No entanto, é das melhores drogas para se usar na limpeza manchas de tinta e tirar o verniz das unhas.


Jackson Browne & Warren Zevon - Cocaine
Caso sejam chonés, e já não se lembram do que leram há uns segundos, voltem lá a cima. Ah! E já agora, deixem a droga...


New Order - Ecstasy
A batida seca da bateria, hipnótica, ruídos, uma nave extraterrestre, as luzes fortes, e cítricas, alternam vibrantes e fluorescentes, malabaristas mascarados, círculos de fogo, pequenos bastões de neon verde, uma tenda de circo, fumo colorido. Está visto... é uma rave.
O ecstasy é a droga das raves. Provoca a dilatação da pupila dos pastilhados, as luzes ganham um brilho especial e os olhos ficam mais sensíveis – daí os óculos de lentes amarelas, comprados na loja do chinês.
O efeito mais notável é a hipersensibilidade do tacto. Qualquer toque no corpo, sob o efeito do ecstasy, provoca várias multi-sensações em simultâneo e ao mesmo tempo. As pessoas, incluíndo homens e tudo, tocam-se e abraçam-se como se todo o corpo fosse uma grande zona erógena. As mulheres, principalmente, falam do aumento do desejo sexual – uma sensação tornou o ecstasy conhecido como a “droga do amor”. Enfim… tudo ficará bem se houver uma torneira de água da companhia por perto.


Hallucinogen - L.S.D.
O ácido lisérgico teve sua explosão de consumo durante os anos 60, altura em que foi considerado "ácido da felicidade" pelos jovens da época, ou seja, os nossos pais. Diziam que o álcool matava e por isso deveriam consumir o L.S.D.
Era utilizada com o intuito de "aumentar o estado de consciência das pessoas em geral e de algumas em particular". As sensações apresentadas por viciados em L.S.D. passam pela perda do limite do próprio corpo e o espaço envolvente, impressão de que os odores podem ser tocados e que os sons podem ser vistos, sindroma do palhaço de classe média (alegria e tristeza simultâneos) e sensação de que se pode voar, mesmo sem uma toalha de mesa às costas a fazer de capa. Devido aos efeitos retroactivos, esta droga faz com que as pessoas fiquem presas nos anos 60 para todo o sempre. Muitas vezes esta droga é referida em conversações do dia-a-dia, tais como “Fui ao hipermercado e tinham lá um ecrã gigante LSD, mesmo barato”.

9.9.06

Steve Irwin



56 Km. É este o comprimento da linha que um lápis inteiro consegue desenhar. Mas quanto medirá a linha que Deus traça com o seu lápis mágico e a que muitos chamam de vida? Ninguém sabe. É que por muito grande que seja o lápis, o bico pode partir-se em qualquer altura. Por isso digo sempre, a quem se chega a mim em busca de um conselho sábio ou de indicações para chegar à farmácia de serviço, o seguinte: “A vida é como uma lapiseira porta-minas, há que aproveitar cada bocadinho como se fosse o último, pois num instante se acabam as minas 0,5 e quando vamos ver o colega do lado só tem minas 0,3”. E as pessoas lá seguem o seu caminho, felizes e contentes... coitaditas.

Isto tudo para dizer o quê? Ah! Probabilidades! Pois... a vida é feita de probablidades. Já dizia o outro que para morrer num acidente aéreo, seria preciso voar todos os dias durante vinte e nove mil anos pois em termos de mortes, os aviões são sete vezes mais seguros do que as bicicletas e sessenta vezes mais do que andar de moto sem capacete. Não me parece que isto seja inteiramente verdade, até porque não me recordo de nenhuma vítima de acidente aéreo que tivesse uma idade assim tão avançada. Enfim... diz também que, a cada segundo caem oito raios em qualquer lugar da Terra, e as hipóteses de se morrer atingido por um raio são de uma em um milhão, isto quer dizer que um gajo... coiso... ora bem... três vezes nove vinte sete e aí vão dois... isto em euros dá... arredondando por cima... coisa pouca, uns dois vá. Ou seja, uma moeda das grandes. E a vida é isso, uma moeda grande que às vezes sai cara, outras coroa. E ninguém sabia isso melhor do que Steve Irwin (quero dizer, talvez as quinze pessoas que já morreram por terem sido esmagadas por máquinas de bebidas quando tentavam abaná-la de modo a obterem bebidas grátis, talvez também já tivessem essa consciência).

Steve Irwin nasceu na cidade de Melbourne, em 1962, mas quando tinha oito anos, os pais mudaram-se para Queensland que despertou o seu interesse pela vida selvagem. Apanhou o seu primeiro crocodilo à mão e sem qualquer tipo de talher, mas já antes disso caçava ratos para alimentar a sua pitão de estimação, que se chamava “Monty”. Colocou o seu talento ao serviço da comunidade, caçando crocodilos que ameaçavam casas e assim, trazendo-os para casa dos pais, prometendo aos mesmo que lhes daria banho, de comer, que os passearia todos os dias e que limparia as porcarias que eles fizessem no tapete da sala. A determinada altura, a confusão lá em casa era tanta que a mãe perguntou-lhe: “mas isto agora é um jardim zoológico, é?” Não era, mas passou a ser. Steve abriu o ‘Australia Zoo’, que se tornou rapidamente numa das principais atracções da Austrália.
Foi lá que apanhou a esposa Terri, - usando apenas as suas próprias mãos e, novamente, sem qualquer tipo de talher - e de quem teve dois filhos. Passaram a lua-de-mel a “caçar crocodilos” e o filme que daí resultou lançou-o para a fama mundial. Intitulava-se “Crocodile Dundee”, acho eu .

Em 2004, este “Noé dos nossos tempos” foi criticado por alimentar um crocodilo enquanto segurava o seu filho Robert, de apenas um mês. O caçador de crocodilos defendeu-se afirmando que “os crocodilos são a minha profissão, e que seria bem pior se tivesse a alimentar o meu filho enquanto segurava num crocodilo”. Foi também acusado de perturbar baleias, focas e pinguins numas filmagens de um documentário na Antárctida, onde pelos visto, têm gente de sono leve e de feitio implicativo.

Steve afirmava nunca ter sido mordido por uma cobra ou de ter sofrido nenhum ferimento grave nos seus arrufos com os crocodilos. Também nunca foi atingido por um raio, até porque como referi anteriormente as probabilidades disso acontecer são bastante remotas.
Uma outra coisa que é um bocado perigosa é o “ser-se atingido por uma raia”. Ninguém fala disso e eu acho mal, o que é que querem? Acho e pronto! Diz quem sabe que os ataques das raias não são muito comuns. A raia é um animal pacífico e há apenas registo de três ataques mortais no último meio século. Pois bem, especialistas, risquem lá mais um traço de giz na lousa onde estão a fazer a contagem, porque na passada segunda-feira, durante a filmagem de um documentário, Steve foi atingido pela cauda de uma raia, e o espigão trespassou-lhe o músculo cardíaco, e coiso... morreu.

É uma porra! Com tanto australiano para picar, o raio da raia teve de escolher este! O Russel Crowe não servia, era? Resta-nos agora, prestar a devida homenagem a este herói da televisão do domingo de manhã, e chorar por ele grandes e sentidas lágrimas de crocodilo. See you later, Aligator…

27.8.06

Lost in Transladation

Como estamos em época alta, e malta estrangeira é o que para aí não falta, "lembrou-me" de criar uma rubrica que nos ajudasse a compreender "o falar" dessa gente, falar esse que também se usa muito na música de lá de fora. Para quem gosta de cantarolar e não percebe o que eles dizem nas suas líricas, esta é a solução.
Os moços que vos trago hoje fizeram muito furor lá terra deles, a América, país que apesar de não ser tão flagelado com o drama dos incêndios florestais como a gente por cá, mereceu na mesma este aviso sob a forma de canção acerca de juventude embriagada, que só está bem a fazer mal. Se não é a profanar cemitérios, é a puxar o fogo ao pinhal. Que malandragem pá! Vão "mazé" cortar esses cabelo e trabalhar. É o que é...



Os Portas - "Ateia-me a Labareda" / The Doors - "Light My Fire"


Tu sabes que seria inverdadeiro
You know that it would be untrue
Tu sabes que eu seria um falso
You know that i would be a liar
Se eu te fosse a dizer a ti
If i was to say to you
Miúda, não chegaríamos muito mais fininho
Girl, we couldn't get much higher

Cidadã bebé de nacionalidade estrangeira, acende-me o lume
Come on baby, light my fire
Cidadã bebé de nacionalidade estrangeira, acende-me o lume
Come on baby, light my fire
Experimenta sentar-te ao lume de noite
Try to set the night on fire

Tempo de hesitar findou
Time to hesitate is through
Nenhuma equipe para engolir a mira
No time to wallow in the mire
Agora experimenta apenas perder
Try now we can only lose
E a hora do amor torna-se num pires funerário
And our love become a funeral pyre

Cidadã bebé de nacionalidade estrangeira, puxa-me o fogo
Come on baby, light my fire
Cidadã bebé de nacionalidade estrangeira, puxa-me o fogo
Come on baby, light my fire
Experimenta sentar-te ao lume de noite
Try to set the night on fire

Ah! Uh! Cidadã estrangeira
Aouh, come on!
Cidadã estrangeira, Boazona!
Come on, babe!

Oh Sim! Cidadã estrangeira
Yeah! come on!
Cidadã estrangeira
Come on!

Ua ah uh! Oh sim!
Woaouh! yeah!

Foi a noite mais demorada da minha vida
It was the greatest night of my life.
Apesar de ainda não ter encontrado moçoila casadoira para desposar
Although i still had not found a wife
Tinha lá os meus amigos
I had my friends
Junto à minha beira
Right there beside me.
Éramos amicíssimos
We were close together.
Empoleirámo-nos no muro do cemitério
We tripped the wall, we scaled the graveyard
Navios antigos rodeavam-nos
Ancient shapes were all around us.
Tava muito nevoeiro e humidade
The wet dew felt fresh beside the fog.
Dois fizeram o amor com um velho borbulhento
Two made love in an ancient spot
Um era caçador e acordava cedo
One chased a rabbit into the dark
Uma miúda não aguentava a "buída" e jogou ao "mata"
A girl got drunk and balled the dead
E eu dei cabeças de salmão desovado
And i gave empty sermons to my head.
Cemitério, frio e quedo
Cemetary, cool and quiet
Detesto as folhas e a tua sagrada batata frita
Hate to leave your sacred lay
Bacano bebo leite pela manhã
Dread the milky coming of the day.

Rir em estrangeiro
Ah, ah, ah, ah!
Rir em estrangeiro
Ah, ah, ah, ah!
Rir em estrangeiro
Ah, ah, ah, ah!
Rir em estrangeiro
Ah, ah, ah, ah!
Rir em estrangeiro
Ah, ah, ah, ah!
Rir em estrangeiro
Ah, ah, ah, ah!
Rir em estrangeiro
Ah, ah, ah, ah!
Rir em estrangeiro
Aah, aah, aah, aah, aah
Rir em estrangeiro
Aah, aah, aah, aaah !

Tempo de hesitar findou
Time to hesitate is through
Nenhuma equipe para engolir a mira
No time to wallow in the mire
Agora experimenta apenas perder
Try now we can only lose
E a hora do amor torna-se num pires funerário
And our love become a funeral pyre

Cidadã bebé de nacionalidade estrangeira, puxa-me o fogo
Come on baby, light my fire
Cidadã bebé de nacionalidade estrangeira, puxa-me o fogo
Come on baby, light my fire
Experimenta sentar-te ao lume de noite
Try to set the night on fire

Tu sabes que seria inverdadeiro
You know that it would be untrue
Tu sabes que eu seria um falso
You know that i would be a liar
Se eu te fosse a dizer a ti
If i was to say to you
Miúda, não chegaríamos muito mais fininho
Girl, we couldn't get much higher

Cidadã bebé de nacionalidade estrangeira, puxa-me o fogo
Come on baby, light my fire
Cidadã bebé de nacionalidade estrangeira, puxa-me o fogo
Come on baby, light my fire
Experimenta sentar-te ao lume de noite
Try to set the night on fire
Experimenta sentar-te ao lume de noite
Try to set the night on fire
Experimenta sentar-te ao lume de noite
Try to set the night on fire
Experimenta sentar-te ao lume de noite!
Try to set the night on fire!

Tudo fino! Tá tudo fino!
All right, all right!
Tudo fino!
All right!

11.8.06

Rádio Gémeo Malvado: Canções com nome de bandas



Ora bem, em termos de introdução, apraz-me dizer que, sim senhoras, estamos assim-assim e que, vá lá, poderíamos estar melhorzinhos assim ao nível das articulações, conjuntivites e, na generalidade, das cartilagens. Esta vida na poda arreia-nos o canastro todo e ainda por cima já sabemos que não podemos contar com ninguém em termos de mediante apresentações junto das autoridades competentes. Mas, pronto, já se sabe que quando a porca torce o rabo, todos choram e ninguém tem razão. Por essas, e por outras, é que a playlist desta semana apresenta a temática que apresenta. Para aquela cambada de proxenetas engravatados saber o quanto elas custam. Biltres, pá, que bom nome é melhor que riqueza, hã? Adeusinho e continuação.

Nino Tempo & April StevensDeep Purple

Este electrizante duo estaria longe de imaginar que o título de uma das canções do seu vasto repertório de cerca de algumas, seria, alguns anos mais tarde, também o nome de uma banda. E não uma banda qualquer. Não. Uma banda que, em tempos, o Guiness chegou a eleger como a mais barulhenta do planeta. Questiono-me sobre que país ostentaria, na altura, o recorde de maior pão com chouriço do planeta. Sim, porque barulho qualquer um pode fazer. Um pão com chouriço gigante é outra conversa. É por essas e por outras que Viseu será sempre maior que os Deep Purple.


Alice in ChainsGod Smack

Uns jovens rapazes resolveram pegar numa música da sua banda favorita e formar uma, enfim, banda. Por isso, e porque tinham o space empanado, nasciam os Godsmack. Sim, space. Pessoas que dizem “barra de espaços” deviam acordar todos os dias com um corte de papel no dedo indicador. É particularmente complicado porque o dedo indicador passa o dia a tocar em coisas e depois dá assim uma sensação de ardência bastante frequente. É lixado, mas a opção por “barra de espaços” até merecia maior punição.


Dr. Feelgood
- Roxette

Dizer “barra de espaços” talvez mereça uma punição inferior a pensar que estes Eurythmics da Suécia eram casados um com o outro. Deviam ser atacados por coceiras e formicações cíclicas em zonas inatingíveis. Portanto, vamos lá a acalmar e a calar, porque os Roxette não eram marido e mulher. Lançaram foi um álbum em espanhol, facto que, por norma, é indicador inequívoco de qualidade. Se concebermos os Roxette como um queijo, o tal álbum em espanhol será então o seu bolor. Uma das canções era “Una reina va detras de un rey”, melodia que, a julgar pelo título, parece promover o uso de strap-ons entre a realeza.


Talking Heads
Radio Head

Os Radiohead, ainda sem nome, ouviam na sua garagem os Talking Heads a cantar a “Radio Head”. Vai daí, os Radiohead decidem pegar no título “Radio Head” e formar uma banda, os Radiohead. Não consta que os Radiohead tenham alguma vez cantado a “Radio Head”, o que é chato, até porque, afinal de contas, foram os Talking Heads, com a sua “Radio Head”, que inspiraram os Radiohead. David Byrne, o Rui Reininho britânico, ainda hoje quer saber porque raio os gajos dos Radiohead não prestam homenagem à “Radio Head”. E, cuidado com ele, hã? Se ele até já cobriu a “I wanna dance with somebody” da Whitney Houston, não lhe deve custar muito bater nuns tísicos de Oxford.


Jesus and Mary ChainSugar Ray

Incrível como uma canção, a “Sugar Ray”, pode ser tão melhor que uma banda, os “Sugar Ray”. Era como se os Jesus and Mary Chain se chamassem “Sou como um rio”. Aliás, isso era ao contrário. Porque era uma banda muito melhor que a canção que lhes deu nome. Bem, mas… enfim… é… por vezes… portanto, estava-se a falar de quê exactamente?


Leonard CohenSisters of Mercy

Leonard Cohen, “o tio da França” do Figo – sendo que França é, como se sabe, o representante de qualquer país para onde s’emigre – cantou baixinho este Sisters of Mercy. Parece que as irmãs da misericórdia têm um bordel em Montreal e o tio do Figo dedicou-lhes esta canção. À espera de umas borlas, claramente. Esteve ainda noivo da Rebecca de Mornay, a actriz que disputa o título de mais tempo d’antena na TVI com a Sofia Alves e a Xana Lencastre. Quanto à banda, os Sisters of Mercy, era giro que visitassem o tal bordel. Era espirituoso. Era os sisters of mercy nas sisters of mercy. Literalmente.


Bernard CribbinsRight said Fred

Bernard Cribbins era um pau para toda a obra e chegou a entrar no Espaço 1999. Antes disso, cantou umas coisas. Uma delas, quase trinta anos depois, levou dois carecas, constantemente em tronco nu, a dizer que eram demasiado lúbricos para o seu amor, para a t-shirt, para Milão, Nova Iorque e Tóquio, para a festa não sei de quem, para o seu carro, chapéu e gato. Sim, sei isto de cor. Seja como for, é este o legado de Cribbins e dos “Right said Fred”, a primeira banda depois dos Beatles a conseguir, com o seu single de estreia, um número #1 em território norte-americano. E o Líbano é que é bombardeado. Enfim, critérios.


T-RexMister Mister

Antes de ingressar no mundo do cinema e fazer de dinossauro mau do Parque Jurássico, “T-Rex” foi um grupo musical. Já os “Mr. Mister” tinham, claramente, outra genica. A começar por um teledisco onde o vocalista usava um blazer com as mangas arregaçadas e acaba, cheio de sede, a olhar para uma águia ou um pássaro grande qualquer. O título dessa cantoria, “Broken Wings”, deve ser uma metáfora e assim essas coisas das interpretações e segundos sentidos. O teledisco até era a preto e branco e normalmente as coisas a preto e branco têm muitas metáforas e coisas para pensar.


Prince Buster
Madness

Simultaneamente com uma carreira musical, o jamaicano Prince Buster formou, junto com os Ghostbusters, uma força especial que visava livrar os 80’s de duas das suas maiores assombrações: os fantasmas e, claro, o Prince. Em termos musicais, a sua canção “Madness” terá ajudado a formar um grupo de sete marmanjos que se tornou famoso a cantarolar que a casa deles ficava mesmo no meio da rua. Grande avaria, sim senhoras. Digna de se cantar sobre isso.


The Music MachineTalk Talk

Uma coisa assim meio para o psicadélico, estes The Music Machine. Tinham algum talento, mas estão condenados a que, décadas depois do seu fim, ainda os confundam com os Miami Sound Machine e, por arrasto, com a Gloria Estefan. O seu maior sucesso, este “Talk Talk”, inspirou uma banda aparentemente obcecada com a palavra “life”. Ainda há pouco tempo, os “Sem Dúvida” cobriram uma dessas músicas dos “Fala Fala”.


The Electric PrunesBangles

Mais uma banda dos 60’s com bastante de psicadélico. Não sei muito bem quem são estes ameixas eléctricas, mas a Susanna Hoffs era a Bangle gira. Quanto às Bangles, consta que eram umas malucas à segunda-feira e que andavam como faraós a atear pinhais com labaredas eternas. Depois da Susanna, a Bangle mais…como dizer isto sem ofender e ser bravio…“tragável”, vá, era capaz de ser a ruiva. Acho eu. Certezas, certezas, só mesmo que a Susanna era gira e que havia uma loura demasiado grande para não ter, em algum momento da sua vida, mijado em pé e sacudido. A mulher quer-se é pequena, como a sardinha. E não grande, como o Obikwelu.