8.6.05

O Bicho Homem

No seguimento de textos tão importantes como a Bíblia, Guerra e Paz, os Maias ou documentos tão essenciais como o tratado de Tordesilhas, do inventor de símbolos universais, a caveira, a âncora, a ferradura, o sol maia ou o Fido-Dido. Surgem agora as histórias, biografias, e narrações do bicho Homem. A começar esta frase utilizei um A, e depois continuo com muitas letras do alfabeto até fazer um texto em língua portuguesa.
Esta história passa-se em 1993, numa aldeia do centro do país, onde apareceu Nossa Senhora de Fátima (ou lá perto). O meu pai falou a um amigo seu, ¼ de pedreiro, ¼ de construtor civil, ¼ de mecânico e ¼ de reformado (um homem daqueles que só se encontram nas melhores reservas naturais do país), para construir uma parede em blocos de cimento, um futuro galinheiro ilegal. A mão-de-obra e as ferramentas eram por conta do senhor Adelino Marujo (o amigo do meu pai), os blocos, o cimento, a areia, a água e o vinho dava o meu pai.
Pegou ao trabalho de manhã cedo. Gastava por dia: 3 sacos de cimento, 1 metro cúbico de areia, 140 blocos, 300 litros de água (apenas para a massa) e 4 litros de bom vinho. Para lhe facilitar o trabalho, encostou de traseira a sua espectacular carrinha de caixa aberta, junto ao local onde ia levantar a parede, para ter os materiais sempre à mão. No fim do dia a obra estava pronta, uma parede de tamanho razoável montada. Pronto para regressar a casa e sem sobras de material, deu duas aceleradelas na camioneta, mas como a marcha-atrás continuava posta e esquecida, toda a parede voou para o terreno do meu vizinho. No fim do dia os blocos voltavam à posição inicial, mas do lado errado. Pobre homem que em 30 anos de construção foi a 1º vez que tal azar lhe aconteceu. Mas não desistiu, deu meia volta com o seu “camião”, com os potentes máximos ligados e reconstruiu de novo a muralha pela noite dentro.
O galinheiro já não existe, o estado ordenou a demolição deste património, obra do grande construtor civil Adelino Marujo. Agora a minha família come frangos da C.E.E.



ADELINO MARUJO 1948-2000
Homem desafortunado com as mulheres, amante de bons vinhos e boas água-ardentes, ao longo da sua vida construiu um ferro-velho apenas com viaturas que costumava comprar sempre abaixo dos 50 contos, e um bom construtor civil.

* Texto original escrito com caneta Parker

20 comentários:

J. Salinas disse...

Xiça que isto assusta como o caraças! Fotografias de campas? Onde é que vamos parar? Sacrífio de jovens e voluptuosas virgens?

Chamem-me quando lá chegarmos, mas não contem comigo para preliminares deste género...

Anónimo disse...

Sacrifícios de jovens e virgens voluptuosas...
Eu desenho o pentagrama com o sangue da galinha, nascida no 4º dia depois da segunda lua do ano...

Joel disse...

para joanissima:
olá cara amiga, tu parece-me que és a n1 do blog. continua a escrever e usa o maximo de letras possiveis,o novo gémeo da bondade.

J. Salinas disse...

Já vi, Tiago... a verdade é que eu também copiei tudo de um blog belga, mas agora vou ficar todo ofendido e fazer um post a gozar com o Catwalk...

Já agora, surpreso fiquei eu pelo facto de teres usado, na mesma frase, a tua boca aberta e os meus tomates...

P.S: Mais a sério, aquilo são coisas que acontecem a toda a gente, ou que toda a gente já viu acontecer. O autor nem deve saber que o meu blog existe, quanto mais andar por lá a remexer nos arquivos...

J. Salinas disse...

Tiago, que aquilo é escandalosamente copiado, não há grandes dúvidas. Mas não é do meu blog. Bastou-me colocar a primeira frase no Google para perceber de onde raio apareceu isto afinal… é de vários sites brasileiros e, pelos vistos, eu é que posso ser acusado de plágio criterioso porque aquela porra já foi publicada há séculos!!!

A verdade é que estão lá três exemplos que também usei e a dinâmica do ‘Tu és’ (ou ‘Você é’, no caso) está lá (embora isso seja menor)… bem, vou-me retirar sorrateiramente e acreditar que foi uma maldição do Markl (embora tenha sido o Matias a desmascará-lo).

J. Salinas disse...

Tiago, eu confirmei, pá. É cuspido e escarrado de sites brasileiros. Este (http://www.itudomais.com.br/POPUP/vez2.htm), por exemplo, mas há mais... acho que só adaptou mesmo os nomes próprios à realidade portuguesa...

E está lá a história da hora, dos parabéns e do carro da polícia... são só esses, mas estão lá.

J. Salinas disse...

Bem, quando publicar o meu livro, além já ter que mudar o nome do dito(parece que o Álvaro Cunhal já tinha celebrizado aquela expressão não sei quando), tenho que limar alguns posts... suponho que seja para isso que serve um editor. Ele que se desenmerde.

Anónimo disse...

Desenmerde é françes, não é?

J. Salinas disse...

Sim, é de Paris e o seu nome completo é Jean-François Desenmerde.

J. Salinas disse...

Belo comentário!

Anónimo disse...

O que é que eu já te disse Tiago? Já chega... Acabou... Foste desmascarado como o graxista que sempre foste! Para além disso, arranjar amigos desta maneira não só é deprimente, como revelador da tua condição mental...

Freekowtski disse...

Sergy, já pensaste em mudar o teu nick em Sergay?

Anónimo disse...

Ou para Serginho...

J. Salinas disse...

Tiago, na reunião de direcção da última semana (à qual faltaste porque estavas demasiado ocupado com um dos teus milhentos afazeres), decidimos que, a partir de agora, só um dos membros deste blog básico é que ia bajular e ser graxista para toda a gente que aqui passa...

Anónimo disse...

E a pior notícia, é que não serás tu...

J. Salinas disse...

Porra, começo a não aguentar a pressão de ter sempre a última palavra... estou-me a ir abaixo...

Anónimo disse...

Queres que chame o polícia bonzinho?

J. Salinas disse...

Então é assim... tipo... realmente... ora, portanto... é assim, tipo, eu... tás a ver, né?

Anónimo disse...

Pois pedro, é como diz a gótica gorda do Evanescence: "I´m going under"

J. Salinas disse...

Também tu?