26.2.07

Rádio Gémeo Malvado: Masturbação



A masturbação cega. Mas parece-me que é preciso ter uma pontaria do caraças para isso acontecer. E lembro-me sempre disto, da masturbação cegar, quando não dou nada aos cegos no metro. Acredite-se que é remédio santo para não se ficar com remorsos porque não se deu nada ao invisual. Basta pensar “pá, brincassem menos com a genitália” e fazer um olhar de reprovação. Eles não vêem, mas sentem os olhares na mesma. Diz a ciência popular que a masturbação também faz crescer pêlos nas palmas das mãos. O que não faz muito sentido. Não me parece que a fricção seja a melhor forma de fazer crescer pêlos, mas, enfim, factos são factos. Por falar nisso, aqui ficam doze odes ao amor-próprio.

All by MyselfEric Carmen
Isto principia logo com um género de masturbador bastante coiso: o choramingas. Eric Carmen, o próprio, começa esta sua cantiga com versos que não enganam. Diz ele que “quando era mai’ novo/nunca precisava de ninguém/copular era só um passatempo/mas esses dias já lá vão”. Diz ele, claro. Já lá vai a parte de ser só um passatempo, essa sim. Porque a parte de não precisar de ninguém lá se vai mantendo. Basicamente, o Eric choraminga por alguém que lhe faça o jeito. Mas não esconde de ninguém que, enquanto não aparece quem o ajude, se vai desenrascando all by himself.

First OrgasmThe Dresden Dolls
As bonecas de Dresden chegam-se à frente com esta bela canção, ao piano e tudo. Isto é sobretudo uma lição para os idiotas que pensam que basta a cançoneta ser calminha para, automaticamente, ser romântica e essas coisas. Pois bem, ficam a saber que esta “First Orgasm” é, entre outras coisas, sobre uma gaja que se masturba à janela a ver crianças a brincar em recreios. Vão agora dançar slows ao som disto, seus hereges.

I Touch MyselfDivinyls
Mais uma senhora que se toca. Sozinha. Nada contra, quase tudo a favor. Não chega a ser tudo a favor porque há gajas gordas. E, caraças, ninguém está para sequer imaginar bardajices dessas. Seja como for, a senhora cantora toca-se quando pensa num tal de “you”. Eu não sei quem é o “you”, mas, honra lhe seja feita, o gajo mete muita gaja a suspirar por ele. Não há rapariga cantadeira que não diga que o “you” é que é, e que o “you” é que vale a pena. Esta é mais uma.

Whip itDevo
Esta canção dos Devo tem várias interpretações. Mas há duas que se destacam. A primeira, e mais óbvia, diz que isto não passa um canto de triunfo à masturbação e ao sadomasoquismo. Faz sentido e é agradável. A outra interpretação diz que isto, afinal, é uma celebração do saudável acto de inalar óxido nitroso de latas de chantily. Eu acho que estas hipóteses não têm que ser mutuamente exclusivas. Sim, porque se há a hipótese duma canção ser sobre masturbação, sadomaso e inalação de óxido nitroso de latas de chantily, então essa hipótese passa logo a facto científico.

Imaginary LoverAtalanta Rhythm Section
Nem sei que raio de banda é esta. Sei que não presta. Sei que “Imaginary Lover” é a pior metáfora que já vi para “caramba, lá vou ter eu que usar outra vez a canhota para parecer que é outra pessoa que me está a gratificar”. Sim, presume-se que os canhotos usem a direita para conseguir o mesmo efeito. Os ambidestros é que estão lixados. Também, que se fodam esses mutantes! Não merecem nada.

Mary Anne with the Shaky HandThe Who
Os The Who são os camaradas que cantam no genérico daquelas bodegas de CSI’s. Muito antes dessa decadência, escreveram esta canção, que, em traços latos, mostra como a doença de Parkinson não é só chatices. A Mary Anne soube logo que fazer à shaky hand que a doença lhe trouxe. Tem que ser assim. Ver sempre o lado positivo das coisas, mesmo quando as coisas são degenerativas.

Tonight I fancy myselfThe Beautiful South
Estes Beautiful South nasceram depois de metade dos Houseartins terem decidido continuar nesta vida de cantorias. Mas agora têm uma senhora a cantar também. Não tenho mais nada para dizer sobre isto. A cantiga fala d’alguém que, esta noite, se quer comer, em vez de andar a tentar convencer outras pessoas. Pois. Simplifica muito mais as coisas. Sai barato. Não tem que haver converseta depois, nem miminhos. Não se percebe como é que não há mais gente a optar por esta via. Deve ser por desconhecimento.

She’s vibrator dependentMojo Nixon & Skid Roper
Estes dois parolos são os Cebola Mol de onde quer que seja que tenham nascido. Parece que um deles apanhou a mulher na cama com um utensílio em plástico. Ainda por cima daqueles a pilhas. E, pronto, como não vale a pena competir com cenas a pilhas, ao menos que se cante sobre isso. Passávamos é bem sem o pormenor das bolhas nas mãos, ò camaradas. E a música é muito grande.

Hand in my pocket Alanis Morissette
A Alanis, quando apareceu, era toda revoltada e arranhava tudo. Dizia asneiras e assim isso. Agora ‘tá mais calma, a fazer covers dos The Police. Este “Mão no meu bolso” é que não engana ninguém. As mulheres não usam as mãos nos bolsos a não ser para afagar o berbigão com grelo. Li isto num livro que explicava como é que elas pensam e agem. Portanto, se virem uma mulher a procurar trocos nos bolsos durante meia hora – ou mais, que aquilo é gente para demorar mais de uma hora só para aquecer –, desconfiem. Ou fiquem atrás do arbusto a ver, com a mão nas calças. A vida é vossa.

Alone but not lonely Mary Chapin Carpenter
A Mary, e os apelidos não deixam margens para dúvidas, é fruto do amor de ocasião entre os Carpenters e o Charlot. Cresceu num ambiente familiar fragilizado e, corolário lógico, agora é uma maníaco-depressiva masturbadora e psicótica. Sozinha, mas não solitária. O mesmo é dizer sem homem que a aqueça, mas há tanta coisa fálica numa cozinha. Só vegetais são para aí uns cinco. Já não para falar em pequenos electrodomésticos. A varinha mágica, etc. Ou coisas em materiais naturais, como o rolo da massa. Pronto, é como diz a Mary, mulher só fica solitária se quiser.

Give yourself a hand - Crash Test Dummies
Cá estão eles, os Crash Test Dummies. Os obreiros daquela mítica música de murmúrios ou a porra que os valha. Realmente, pensar num refrão decente ainda cansa, por isso dá sempre mais jeito gemer ou mesmo cantar com a boca fechada. Também dá muito jeito para os fãs, que assim não têm que se cansar a decorar letras. Esta “Give yourself a hand” é sofrível, claro, mas a mensagem percebe-se. Esfrega-te com a tua própria mão, pá. É só vantagens e, se for no banco de esperma, até te pagam. Convém é não ser na fila. Não cometam esse erro. Parece que eles têm salas especiais.

Dancing with Myself – Billy Idol
E terminamos com um dos maiores sucessos do Billy Ídolo. Uma música do caraças que nos relembra que é natural e saudável dançar sozinho. Faz-se figura de parvo na discoteca, mas quem o faz não quer saber. É um bocadinho como o que acontece com os masturbadores de jardim. Toda a gente acha que são maluquinhos depravados. Mas eles gozam à brava. Enfim, é deixá-los estar. Ou então, como se devia fazer aos parolos que dançam sozinhos, é matá-los à paulada. Das duas, uma.

22.2.07

Oceanos



Muito antes de Galileu, e muito antes da Terra ser quadrada, o mundo era plano. A planificação do globo terrestre dividia-se em duas partes: a página 30 e página 31. O nosso planeta não só mudou de forma, como também mudou de cor - antes era amarelo torrado e vermelho e hoje é verde e azul. Acho que agora o planeta é mais alegre e colorido.
Os nossos livros mostram a Terra planificada em páginas seguidas para que nao haja confusões. Num mapa, geralmente situamos os Estados Unidos à esquerda do Oceano Atlântico e Portugal á direita. Raramente nos aparece a vista oposta, onde a Austrália está à esquerda, o Oceano Pacífico ao centro e Outros Paises á direita. E isto porquê? Para mim, o problema é da lombada dos cadernos. Na apresentação clássica apenas se perdem 3 ilhas dos Acores, da outra forma metade da Polinésia desaparece.Será que existem mapas de jeito na Polinésia?

14.2.07

Banalidades III


Hoje vi na cantina um rapaz de vinte e tal anos. Por norma, não olho para homens, mas desta vez olhei. Tinha longos cabelos à surfista, com uma franja para o lado, mas sorrateiramente notava-se uma grande mancha de calvície atrás.
Fiquei a pensar se ele realmente pensava que ninguém notava. Ao menos as pessoas do seu meio podiam ter-lhe dito: “Júlio" - não sei se é esse o nome dele, mas tinha aspecto disso - "toda gente já notou a tua calvice pá, não havia necessidade de tentares disfarçar, e ainda por cima tão mal.”
Ou então: “Toma lá bacano, fizemos uma vaquinha para te comprar uma peruca"- até mesmo um implante de cabelo, para o caso de serem amigos endinheirados.
Penso que o melhor seria mesmo que ele saísse simplesmente da sua concha e rapasse tudo, porque não há necessidade para esconder a calvície. Há milhares de homens nessa situação.
Eu é que não estou!

11.2.07

Sim, Senhoras!



Ora bem, de modos que estive até agora a visionar aquele programa televisivo d' "O Gato Referendo" e pelos vistos ganhou o SIM. Não me vou pronunciar em relação a este resultado, mas no entanto não posso deixar de congratular os vencedores da noite: todas as associações e movimentos cívicos que apelaram a voto favorável nisso de votar a favor. Destas gostaria ainda de destacar a associação "Fetos pelo SIM", que apesar de ser uma associação que visa proteger o ambiente, acabou por fazer uma excelente campanha. Parabéns a todos voçês por serem a pessoa que pessoalmente são, e obrigadinhas por existirem. Até mai' logo!

5.2.07

Abortar, Repetir ou Cancelar?



Vai já para mais de uns quinze dias, que meti um daqueles autocolantes dos correios que dizem "Publicidade Não!" na minha caixa do correio. Mas depois tive que meter outro que diz "Dica Sim!", porque gosto de ver promoções de coisas assim meio coisas que às vezes há lá. Meti também um autocolante daqueles da RR, para que no caso do repórter de trânsito passar por aqui perto e não haver carros em circulação, e eu poder encher o blusão com uma bela maquia. Finalmente, decidi meter um autocolante com o meu nome porque tava farto de receber cartas destinadas a pessoas que já morreram.
Mas todo este trabalho foi em vão. Claramente que eu não estava prevenido para uma ocorrência que seguidamente se sucedeu ali mesmo naquele local. Então não é que um bando de pessoas em manada enfiou-me um panfleto na caixa por causa deste assunto de que se fala muito agora e que tem a haver com aquilo que se debate amiúde na televisão por causa daquela coisa do aborto!? Não tenho nada contra as pessoas que são contra coisas assim do género de implantes, transplantes, lapidações, barulho ou abortos. O que me chateia é não respeitarem os autocolantes. É sabido, e até vem em livros, que os autocolantes com avisos são a argamassa que unifica esta pilha de tijolos que são as regras de conduta social desta nossa forma de vida colectiva e conjunta que é a nossa sociedade.

O tal panfleto (que na verdade até devia ser uma brochura ou mesmo um desdobrável), tinha pontos de vista, argumentos e até opiniões. E como toda a gente sabe, isto de emitir opiniões e pontos de vista é meio caminho andado para se cair no ridículo. Pelo menos é o que, do meu ponto de vista, eu acho. O pior é que o tal documento que já foi aqui previmente referido, tinha o seguinte slogan: VOTA NÃO! E isso, no meu prisma e no meu ver das coisas, está mal! E porquê? Bem, se o assunto aqui é votar, julgo que deveria existir o cuidado e o aprumo de marketing que uma coisa destas exige. É impressão minha ou isto do VOTA NÃO é muito dislexicamente parecido com NÃO VOTA!? Pois tá claro que é! Então não venham depois reclamar que muita gente absteve-se e não sei quê. Pudera! Pois tá claro que pudera! Quando se lê de esguelha, a mensagem não passa. Olhem para a malta do SIM, esses pensaram nisso! Pois tá claro que sim! VOTA SIM, SIM VOTA!

Mas o pior ainda estava para vir. Quem é que raio foi desencantar argumentos sob a forma de interrogações assim meio p'ró filosóficas? Assim daquelas que nos fazem pensar e tudo. Não sei. Só sei que eram francamente parvas. Ora vejam:
"Queremos viver numa sociedade que desprotege o início da vida humana mas protege os ninhos das cegonhas?" - O quê!? Mas que raio é isto? Então o início da vida humana e as cegonhas não são a mesma e uma só coisa? Eu cá não acredito na treta de que as crianças que nascem nas couves - se bem que isso explicaria o facto das crianças nunca as quererem comer - ou que vêm de França de comboio. Isso são os emigras e é só em Agosto, e eu por exemplo, nasci em Julho. Todos viemos das ou com as cegonhas. É esse o início da vida humana! Então e agora querem evitar o aborto mas depois não se importam com os ninhos das cegonhas!? Afinal em que ficamos?

A outra interrogação que este manifesto de defesa da vida nos fazia era a seguinte: "Queremos viver numa sociedade que por um lado dá às mães o direito de eliminar a vida do bebé, só porque têm menos de 10 semanas mas por outro lado multa quem transporta crianças sem cadeirinha?" Eu esta até percebo. De facto acho mal que em pleno século XXI, ainda exista desigualdade nos direitos entre homens e mulheres. Se dão um direito às mulheres de eliminar a vida dos seus filhos logo às 10 semanas, porque que é multam homens e mulheres quando conduzem os seus filhos sem cadeirinha? Justo seria que, aprovada a lei do aborto, multassem apenas as mulheres por não usarem a cadeirinha quando conduzem os seus filhos porque, ao contrário dos homens, estas já tiveram anteriormente a sua oportunidade de eliminar a vida dos filhos. As mulheres não podem continuar a serem umas privilegiadas como têm sido até agora. Acho bem que os homens travem estas batalhas da igualdade de direitos e fico contente por saber que a última batalha até já foi ganha - a do cancro da mama. Viva a igualdade de direitos!

Não quero com isto que me julguem um daqueles defensores ferrenhos de uma causa que ataca os argumentos da oposição e que os tenta ridicularizar ao retirá-los do contexto e que albarda o burro à vontade do dono. Não senhor! Caso ainda não tenham compreendido, eu sou a favor do NÃO, apesar de não ser contra o SIM. No fundo eu até gostaria era de militar pelo TALVEZ. Ou até o mesmo o TALVEZ NÃO ou o TALVEZ SIM. Militaria certamente pelo o LOGO SE VÊ. Com certeza que talvez sim!

Tenho em mim que isto do aborto é como o futebol. O que me mais interessa é a argumentação e não o resultado. E as semelhanças nem se ficam só por aqui: tal como alguns jogos, o aborto também calha a um Domingo. Se a ideia dos senhores que fizeram o panfleto era que a ralé votasse NÃO, então porque não usaram um argumento assim de peso? Eu passo a exemplificar: como todo o país já reparou, os finalistas d' "O Melhor Português de Sempre"são assim um bocado para o fanhoso. E eu pergunto: "Isto porquê?" Porque pelos vistos, ainda não nasceu um português que fosse suficientemente bom para ser "O Melhor Português de Sempre". E a culpa de quem é? É do aborto, pois é claro!

3.2.07

Banalidades II

Todos os dias tenho uma pequena esperança quando vou de carro para o trabalho. A de não precisar parar nenhuma vez perante um dos vinte-e-oito semáforos que encontro pelo trajecto.
Não me interpretem mal, não é por causa da ânsia de não querer chegar atrasado ao labor. Sou daqueles que chega sempre com 10 minutos de antecedência ao ofício. Apenas gostava de passar por todos os semáforos sem precisar de parar. E isso sem carregar mais no acelerador.

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Bingo!!!

Sinto que algo de importante acontecerá nesse dia.